Desde sua derrota para Dilma Rousseff, na última eleição, o senador Aécio Neves ainda não se convenceu do fim do pleito eleitoral. Aécio continua no palanque defendendo o terceiro turno eleitoral. Tanto é verdade, que, em breve, será o único a defender o afastamento da presidente, afinal, não existem elementos concretos, que justifiquem o seu desligamento do cargo.
Como é sabido, Neves é um crítico mordaz de Dilma e do PT, no entanto, quando se trata de seu partido as coisas mudam... É o caso do Massacre de Curitiba, em que a polícia, a mando do tucano Beto Richa, feriu mais de 200 professores e funcionários públicos que protestavam contra a usurpação de seus direitos trabalhistas.
Ante o massacre de Curitiba (29/4), Jânio de Freitas foi certeiro: ''Já seria o suficiente para Aécio Neves e seus deputados, por decência, pedirem o impeachment do seu companheiro de PSDB. Nenhum foi capaz de emitir sequer uma palavra sobre a ferocidade criminosa do governo paranaense contra os professores e outros servidores usurpados em direitos legítimos por Beto Richa.''
Quanto ao governo neoliberal de Dilma, as coisas não andam muito bem... Para isso, convocou o neoliberal Joaquim Levy para a Fazenda. Sua missão é equilibrar as contas públicas e domar a inflação. É o ajuste fiscal, que, infelizmente, penaliza em cheio a classe trabalhadora.
Henrique Meirelles afirma que o ajuste é indispensável para restaurar a credibilidade da política fiscal e controlar a inflação, permitindo assim a normalidade econômica. Também não podemos esquecer que salta aos olhos a enorme carga tributária, que onera os trabalhadores e as empresas. Por outro lado, até o momento, nas batalhas do Congresso, Dilma acumula mais derrotas do que vitórias.
Enfim, no Brasil, desde o período colonial até hoje, prevalece o descritério. Ou seja, Aécio crítica Dilma e seu governo, no entanto, não lhe incomoda usar aeronaves do governo mineiro em seus deslocamentos. Ou ainda: construir um aeroporto em fazenda de seus familiares. Até hoje não foram esclarecidos os motivos técnicos que justificam a obra.
Quanto à Dilma, é um absurdo que concorde em penalizar a classe trabalhadora para ajustar os desarranjos da economia. É inaceitável que seu governo tenha 39 ministérios. Por outro lado, taxar grandes fortunas é fundamental para o equilíbrio das contas públicas. Tem mais, bem que alguém poderia dizer a presidente, que as transformações que o Brasil precisa não podem tardar tanto. (10/5)
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