Um crime perfeito
Caos. A cidade do Rio de Janeiro se encontra em crise desde o dia em que ocorreu uma morte bem inesperada do prefeito da cidade, Killer, no dia um de setembro de 1947.
Brian se preparava, depois de almoçar, para investigar o caso que abalou a cidade. Pegou seu chapéu e saiu lentamente de sua casa, enquanto ocorria em todos os canais da televisão brasileira a notícia:
“Prefeito do Rio de Janeiro é assassinado em sua mesa do escritório a queima roupa com três tiros no peito”
O homem chegou à delegacia, misteriosamente não falou com ninguém. Chegou à sua sala e viu o relatório em cima da mesa sobre que estava descoberto até agora do o assassinato.
Sentou-se em sua cadeira e logo depois o delegado Gordon abriu a porta.
— Quem é o sujeito que se mostra no relatório? — Perguntou Brian.
— Este é o homem que foi encontrado ao lado da vítima chorando. — Respondeu Gordon observando atentamente o charuto que Brian usava. — Mesmo assim ele é acusado de ter atirado no prefeito.
— Isto só vai levar a mais pistas cansativas. — Disse Brian se levantando e se encaminhando com seu charuto na boca à frente de Gordon. — Vamos descobrir quem matou esse homem e porque resolveu matá-lo logo dentro de seu escritório.
Lá se foram eles para descobrir quem foi o culpado do assassinato que repentinamente abalou o Brasil. Partiram diretamente da delegacia para o hotel onde aconteceu o assassinato e onde estava o principal suspeito.
Dentro do carro, Brian ainda fumava seu charuto, mesmo sendo proibido na época. Vendo que os olhos de Gordon estavam fixos ele ofereceu:
— Quer um charuto?
— Se tiver um, eu não posso deixar de recusar. — Respondeu Gordon levando seu sorriso no rosto junto com o pensamento de querer um charuto.
— Deixei em casa. — Disse Brian retirando rapidamente o sorriso de Gordon. — Mas não se preocupe, pois nos hotéis cinco estrelas como o que vamos agora, têm sempre uma caixa da melhor que existe.
Em torno do hotel estava uma faixa amarela em que a letra era tão miúda que não se dava para ver. Várias pessoas estavam em volta, o que dificultou a passagem do carro onde eles dois estavam.
— Saiam da frente! — Gritou Brian jogando o charuto em quem estivesse na frente.
Sua personalidade era muito referente a quem teria sangue tão frio que chegaria a matar alguém que lhe fizesse até o menor mal possível.
A multidão deu espaço. Já dentro do prédio os dois subiam até o último andar, onde aconteceu o crime, de elevador. Vários policiais estavam lá à procura de pistas e alguns levando o corpo do prefeito em cima de uma maca e com um pano branco tampando a imagem do terror da cidade.
Faltava apenas o detetive, que depois de alguns segundos já estava lá.
— Quais pistas foram encontradas até agora? — Perguntou Brian a um policial com vários papéis na mão.
— Apenas que surgiu a primeira testemunha do assassinato. Um homem que foi encontrado ao lado da vítima dizendo sobre as características do homem que ele diz que atirou a sangue frio no prefeito.
Brian entrou no apartamento sem dizer absolutamente nada. Seus olhos tiveram uma aparência negra dominando-o inteiramente, parecendo que o ódio estava em sua mente.
A testemunha estava sentada no quarto e o crime ocorreu na sala. Era um jovem, filho do prefeito, de mais ou menos 16 anos de idade e estava chorando desesperado, pois viu seu pai ser morto à sua frente.
Brian sentou-se frente a frente com ele e começou a fazer a enquete:
— Qual é o seu nome rapaz?
— Willian, senhor. — Respondeu o garoto.
— Vou fazer algumas perguntas para você. — Disse Brian que retirava seu chapéu e revelava seu cabelo preto e curto.
— Pode dizer senhor.
— Como ocorreu o assassinato?
— Estávamos eu e meu pai no escritório assistindo um filme de ação policial. Ele estava em seu dia de folga. Quando as luzes do hotel inteiro se apagaram!
— Continue. — Brian anotava tudo em seu caderninho de rascunho, pois havia esquecido o de trabalho.
— Depois do apagão veio o estralo da porta que caia lentamente. Reapareceu então uma imagem negra com cabelos curtos e negros. — Brian pegou seu chapéu de cima da cama, colocou-o de volta na cabeça e voltou a anotar. — Com uma capa branca que dava destaque juntamente com sua arma inteiramente prateada e as luvas. Foi muito rápido, pois quando as luzes se acenderam ele não estava mais lá e meu pai caído ao meu lado com três tiros no peito.
— Que tipo de arma ele estava usando?
— Não sei bem direito. Parecia ser um revólver calibre. Do qual eu não sei definir.
Brian, sem dizer nenhuma palavra, se dirigiu apartamento a fora lentamente e desceu de elevador até lá embaixo.
Bateu de frente com Gordon.
— O que descobriu? — Perguntou o delegado.
— Que o homem usava um revólver calibre todo prateado.
