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ESPIONAGEM
Rubemar Costa Alves

Dizem que a serpente era de “mão” dupla, ou seja, espiava ADÃO para EVA e vice-versa (espionagem mista de animal, puro instinto & humana, racional, calculista e pensando em lucro imediato), mas se deixou seduzir pela mulher boazuda, não cobrou um único centavo, nada informar ao marido sobre ELA - dava uma de macaquinhos chineses: “não falo nada porque não vi nem escutei”, maracutaias de EVA a salvo... De fato ADÃO não tinha com quem trai-la: espiar quem (personagem), quando (tempo), onde (lugar), fazendo o quê (ação)? Teria sido o primeiro conto erótico ficcional do Paraíso, isto é, do Mundo. Só se a serpente fizesse uma encenação e dissesse que na verdade a Hortência, a Rosa e a Violeta eram mulheres disfarçadas em flores...
          Não era ainda espionagem aparelhada eletronicamente - o ‘detetive’ usava apenas os olhos e os ouvidos. Fácil. Era só chegar perto de Adão, projetar cenas do futuro, mandá-lo escolher um time de futebol (São Paulo, Flamengo ou qualquer outro) e cerveja ou vinho; embriagado imaginariamente, dispensável tortura física ou mental, ELE confessaria tudo ao sabor do álcool. Depois, para ELE, serpente-espião negaria ser espião e pronto! “Estamos conversando. Amigos numa mesa de botequim...” Homem bêbado solta a língua, fala tudo, em segundos chora arrependido: “Minha mulher não merecia ser traída.” Aí, chama a coitada para jantar fora, repete juras de amor eterno, nunca antes juntos num motel e na estreia ELE vira para o lado e ronca do primeiro minuto ao amanhecer, a tolinha ainda tira os sapatos dele... para que durma confortável. Não “foi bom” (pergunta clássica) para nenhum dos dois. Motel com... esposa?!
          Voltando à espionagem ainda não eletrônica, apenas vagamente psicológica, EVA interceptou carta que uma ETzinha de short jeans mandou para ADÃO, abriu o envelope no vapor da chaleira (espionagem de vapor & mão e olhos humanos) - publicidade......... Foto da recepcionista de um SPA, a guria apresentando condições de crédito para lua de mel em outro planeta, folheto com outra fotos, agora de anjos atléticos, tão nus quanto ELES na Terra. Tentação! Instalou aparelhos norte-americanos (agora espionagem eletrônica) no quarto de ADÃO, anestesiou o coitado (diante da tevê em futebol ou “certos” filmes no horário da madrugada não sentia nem picada de injeção) e instalou GPS “naqueles lugares” (leitor muito malicioso)... nos pés... vigiar os passos dele. Viajou sozinha. Mulher é sempre esperta! Se voltou, não sei.

             F I M



Biografia:
PARVUS IN MUNDUS EST. (O MUNDO É PEQUENO DENTRO DE UM LIVRO) Ser dedicado, paciente, ousado, crítico, desafiador e sobretudo enlighned são adjetivos de um homem cosmopolita que gostaria de viver mais duzentos, ou quem sabe trezentos anos para continuar aprendendo e ensinando. Muitos de nós acreditam que uma vida de setenta, oitenta anos é muito longa, contudo refuto esse pensamento, pois estas pessoas não sabem do que estão falando. Sempre é tempo de aprender, esquadrinhar opiniões, defender, contestar ou apoiar teses, seguir uma corrente filosófica (no meu caso, a corrente kantiana), não necessariamente crer num ser superior, mas admirar e respeitar quem acredita nele. Entender a diversidade de costumes e culturas denominados de forma polissêmica nas diferentes partes do mundo, falar um ou dois idiomas, se perguntar o porquê e tentar encontrar respostas para as guerras, a segregação racial, as diferenças étnicas, o fanatismo religioso, o avanço tecnológico, o entendimento político. Enfim, apenas estes temas já levaria uma vida para se ter uma compreensão média. A leitura é o oráculo para estas informações, é ela que torna o mundo cada vez menor capaz de se acomodar nas páginas de um livro. É por isso que se diz que não há fronteiras para quem lê. Atualmente as pessoas confundem Balzac com anti-inflamatório, Borges com azeite, Camilo Castelo Branco com rodovia estadual, Lima Barreto com laranja de determinado município paulista, Aristóteles com marca de carro e por aí vai. Embora, eu tenha dissertado sobre o conhecimento culto, os meus trabalhos publicados aqui demonstram o dia a dia das pessoas comuns narrados através de divertidas e curiosas estórias. Meu público alvo são as mulheres. É para elas que escrevo, pois são elas possuidoras de sensibilidade capaz de entender o conteúdo do meu trabalho.
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