Maquiavel, meu amigo do peito, acaba de me informar que a pimenta faz um bem danado à saúde do bicho homem. E não se trata de invenção maquiavélica de última hora para ferrar os adversários em período eleitoral.
Pelo contrário, a ciência só comprova o que os bichos homens primitivos estavam carecas de saber: além de tempero, a pimenta-do-reino e/ou a malagueta possuem poderes analgésicos, anti-inflamatórios, vitamínicos, podendo até mesmo servir de xarope.
O ilustre candidato está se sentindo pra baixo – às vésperas dum compromisso eleitoral inadiável – por conta de uma enxaqueca, uma queda de imunidade, uma súbita depressão ou mesmo uma crise de hemorroidas? Não desanime, campeão! Vá de pimenta, que é tiro e queda!
A eficácia da danada, comprovada amplamente pelos especialistas, se deve a uma substância milagrosa chamada piperina ou capsaicina. O nome soa estranho como as coisas mágicas da natureza, mas o poder de cura é supimpa.
A mágica funciona assim (muita atenção, senhor candidato!): no exato minuto em que o companheiro ingere algo apimentado, a substância de nome exótico ativa os receptores sensíveis na língua e na boca do ilustríssimo. Esses receptores, por sua vez, transmitem ao cérebro uma mensagem primordial de que a boca está pegando fogo!
A seguir o cérebro, mais rápido que o saudoso Enéas (“Meu nome é Enéas!) de outros horários eleitorais, manda a equipe de bombeiros apagar o incêndio!
O efeito é imediato: tão logo o indivíduo incendiado põe-se a salivar, sua face transpira e seu nariz fica úmido, sinal de que está adentrando o paraíso aqui na terra...
Mais: o cérebro, ainda preocupado com qualquer resquício de chama, ativa a fábrica particular de endorfinas, que são hormônios do bem-estar, da euforia e da sensação de prazer.
Portanto, ilustre candidato(a), em vez daquela dose de uísque ou cachaça antes de encarar o palanque ou a verdade, no horário eleitoral, vá de pimenta. Porque ela é superior ao álcool e à demagogia. Mas, a conselho do meu amigo Maquiavel, prefira sempre as vermelhinhas.
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