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Demorou tanto tempo
Para encontrar alguém como você
Alguém impossível de se esquecer
Alguém que magicamente veio e se foi
E onde estás?
Que não dentro de cada poro energizado do meu corpo...
Em cada neurônio saudoso de minha mente
Em cada canto da memória da qual se deve esquecer e apagar
Para a saudade não arder na alma
E para tudo aquilo que seja considerado pecado
Renomeie o amor como algo proibido de se manifestar como errado
E onde estás?
Que não dentro deste solitário coração...
Que a cada batida é mais uma de todas que ainda restam
Silenciosas, um grito mudo num ouvido surdo
E onde estás?
Enquanto vago pelas ruas
A procura de ter a certeza de que fostes mesmo real
E onde estás?
Que levastes de mim o sorriso que me plantou na face
O brilho nos olhos que iluminou minha alma
E que hoje sonha com o olhar perdido e vazio
Por obra do acaso, poder encontrar
E onde estás?
Quando o tempo se passa
E tudo vai envelhecendo
Mas nunca morrendo
Só eu, só eu
Feito morta vagando nas ruas
Como folha seca levada pelo vento
E onde estás?
Que não ouves o grito silencioso?
Que não lês o pensamento?
Que não sentes o sentimento?
Onde estás?
Simone Dimilatrov
Santos, 28 de outubro de 2016.
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