Login
E-mail
Senha
|Esqueceu a senha?|

  Editora


www.komedi.com.br
tel.:(19)3234.4864
 
  Texto selecionado
Um crime perfeito
Jordan Benevides


Um crime perfeito


     Caos. A cidade do Rio de Janeiro se encontra em crise desde o dia em que ocorreu uma morte bem inesperada do prefeito da cidade, Killer, no dia um de setembro de 1947.
     Brian se preparava, depois de almoçar, para investigar o caso que abalou a cidade. Pegou seu chapéu e saiu lentamente de sua casa, enquanto ocorria em todos os canais da televisão brasileira a notícia:
     “Prefeito do Rio de Janeiro é assassinado em sua mesa do escritório a queima roupa com três tiros no peito”
     O homem chegou à delegacia, misteriosamente não falou com ninguém. Chegou à sua sala e viu o relatório em cima da mesa sobre que estava descoberto até agora do o assassinato.
     Sentou-se em sua cadeira e logo depois o delegado Gordon abriu a porta.
     — Quem é o sujeito que se mostra no relatório? — Perguntou Brian.
     — Este é o homem que foi encontrado ao lado da vítima chorando. — Respondeu Gordon observando atentamente o charuto que Brian usava. — Mesmo assim ele é acusado de ter atirado no prefeito.
     — Isto só vai levar a mais pistas cansativas. — Disse Brian se levantando e se encaminhando com seu charuto na boca à frente de Gordon. — Vamos descobrir quem matou esse homem e porque resolveu matá-lo logo dentro de seu escritório.
     Lá se foram eles para descobrir quem foi o culpado do assassinato que repentinamente abalou o Brasil. Partiram diretamente da delegacia para o hotel onde aconteceu o assassinato e onde estava o principal suspeito.
     Dentro do carro, Brian ainda fumava seu charuto, mesmo sendo proibido na época. Vendo que os olhos de Gordon estavam fixos ele ofereceu:
     — Quer um charuto?
     — Se tiver um, eu não posso deixar de recusar. — Respondeu Gordon levando seu sorriso no rosto junto com o pensamento de querer um charuto.
     — Deixei em casa. — Disse Brian retirando rapidamente o sorriso de Gordon. — Mas não se preocupe, pois nos hotéis cinco estrelas como o que vamos agora, têm sempre uma caixa da melhor que existe.
     Em torno do hotel estava uma faixa amarela em que a letra era tão miúda que não se dava para ver. Várias pessoas estavam em volta, o que dificultou a passagem do carro onde eles dois estavam.
     — Saiam da frente! — Gritou Brian jogando o charuto em quem estivesse na frente.
     Sua personalidade era muito referente a quem teria sangue tão frio que chegaria a matar alguém que lhe fizesse até o menor mal possível.
     A multidão deu espaço. Já dentro do prédio os dois subiam até o último andar, onde aconteceu o crime, de elevador. Vários policiais estavam lá à procura de pistas e alguns levando o corpo do prefeito em cima de uma maca e com um pano branco tampando a imagem do terror da cidade.
     Faltava apenas o detetive, que depois de alguns segundos já estava lá.
     — Quais pistas foram encontradas até agora? — Perguntou Brian a um policial com vários papéis na mão.
     — Apenas que surgiu a primeira testemunha do assassinato. Um homem que foi encontrado ao lado da vítima dizendo sobre as características do homem que ele diz que atirou a sangue frio no prefeito.
     Brian entrou no apartamento sem dizer absolutamente nada. Seus olhos tiveram uma aparência negra dominando-o inteiramente, parecendo que o ódio estava em sua mente.
     A testemunha estava sentada no quarto e o crime ocorreu na sala. Era um jovem, filho do prefeito, de mais ou menos 16 anos de idade e estava chorando desesperado, pois viu seu pai ser morto à sua frente.
     Brian sentou-se frente a frente com ele e começou a fazer a enquete:
     — Qual é o seu nome rapaz?
     — Willian, senhor. — Respondeu o garoto.
     — Vou fazer algumas perguntas para você. — Disse Brian que retirava seu chapéu e revelava seu cabelo preto e curto.
     — Pode dizer senhor.
     — Como ocorreu o assassinato?
     — Estávamos eu e meu pai no escritório assistindo um filme de ação policial. Ele estava em seu dia de folga. Quando as luzes do hotel inteiro se apagaram!
     — Continue. — Brian anotava tudo em seu caderninho de rascunho, pois havia esquecido o de trabalho.
     — Depois do apagão veio o estralo da porta que caia lentamente. Reapareceu então uma imagem negra com cabelos curtos e negros. — Brian pegou seu chapéu de cima da cama, colocou-o de volta na cabeça e voltou a anotar. — Com uma capa branca que dava destaque juntamente com sua arma inteiramente prateada e as luvas. Foi muito rápido, pois quando as luzes se acenderam ele não estava mais lá e meu pai caído ao meu lado com três tiros no peito.
     — Que tipo de arma ele estava usando?
     — Não sei bem direito. Parecia ser um revólver calibre. Do qual eu não sei definir.
     Brian, sem dizer nenhuma palavra, se dirigiu apartamento a fora lentamente e desceu de elevador até lá embaixo.
     Bateu de frente com Gordon.
     — O que descobriu? — Perguntou o delegado.
