Hoje, enquanto o sol pousava devagar sobre a horta,
agradeci por estar ali, inteiro,
apesar de alguns remédios e remendos.
Os amigos que ficaram — poucos, mas fiéis —
me sustentam quando o chão some dos pés.
Eles me veem além do mau humor e dos sorrisos,
e ficam, mesmo quando nem eu me entendo.
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Lembrei da minha filha:
um pedaço meu que caminha solto,
ensinando-me a ver o mundo com outros olhos.
Cada gesto e sorriso dela,
é um poema novo que Deus me escreve.
✍️
A mesa da família tem sempre uma cadeira vazia,
sempre aguardando você chegar.
Ali, entre o café quente e a prosa partilhada,
há lugar para pelo menos mais um...
✍️
Ao meu lado, o amor que escolhi
todos os dias, para todos os dias,
mesmo nas manhãs nubladas do nosso casamento.
Não somos perfeitos, mas somos promessas
que resistem aos modernos "amores líquidos".
✍️
A vida, ah… sempre surpreende.
Tem espinhos, sim.
Mas cada rosa colhida fere a mão com leveza.
E cada espinho tirado renova a vontade
de viver cada instante com a alma estendida.
Sou feliz por cada passo que me trouxe até aqui.
✍️
Se amanhã eu calar,
que saibam:
valeu a pena, sim —
porque amei, fui amado,
e tentei ser alguma luz, mesmo nos meus dias escuros.
✍️ @opoetatardio — Pedro Trajano
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Biografia: Pedro Trajano é um poeta que chegou à escrita com a bagagem dos anos e o olhar amadurecido pelas experiências da vida. Casado, pai, formado em Administração e atuante como vendedor, começou a escrever aos 44 anos, dando voz a sentimentos antigos e reflexões profundas. Assina suas poesias como O Poeta Tardio, por acreditar que nunca é tarde para florescer em palavras. |