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Em tempos de crise e de desemprego muitos devem se perguntar: Mas o que eu fiz de errado? Deitado na cama até as onze horas da manhã sinto uma mistura de medo, culpa, ansiedade e sensação de estar perdendo tempo. Enquanto muitos amargam nas filas das agencias e do seguro desemprego uma ansiedade real e antecipatória, outros ainda incluídos no processo econômico, seguram a ferro e fogo sua colocação no mercado de trabalho. E também mal conseguem dormir. É o sintoma da crise.
O nervosismo no trânsito e a cara fechada de grande parte das pessoas revelam esta sociopatia coletiva, fruto de uma perspectiva nada agradável. Até aqueles prestadores de serviço que há algum tempo tinha a segurança de um setor pujante e crescente vem nas estatísticas a queda na atividade.
Uma feira de empreendedores lotada de recém desempregados dispostos a investir suas indenizações e conquistar a tão sonhada independência vende ilusões que fatalmente desembocarão na proposta de vendas de salgadinhos nos milhares de trailers espalhados pela cidade. Se antes comida e vestuário era lucro mais do que certo hoje em dia só sobrou a comida e olhe lá.
O crédito fácil oferecido pelos bancos e financeiras, que diga-se de passagem e conforme os discursos de especialistas, estão empurrando a inadimplência com a barriga, vendem a ilusão de que descobrir um santo para cobrir outro é uma boa saída. Desde que vc pague altos juros por isso.
Analisando a situação de forma mais ampla não é difícil constatar que o Brasil teve falta de sorte. Isto para não utilizar uma palavra que atrai maus presságios. Diversos fatores incluindo os persecutórios, os milhões de soldados do quanto pior melhor, empresários descontentes com a perda da eleição em 2014 e a volta das forças terríveis adormecidas desde a renúncia de Jânio Quadros levam o País ao pior dos mundos. Mal sabem eles que esta atitude se voltará contra eles próprios.
Empresas americanas retiram seus ativos do Brasil até que o País se alinhe com a ideologia dos cara pálidas e aguardam a saída do PT do poder para que as coisas se reestabeleçam ao seu modo. É muito triste saber que a dependência do Brasil é um processo que ainda não terminou, só trocou de mãos. Várias vezes. O Brasil mais parece um carrinho de controle remoto que seu proprietário, um menino ruivo de olhos azuis estrategicamente retira as pilhas para que o filho da babá estrangeira não possa brincar. Imaginar que um País que precisa importar Penicilina e vacinas para cães chegará a sua verdadeira independência é o mesmo que acreditar que a exportação de soja nos levará a ela. Isto para não dizer dos nossos satélites que até hoje não foram lançados. Acho que está na hora de fecharmos para balanço.
Dentro desta perspectiva podemos considerar que a única saída para o Brasil é arriscar. Baixar os juros e aquecer o mercado interno ao melhor estilo Lula. Sem medo da inflação pois a esta altura não há nada pior do que a inércia.
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