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Insulta o que pode
Sergio Ricardo Costa




Igual ao igualmente feio
             Império do Feio,
Muito aterrador
           Tropeça
Na sorte escassa, nova, desigual,
Segura
E, então, a pior palavra proferida desde
A infância,
Acaba sendo caprichosa e pouca.

E a mesma desculpa vale para quem se arrisca,
À beira da sorte, a ser o maioral, por vezes
À toa nas águas sendo um mestre,
Outras vezes,
A rir do que pode ser superior à sua
                                           Vontade,
Nenhuma ânsia de poder que viva,
Insulta o que pode mais que deveria
— E boa —
Semelha viver, enfim, a impressão das coisas
Serenas sem medo,

Firme tessitura dura

Demais para quem prefere não ouvir direito
O insulto e algum plano inventa lentamente e a tarde
Imersa nos fatos vale apenas pelos fatos.

É ainda, esta vez, que venha ao coração bons tempos,
Enquanto mais perde a mera pretensão da vida,
Após enxergar a vida através de tempos
(Distantes) de homem livre — e o que é como dura
Mentira, parece menos improvável luta
Do quanto venceu, vez ou outra, na cela ao lado
Da sua, os dentes amplos dos amigos, feito
Alguém no passado e mártir, por estar ferido,
Tornou-se indigesto rosto entre confrades muito
Polêmicos: Gritam -- "Bêbado!", mas isto é tudo
Que têm contra o ex -amigo.

Gritam: "Tchau, se cuida,
Que já vão sujar seu rabo limpo!": isto é tudo
Que sabem gritar.

Insultam o que podem, menos
Mais podem, contudo.

O medo, por alguma sorte,
Sucumbe de vez, não para confundir feridas
Ou dor ou o enorme amor que reservava. Hoje
Chama-lo de burro insulta os jumentos.

Hoje
Insulta o que pode, igual ao igualmente feio
Macaco bonobo, clássica cobaia morta
Em sua gaiola.

Cheio de horror, o elo
Perdido do homem, jóquei de linguiça, o comem
Com muitas patinhas largas — e o som que fazem
Com unhas e dentes, beira a sensação de tudo,

Percebe afinal que amigos — dispensaram nada:

Almoços, cidades, anos, devoraram tudo;
Os olhos, o rabo e o ar a sua volta, nada
Mais falta a não ser mãos sujas, meramente tudo
Irônico e tão incerto palpitando o nada,
Uns tapas na cara para adiar a morte,
Conhece o que é normal e dá a sua vida
                                             Total sabor:
Falta ar em sua flauta e sobra
Arame farpado, exata oposição cercando
Seu mundo, com pífio pífaro piando, hora
Após hora, dia após dia o desprezo em gestos
Contidos, sentindo medo, olhando o mundo (como
Parâmetro).


Biografia:
-
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