Login
E-mail
Senha
|Esqueceu a senha?|

  Editora


www.komedi.com.br
tel.:(19)3234.4864
 
  Texto selecionado
Ainda São Pitangas
As mãos cobertas de vermelho, líquido escorrendo por entre os dedos magros
Ieda Beltrão

Resumo:
A solidão de um homem atormentado pela dor e solidão, que não tem coragem nem mesmo para buscar a morte.

Mãos nervosas, loucas, manchadas de vermelho comprimiam um peito sufocado de tanta angústia e opressão. Vontade de arrancar aquele sentimento de fraqueza que teimava em apagar seus dias, tornar a vida um verdadeiro inferno.
   Razão! Gritava uma voz que vinha lá de dentro da mente.
   Fraco! Demente! Até quando irá tua covardia diante das pessoas, do mundo que te cerca? O que pensa que estás fazendo com tua vida? Hipócrita! Acha que com mentiras, soberba chegará a algum lugar? Não passa de um verme nojento e pequeno que tenta da forma vil intimidar até mesmo aqueles a quem diz amar.
   Isso nobre senhor! Grite covarde, pensa que pode fazer sofrer sem que um dia não tenhas que pagar por seus erros? Humilhe, jogue palavras ao vento, ofenda, não pense que nasceu de uma mulher, que tem um pai, filhos, esposa. Continue, acredite que fazendo pouco dos outros estará galgando uma escada de sucesso. Vamos caro senhor, não pense que um dia as lágrimas que faz rolar em rostos alheios não irão também cobrir os olhos de teus filhos, teus irmãos.
   Mãos vermelhas agora passam por um corpo dobrado e nu, de um homem sem razão e só. Humilhado, cercado de nada. Homem de má fé, egoísta e fraco que com garras de veneno feriu muitas pessoas, umas inocentes, outras nem tanto, muitas merecedoras. Mas não importa, julgar a ti não cabe. Pobre humano, inteligente e estúpido, um rei sem trono, sem verdade, incapaz de respeitar.
   Agora chora diante da morte, como um débil agoniza triste, sem saber o que fazer diante do espelho que reflete um rosto bonito, de olhos verdes e profundos, que buscam por atenção, carinho, respeito, valor. Cretino! Quem pensa que é para pedir sentimentos tão nobres, nunca foi nobre, como pode querer consideração, meu caro?
   Fecha tuas mãos vermelhas, deita no chão e tenta voltar à razão. Idiota! Ainda é tempo, reflita só um pouquinho, sente, cheire tuas mãos secas e verá que ainda não tem sangue nelas, mas sim pitangas esmagadas.
   Tolo! Pensa que é rei, mas não passa que um reles idiota, que faz rir os ignorantes e os vermes como tu.
   Pitangas, meu caro, ainda são pitangas.


Biografia:
Ieda Beltrão - Jornalista Crônicas que falam do dia-a-dia. Emoções, medos, sentimentos extremos, dores,sorrisos, ternura, serenidade...eu...
Número de vezes que este texto foi lido: 52807


Outros títulos do mesmo autor

Crônicas Quando a alma escreve Ieda Beltrão
Crônicas Sorvete de Morango Ieda Beltrão
Crônicas Ainda São Pitangas Ieda Beltrão
Crônicas Presta ou não presta Ieda Beltrão
Crônicas Cheiro de Lux Ieda Beltrão
Crônicas Eu e o paquiderme Ieda Beltrão


Publicações de número 1 até 6 de um total de 6.


escrita@komedi.com.br © 2024
 
  Textos mais lidos
JASMIM - evandro baptista de araujo 68980 Visitas
ANOITECIMENTOS - Edmir Carvalho 57901 Visitas
Contraportada de la novela Obscuro sueño de Jesús - udonge 56729 Visitas
Camden: O Avivamento Que Mudou O Movimento Evangélico - Eliel dos santos silva 55804 Visitas
URBE - Darwin Ferraretto 55057 Visitas
Entrevista com Larissa Gomes – autora de Cidadolls - Caliel Alves dos Santos 54980 Visitas
Caçando demónios por aí - Caliel Alves dos Santos 54858 Visitas
Sobrenatural: A Vida de William Branham - Owen Jorgensen 54850 Visitas
ENCONTRO DE ALMAS GENTIS - Eliana da Silva 54755 Visitas
O TEMPO QUE MOVE A ALMA - Leonardo de Souza Dutra 54720 Visitas

Páginas: Próxima Última