Quantas vezes me peguei lendo, mesmo aquelas histórias com início, meio e fim previsíveis?
Quantas vezes deixei o coletivo passar do ponto por causa dum enredo bem enredado ou dum desenredo mal-intencionado?
Ou porque eram altas horas e os olhos estavam cansados, ou porque era muito cedo e a névoa não permitia distinguir fantasia de realidade!
Na maioria das vezes, contudo, eu voltava para mim melhor do que quando partira! Por vezes, aos fragmentos!
No auge da bibliofilia, reescrevi o cogito cartesiano nestes termos: leio, logo existo!
Confuso, me dei conta de que poderia ser bem o oposto, a saber, eu existia porque lia!
Ave, Livro!
Diante de ti, não tem melhor nem pior, bem nem mal, Gilmar nem Zarfeg, método nem caos, pixel nem papel!
Apenas, liber... dade!
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