     — Que o homem usava um revólver calibre todo prateado.
     — Isso não resolve praticamente nada. — Os dois foram andando até o estacionamento onde estava o carro.
     — Temos que descobrir com quem o prefeito tinha conflitos na Câmara Municipal. — Disse Brian entrando no carro e pegando sua chave.
     — Devo saber quem é que obtinha mais conflitos com o prefeito. — Gordon entrava no carro também.
     — E quem seria?
     — O deputado Carlos Alencar.
     — Então vamos até a casa dele e descobrir de vez quem é o verdadeiro feitor dessa polêmica.
     — Mas não agora, pois o dia já está acabando e está anoitecendo. — Disse Gordon. — Amanhã continuaremos a investigação.
     Brian levou o delegado até a delegacia e depois partiu rumo à sua casa.
     A noite estava mais escura do que aparentava ser e Brian deitava-se em sua cama depois de retirar os sapatos e mesmo sem acender as luzes e ter jantado.
     Quem seria realmente o assassino afinal? Quem teve a inteligência de fazer esse caos na cidade mesmo deixando várias pistas à mostra?
     A noite se passou e, por mais longa que tenha sido Brian levantou-se em torno das seis horas da manhã. Colocou os sapatos e saiu de casa rapidamente sem mesmo ter arrumado sua cama.
     Enquanto chegava à delegacia em silêncio e com seus pensamentos guardados, o deputado Carlos Alencar já estava lá pronto para ser interrogado por ele.
     Brian entrou na sala de interrogação ao lado de Gordon e começava então o interrogatório.
     — O que estava fazendo na noite em que o Sr. Killer foi assassinado?
     — Estava dormindo com minha mulher no Hotel Galace, era meu dia de folga.
     — Mas que pura conhecidência. — Disse Brian se levantando e começando a andar pela sala. — Pois o hotel em que o Sr. Killer foi assassinado era exatamente esse. O Hotel Galace.
     — O senhor estava com uma arma para se proteger naquele dia? — Perguntou Gordon.
     — Sim, mas era registrada e...
     — Que tipo de arma o senhor obtinha naquele momento? — Perguntou Brian olhando fixamente para o deputado.
     — Era um revolver calibre 28, porém...
     — Está claro que o senhor está sendo culpado de ser o assassino que matou a sangue frio o prefeito Killer! — Interrompeu Gordon pegando suas algemas que estavam em seu cinto.
     Silêncio. Depois partiu o choro dos olhos do deputado.
     — Eu não queria! — Rapidamente, Gordon se levantou e se direcionou até as mãos do deputado fechando as algemas em torno do pulso sem piedade.
     — O senhor está preso, por ser acusado de matar o prefeito Killer com três tiros no peito! — Disse o delegado.
     Vieram três policiais que o pegaram e levaram Carlos Alencar para a detenção, onde ele estaria condenado a cinco anos de prisão.
     — Caso resolvido detetive, o senhor pode ir pra casa agora e descansar tranquilamente. — Disse Gordon.
     — Isso está fácil demais. — Brian retirava seu chapéu e depois coçava sua cabeça.
     — O importante é que tudo isso acabou! Podemos descansar agora. — Gordon sorria.
     Brian partiu para sua casa com seu carro, andando lentamente por entre as ruas do Rio de Janeiro pensando na resolução deste caso. Não compreendia como o assassino poderia se entregar tão facilmente.
     Chegou a sua casa e antes mesmo de retirar os sapatos se encaminhou para seu escritório particular.
     Olhou para a janela de vidro fechada e observou a população andando para lá e pra cá, onde várias trabalhavam e várias corriam de um destino horrível.
     Quando via aquelas pessoas pensava em várias coisas, mas de repente uma lembrança lhe veio a calhar. Virou-se para sua mesinha e abriu a primeira gaveta. Lá dentro estava duas luvas brancas e um revolver calibre 28. Em seguida pegou o revolver e relembrou de quando chegou ao escritório do prefeito Killer dizendo a ele:
     — Meu caro prefeito, eu venho te incomodar para lhe pedir que o senhor possa-me mudar de cargo para delegado. O que o senhor sugere?
     — Você é um detetive. — Disse Killer fumando um charuto da mesma marca do que Brian fumava. — O que mais posso fazer. Sem esses imprestáveis que investigam crimes, não somos nada! Mas eu discordo, pois você não presta pra nada como detetive. Imagine como delegado o estrago que vai ser!
     Os olhos de Brian naquele momento se escureceram e o ódio começou a surgir em si mesmo.
     — Saia já daqui! — Gritou Killer.
     Logo lhe veio a lembrança de quando ele estava em um casarão velho e abandonado da rua Joey à frente do deputado Carlos Alencar lhe entregando uma mala preta.
     — Quantos? — Perguntou o deputado.
     — Trinta mil. — Respondeu Brian. — Como foi o combinado. Agora faça o que for possível para pensarem que você é o assassino do prefeito.
     Depois a imagem da hora em que ele atirou surgiu em sua cabeça. Atirava três vezes seguidas sem pensar duas vezes.
     — Como eles foram tão burros de não perceber que o tempo todo o culpado foi eu!
     Virou-se para a janela novamente e passou a olhar o movimento que havia a fora.     


