Quem vê as imagens, do enfrentamento, entre os professores em greve e a polícia, na capital paranaense (29/4), certamente, deve estar perplexo e indignado com o acontecido. O episódio deplorável não tem nada de banal.
As imagens da selvageria bélica ganharam o mundo. O absurdo: cerca de 230 servidores públicos ficaram feridos. Alguns estão em situação grave. Um cinegrafista da Bandeirantes foi operado após ser atacado por um pitbull da polícia.
Uma verdade a ser dita: a educação deve ser a gema mais importante de qualquer nação. Por isso, valorizar os profissionais de ensino é dever de todas as sociedades. Mais, alguém já escreveu que os países que valorizam a educação tem comprovada o aumento da produção, que gera riqueza.
Não resta dúvida que os policiais, mais de 2 mil, estavam preparados para uma guerra. Utilizaram gás lacrimogênio, cães, helicóptero, blindados, balas de borracha. De outro lado, não se pode culpar, somente, os agentes de segurança pela atuação. Outra verdade a ser dita: professores não são bandidos e nem devem ser tratados como tal.
Sem dúvida, os agentes da lei obedeciam ordens superiores. O superior é o governador do estado. Lamentavelmente, até aqui o silêncio dos cardeais tucanos é revelador. Essa calma não é inocente. Nenhum deles condenou com veemência o que aconteceu em Curitiba. Outra coisa: só falta Richa culpar os profissionais de ensino pela onda violência desmedida e negar sua responsabilidade no conflito.
UM ESTADO SEM RUMO
Infelizmente, o que aconteceu no Paraná revela sim, em parte, o jeito tucano de administrar. Tem mais, não pode cair no esquecimento o massacre dos professores e do funcionalismo público. Aliás, este triste acontecimento entra para as páginas de nossa história política. O fato incontestável é que toda essa violência nos mostra que estamos diante de uma situação clara de abuso de poder e de violação de direitos...
Portanto, não é possível fazer vista grossa, como sempre ocorre. Pergunta: onde estão os indignados que viram o massacre vergonhoso dos professores? Por que o senador Aécio Neves não chama as pessoas para protestarem ante o que aconteceu no estado governado por um coirmão tucano? Afinal, por que entre os cardeais do tucanos há um silêncio quase glacial?
E tem mais ainda, os servidores públicos não são os grandes responsáveis pela ruína econômica que devasta o Paraná. Ela é o resultado de uma má administração política que vem desde o primeiro mandato. Um estado sem rumo. Agora, a coisa se agravou ainda mais e as finanças não andam bem. O projeto de governo tucano não vingou. Enfim, esse é o jeito e a maneira eficiente dos tucanos governarem.
Quanto à educação pública, lamentavelmente, ela sangra e está a caminho do total desmonte. Ou seja, sucateamento oficial. Um paralelo: o mesmo ocorre em São Paulo, cujo governador, também, despreza e não valoriza os docentes. Será coincidência? Por que a grande mídia – Rede Globo e Folha de São Paulo... - não convoca uma manifestação pedindo o afastamento de Richa?
Em uma palavra, a sociedade espera que a justiça seja feita e que os culpados sejam punidos! Uma coisa é certa: para Richa resta, apenas, o impeachment! Causa estranhamento que, até o momento, a Globo, a Folha de São Paulo e os cardeais tucanos – Aécio, FHC, Serra e Alckmin - ainda não pediram a cabeça do correligionário psdbista. O momento agora é diferente, pede uma reflexão de todos... É espantoso ver o PSDB se omitir e não reconhecer seus erros pelo descalabro financeiro que toma o Paraná no momento. Leitor, para finalizar lembro Mário Covas: ''O problema fundamental é a impunidade, que criou um tipo de cultura.''
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