Da minha varanda, ouço o gorjeio
dos sabiás-cara-de-gato, dos bem-te-vis,
dos canários-da-terra. Dali, eu os vejo.
É a mais bela celebração poética que
meus olhos e ouvidos, castigados pelo
tempo, puderam contemplar até hoje.
Lá fora, sob o teto da madrugada,
João e Maria trocam língua e regalos,
a energia pulsa em uma nova vida.
É amor.
É madrugada.
É primavera.
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