— Isso não resolve praticamente nada. — Os dois foram andando até o estacionamento onde estava o carro.
— Temos que descobrir com quem o prefeito tinha conflitos na Câmara Municipal. — Disse Brian entrando no carro e pegando sua chave.
— Devo saber quem é que obtinha mais conflitos com o prefeito. — Gordon entrava no carro também.
— E quem seria?
— O deputado Carlos Alencar.
— Então vamos até a casa dele e descobrir de vez quem é o verdadeiro feitor dessa polêmica.
— Mas não agora, pois o dia já está acabando e está anoitecendo. — Disse Gordon. — Amanhã continuaremos a investigação.
Brian levou o delegado até a delegacia e depois partiu rumo à sua casa.
A noite estava mais escura do que aparentava ser e Brian deitava-se em sua cama depois de retirar os sapatos e mesmo sem acender as luzes e ter jantado.
Quem seria realmente o assassino afinal? Quem teve a inteligência de fazer esse caos na cidade mesmo deixando várias pistas à mostra?
A noite se passou e, por mais longa que tenha sido Brian levantou-se em torno das seis horas da manhã. Colocou os sapatos e saiu de casa rapidamente sem mesmo ter arrumado sua cama.
Enquanto chegava à delegacia em silêncio e com seus pensamentos guardados, o deputado Carlos Alencar já estava lá pronto para ser interrogado por ele.
Brian entrou na sala de interrogação ao lado de Gordon e começava então o interrogatório.
— O que estava fazendo na noite em que o Sr. Killer foi assassinado?
— Estava dormindo com minha mulher no Hotel Galace, era meu dia de folga.
— Mas que pura conhecidência. — Disse Brian se levantando e começando a andar pela sala. — Pois o hotel em que o Sr. Killer foi assassinado era exatamente esse. O Hotel Galace.
— O senhor estava com uma arma para se proteger naquele dia? — Perguntou Gordon.
— Sim, mas era registrada e...
— Que tipo de arma o senhor obtinha naquele momento? — Perguntou Brian olhando fixamente para o deputado.
— Era um revolver calibre 28, porém...
— Está claro que o senhor está sendo culpado de ser o assassino que matou a sangue frio o prefeito Killer! — Interrompeu Gordon pegando suas algemas que estavam em seu cinto.
Silêncio. Depois partiu o choro dos olhos do deputado.
— Eu não queria! — Rapidamente, Gordon se levantou e se direcionou até as mãos do deputado fechando as algemas em torno do pulso sem piedade.
— O senhor está preso, por ser acusado de matar o prefeito Killer com três tiros no peito! — Disse o delegado.
Vieram três policiais que o pegaram e levaram Carlos Alencar para a detenção, onde ele estaria condenado a cinco anos de prisão.
— Caso resolvido detetive, o senhor pode ir pra casa agora e descansar tranquilamente. — Disse Gordon.
— Isso está fácil demais. — Brian retirava seu chapéu e depois coçava sua cabeça.
— O importante é que tudo isso acabou! Podemos descansar agora. — Gordon sorria.
Brian partiu para sua casa com seu carro, andando lentamente por entre as ruas do Rio de Janeiro pensando na resolução deste caso. Não compreendia como o assassino poderia se entregar tão facilmente.
Chegou a sua casa e antes mesmo de retirar os sapatos se encaminhou para seu escritório particular.
Olhou para a janela de vidro fechada e observou a população andando para lá e pra cá, onde várias trabalhavam e várias corriam de um destino horrível.
Quando via aquelas pessoas pensava em várias coisas, mas de repente uma lembrança lhe veio a calhar. Virou-se para sua mesinha e abriu a primeira gaveta. Lá dentro estava duas luvas brancas e um revolver calibre 28. Em seguida pegou o revolver e relembrou de quando chegou ao escritório do prefeito Killer dizendo a ele:
— Meu caro prefeito, eu venho te incomodar para lhe pedir que o senhor possa-me mudar de cargo para delegado. O que o senhor sugere?
— Você é um detetive. — Disse Killer fumando um charuto da mesma marca do que Brian fumava. — O que mais posso fazer. Sem esses imprestáveis que investigam crimes, não somos nada! Mas eu discordo, pois você não presta pra nada como detetive. Imagine como delegado o estrago que vai ser!
Os olhos de Brian naquele momento se escureceram e o ódio começou a surgir em si mesmo.
— Saia já daqui! — Gritou Killer.
Logo lhe veio a lembrança de quando ele estava em um casarão velho e abandonado da rua Joey à frente do deputado Carlos Alencar lhe entregando uma mala preta.
— Quantos? — Perguntou o deputado.
— Trinta mil. — Respondeu Brian. — Como foi o combinado. Agora faça o que for possível para pensarem que você é o assassino do prefeito.
Depois a imagem da hora em que ele atirou surgiu em sua cabeça. Atirava três vezes seguidas sem pensar duas vezes.
— Como eles foram tão burros de não perceber que o tempo todo o culpado foi eu!
Virou-se para a janela novamente e passou a olhar o movimento que havia a fora.
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