Dru: Eu lhe direi...
Edi: O quê, poeta?
Dru: Stay in line, a saber, fique na fila poética...
Edi: Como assim?
Dru: Numa fila comum, os últimos serão sempre os últimos. Na fila da poesia, contudo, os primeiros serão sempre os primeiros. Sacou a diferença?
Edi: Qual?
Dru: Independente da posição que ocupa na fila, você usufrui dos benefícios do poema imediatamente. Nela, os primeiros serão os primeiros, mas os últimos também serão os primeiros. Os medianos e os in-sensíveis, igualmente.
Edi: Oh!
Dru: Eu lhe direi ainda...
Edi: Por favor, poeta...
Dru: Read between the lines...
Edi: Hein?
Dru: Leia nas entrelinhas do texto, porque lá estão as segundas intenções do autor, aquelas nas quais – por alguma razão suspeita – o criador trocou a clareza pelo esconde-esconde. Portanto, diante de um texto (e o mundo é textual), seja em verso, prosa ou visual, fique esperta!
Edi: Quer dizer, desconfiada...
Dru: ... desCONFIAda, mas não pessimista, porque é impossível não confiar e desconfiar, porém é vital seguir impregnada do sentimento do mundo.
Edi: A fila e a entrelinha!
Dru: E o sentimento do mundo, certo?
Edi: Obrigada!
Dru: Antes que me esqueça, meus parabéns pra você!
Edi: Pra você também, ilustre poeta!
Dru e Edi: Parabéns pra nós!
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