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As Três Mil Faces de William
Wellington Almeida

Resumo:
Fogo e Gelo
Alguns dizem que o mundo acabará em fogo, outros dizem em gelo.
Fico com quem prefere o fogo
Mas, se tivesse de perecer duas vezes,
Acho que conheço o bastante do ódio
Para saber que a ruína pelo gelo
Também seria ótima e bastaria



Robert Frost

Eu acordo na sombria noite na cama de William, meus olhos buscam-no mais não o encontra. Meu coração chora em desespero, lutando para suprimir a dor que pulsa intensamente em suas veias, o sangue perdendo-se entre as paredes perdidas vermelhas, escolhendo cuidadosamente o lugar onde se concentrar. Reconheço as feições de um homem na fraca luz, e escuto uma melodia fria e ao mesmo tempo secreta; tocada por um anjo que esta sobre um piano, perto da grande janela. Oh! É o meu anjo; William. Seus longos dedos deslizam sobre as teclas do piano, como se elas estivessem escorregadias, a luz da lua á melodia fria e romântica é tocada, William esta apenas com sua gravata roxa sobre seu peitoral, á camisa estava jogada entre as minhas roupas. Um olhar morto e perfeitamente... Alucinante é jogado sobre mim... Nossa como ele é lindo! E sexy! Seus olhos verdes parecem ser de um horripilante predador observando sua caça... Sua presa... Simplesmente sua.

-Você não tem medo que eu á mate? – ele pergunta sobre o mesmo olhar frio.

Seus olhos cortantes como gelo, rasga em mim a fina pele que protegia minha coragem, deixando-a assim exposta como um ferimento encharcado de sangue... Dolorido ferimento... Enlouquecedor ferimento...

-Não, eu sei que você é mais forte do que seus instintos! – eu disse. –E eu o amo! Isso é mais forte do que qualquer coisa.

-Estúpido... Louco... Apaixonado... Por você, isso que verdadeiramente sou. Amando aquela pela qual eu deveria tirar a vida! – as notas da música se tornam mais graves – Você devia ser morta por eu te amar tanto, Srtª. Stephanie.

A música por fim acaba ele levanta-se lentamente e caminha em minha direção. A gravata livre em seu peito voa sobre o vento do seu andar, ele gentilmente levanta-me e em seus braços sou levada até a cama... Sua cama. Os lençóis brancos se tornam nossa intima morada. A gravata é enlaçada novamente em meu pescoço, sinto suas mãos apertá-la forte, sua calça ainda em seu corpo, a cinta é desprendida e ele á usa para chicotear a beirada da cama, estalos irrompem juntamente com a nossa respiração ofegante. Os movimentos de vai e vem do seu corpo... Seu olhar mortal... O prazer alastrando-se sobre cada mínimo espaço do meu corpo... Oh... William. –eu murmuro entre gemidos.

Ele solta a cinta e concentra-se na gravata roxa, apertando-a mais forte em meu pescoço – a dor física mais uma vez esquecida dentro de mim rejeita-se á subir na superfície da minha pele, e explorar cada terminação nervosa.

A cadeira visivelmente confortável torna-se alvo de suas observações... Indicando-a com a mão, ele agarra-me forte e me leva á ela. William senta-se primeiro e pede que eu sentasse em seu colo. Sinto meu corpo encostando-se ao dele freneticamente, suas mãos envolvem minhas costas. Os nossos lábios transformam-se em transmissores... Condutores naturais de eletricidade... Como se tivesse fios desencapados em nossos corpos... Eletrificados.

O êxtase é injetado em nossas veias e espalha-se por entre tudo que existe em uma perfeita junção de corpo á corpo. Enfim gozamos.
Ele entorna a garrafa d´agua na boca, a água jorra-se pra dentro do seu corpo quente, seus lábios deixam escapar gotas insignificantes da água fria. Seu corpo nu é envolvido por uma toalha, e ele dirige-se ao banho...

-Sinta-se convidada Step... –ele murmura triunfante, seu sorriso malicioso alastra-se em seu rosto perfeito.

-Eu não preciso de convites... –eu sussurro, enquanto ele entra definitivamente debaixo do chuveiro. Meu sorriso se faz presente tarde demais.

Depois de ambos perfeitamente vestidos, limpos e perfumados... Sinto-me livre para ir embora - apesar dessa palavra ‘ir embora’ doer absurdamente em mim. – eu tento fingir não ter entendido o duplo sentido na frase.

-Vou pedir para o meu motorista deixa-la em casa – ele sussurra depressivamente.

-Me leve você mesmo! – eu sugiro.

-Hoje não posso, tenho que adiantar algumas coisas Stephanie. –ele disse.

-Ok, boa noite! –eu digo, enquanto ele se aproxima e estaciona seus lábios nos meus. Sua mão demora mais que o suficiente para deixar minha pele, mais á deixa.

-Ah, Steph... Antes que eu esqueça... Você... –ele hesita ao falar, e então continua. –Você fugiria comigo se algo desse errado e fosse preciso eu ir embora?

O fluxo momentâneo da dor atordoante que se rejeitava vir á tona agora incide sobre meu coração fazendo-o afundar no medo.

-Claro que sim. –eu respondo, contudo, dúvidas afligem-me instantaneamente. Essa era á hora imprópria de fazer perguntas.

-Que bom saber disso – ele disse aliviado, como se tirassem um peso de suas costas.

William leva-me até a saída do sua casa, nossas mãos fortemente enlaçadas despencam para o nada e eu avanço pra dentro do carro, sento-me no banco do carona da limusine de William e o carro arranca cidade á dentro. As lágrimas começam a cair...

Continua...


Biografia:
Meu nome é Wellington Almeida,nasci no estado de são paulo, mais fui criado no interior do Paraná. Onde com muito orgulho surge deliciosas histórias para entreter-me e me fazer flutuar nas maravilhosas facetas da escrita.
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