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O cacófato
Sergio Ricardo Costa




                           Com que aquele homem havia dado,
Circunspecto,
Sem emitir hipótese mais geral
Que o agrade
(Pois não se queixa deste conflito), para
                                                     Conseguir
A transformação do velho ausente ente,
Tristemente faz-se perdido
E certo da dor, sozinho
No silêncio da discrepância, um frio agarrado à vida,
Por completo.

O coração amargo.

Mais ainda, enquanto,
Desabona a experiência toda,
Que nunca mostra realmente
               O que não quer ser...
Mas é!
Evaristo Prado,
Tão cansado,
Por ter virado outra pessoa.

Outro...
E se nega a caminhar sozinho (ou em paz).

Bem outro
É o aspecto que acaba tendo estranha ordem.

Afinal,
Contente e
De trás para a frente
Ou curvado sobre
A carcaça sem sentimentos,
Pouco provável, muito
Improvável mesmo
Que ande,
Possa mover-se ainda,
Por acaso,
Em um ambiente cheio de lama e prestes
A cair.

Desbaratinar por tanta cidade dentro
Dos seus olhos,
A imensidão do seu coração vazio,
Toda esta realidade, perde o sentido...

Simples,
A questão é acreditar que sim, mesmo sendo não,
Que a ideia de divisão ocorre e nem parece
Curiosa e indecifrável.

Boa em parte, ou, nova
Condição, que alegremente queira viver.

Da vida
Esquecida quer se lembrar e ofusca o caminho
Desde
Que saiu, por acreditar que, mais, era o rumo oposto
Do dragão da desilusão,
Seu corpo como um desfile
Contumaz de humanidades, vai prosseguir
Até um instante descomunal da vida
E, enfim, parar...

Só será bom saber, se houver verduras no prato à espera.

Nas saladas, nabo, quiabo, e, seta no alvo (sic!)
Clama
Aos cacófatos, oco leão, e insiste em cair, de quatro,
Diferente do que lhe deu, direto no chão, de pernas
Para o ar, fácil definir metáfora, mesmo, quando,
Congelado, adormecerá debaixo de sua triste
Rebeldia, como se a não tivera de alguma forma,
Ou passara despercebida.

Juntos assim insanos,
Ou talvez responsáveis pela árdua verdade mesmo,
Não concordam mais, como antes, quanto a talvez seguir
Tantas mesmas situações reais, mais estão sem nome:
É Ednardo, [a] múmia em si, honrado por ser a “mesma”
Trans-ameba unicelular, falando sozinho e cheio
De carinho por si mesmo, um velho senhor de posses,
Ou é cínico e sonhador ou é o incapaz que une o
Seu amigo do peito ao seu amigo das costas, puro
Sanduíche feito de apostas vagas e humor espúrio.

Do que cria, do que espera, tudo é o que está
Vazio
No que morre tardiamente — e brilha em seu sol
Vazio:
Elegante no que lhe deu tropeços no ar
Vazio,
A velhice sem alegria ou grandes verdades, livre
De poder desobstruir o rio de seu repouso,
Hoje.

Feitos em cacos, fatos causam o mal em todos
Os lugares onde tocar os pés, relegado à sorte,
Uma fístula no seu cu e um pouco de pum;

E aí,

Por que veio fazer-se amar? Difícil saber: do homem
Impossível ao ser humano, vai uma grande rota
Mal traçada e mal percorrida, sem pretender deixar-se
Sem saída e do que restar, supõe que nem seja útil
E enlouquece
E por insistir, nem nota
Que tudo é pouco
Quando se estala o cu...

Como conteúdo em seu drama impossível.


Biografia:
-
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