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Um planeta desconhecido
DIRCEU DETROZ

Foi a inteligência quem fez os humanos se sentirem uma raça superior. Ela também é a responsável por nosso quase completo desconhecimento do lugar que habitamos. À medida que fomos nos aprisionando nas selvas de concreto, passamos a acreditar ser apenas nós e nossos animais de estimação.

Quanto mais somos aparelhados pela tecnologia, mais essa crença cresce. Perdemos a noção daquilo que nos rodeia. As selvas. Os mares. Os rios. Os desertos, Os polos gelados. As cordilheiras que se escondem nas nuvens. A vida intensa que nasce, vive e morre nesses lugares. É fato. Nem sabemos exatamente o que estamos destruindo.

Além de desconhecido pela raça humana, o planeta Terra é um lugar perigoso. Num piscar de olhos a morte pode chegar causada por um terremoto. Pela erupção de um vulcão. Pelas ondas de um tsunami. Nenhuma inteligência é capaz de evitar tais tragédias. E nós os humanos seremos os responsáveis por causar outras tantas.

Sim! A Terra é um lugar perigoso. Entretanto, o friozinho na barriga que sentimos ao nos darmos conta de que o nosso planeta é fascinante não tem preço. Devemos agradecer por esse friozinho gostoso os canais de TV que exibem documentários mostrando lugares fora das selvas de concreto. Os homens e mulheres que viajam para filmá-los.

O que os habitantes das selvas de concreto veem olhando para o céu a noite? Então, que privilégio é ver as tomadas gravadas das noites límpidas e estreladas nas selvas africanas. Ver o predador e a presa lutando não apenas pela sobrevivência. Precisam batalhar também contra o predador inteligente para escapar da extinção. A disputa por território. As migrações para fugir das secas. Nós somos a raça superior, mas são os grous que migram voando a oito mil metros de altura sobre as montanhas do Himalaia.

Sem um calendário, já está ficando difícil destingir as estações do ano nas selvas de concreto. Nos lugares onde a civilização ainda não chegou principalmente próximos aos polos, as primaveras e os curtos verões exibem todo o seu esplendor. Uma explosão magnífica de cores, antes de serem substituídos pelos escuros outonos e invernos. É nos polos que as consequências das mudanças climáticas se mostram mais assustadoras.

Claro que os documentários não esquecem os mares. A exuberância da vida marinha é de tirar o fôlego. Eles foram o berçário da vida no planeta. Neles nadam graciosos os maiores seres vivos que conhecemos. As baleias. De novo pelas mãos dos predadores inteligentes os mares adoeceram. Antes de morrerem provocarão tragédias que matarão milhares desses predadores.

A nossa inteligência não impede de sermos o elo mais fraco do planeta. Nem nos garante exclusividade. Nossa crença de raça superior é enganadora.


Biografia:
Sou catarinense, natural da cidade de Rio Negrinho. Minhas colunas são publicadas as sextas-feiras, no Jornal do Povo. Uma atividade sem remuneração.Meus poemas eu publico em alguns sites. Meu e-mail para contato é: dirzz@uol.com.br.
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