As águas que escorrem das fendas
Tem a energia dos que com asas voam.
Alimenta a vida com seu movimento,
Molha a terra e liberta seu cheiro.
Mas, ainda que livre pertence ao Sol
Pois, seduzida se espalha em vapor
E colhe o desejo com seu véu.
Dama das noites de perfume narcótico.
Ah...! Essa água livre em sua queda!
Alimente os pássaros na primavera
Leva os beija-flores à lascívia.
E que façam do amor ao sexo!!
Cai livre chuva, traz o cheiro da terra molhada.
Inunda a vida, encha o hibisco com néctar
Onde a língua há de busca-lo.
Ao cálice de Venus, venham beija-flores!
Seu ardor alegra, seduz! Umedece.
Alimenta os corpos dos que amam na areia morna
No ocaso de luzes quase mortas no fim do dia.
luz de vela a lhes tolher a silhueta.
Beija-flor.. Beija a flor.
Colhe a água densa de açúcar,
Trague o beijo da mulher apaixonada.
Se alimente do mel que escorre em suas sépalas.
O desejo imperativo lhe sequestra.
A cor rosea dessas pétalas lhe atrai
Embebede da doce água.
E no fim, apenas descanse.
Gladyston Costa
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