Biografia:
Vida de escritor mirim não é fácil. Você tenta publicar seus livros mas não tem condições. Minha paixão pelos livros foi desde quando começei a assistir os filmes de ficção científica. Daí me apaixonei pela ficção e passei a transformar a ficção que estava em mim em histórias.
Número de vezes que este texto foi lido: 52803


Outros títulos do mesmo autor

Contos Uma viagem nas histórias Jordan Benevides
Contos Quem avisa amigo é, mas... Jordan Benevides
Contos Minha professora de matemática Jordan Benevides
Contos Um crime perfeito Jordan Benevides
Contos Perdoar quarenta vezes Jordan Benevides


Publicações de número 1 até 5 de um total de 5.


escrita@komedi.com.br © 2024
 
  Textos mais lidos
JASMIM - evandro baptista de araujo 68972 Visitas
ANOITECIMENTOS - Edmir Carvalho 57895 Visitas
Contraportada de la novela Obscuro sueño de Jesús - udonge 56715 Visitas
Camden: O Avivamento Que Mudou O Movimento Evangélico - Eliel dos santos silva 55793 Visitas
URBE - Darwin Ferraretto 55044 Visitas
Entrevista com Larissa Gomes – autora de Cidadolls - Caliel Alves dos Santos 54952 Visitas
Sobrenatural: A Vida de William Branham - Owen Jorgensen 54839 Visitas
Caçando demónios por aí - Caliel Alves dos Santos 54830 Visitas
ENCONTRO DE ALMAS GENTIS - Eliana da Silva 54734 Visitas
O TEMPO QUE MOVE A ALMA - Leonardo de Souza Dutra 54712 Visitas

Páginas: Próxima Última