Login
E-mail
Senha
|Esqueceu a senha?|

  Editora


www.komedi.com.br
tel.:(19)3234.4864
 
  Texto selecionado
Insulta o que pode
Sergio Ricardo Costa




Igual ao igualmente feio
             Império do Feio,
Muito aterrador
           Tropeça
Na sorte escassa, nova, desigual,
Segura
E, então, a pior palavra proferida desde
A infância,
Acaba sendo caprichosa e pouca.

E a mesma desculpa vale para quem se arrisca,
À beira da sorte, a ser o maioral, por vezes
À toa nas águas sendo um mestre,
Outras vezes,
A rir do que pode ser superior à sua
                                           Vontade,
Nenhuma ânsia de poder que viva,
Insulta o que pode mais que deveria
— E boa —
Semelha viver, enfim, a impressão das coisas
Serenas sem medo,

Firme tessitura dura

Demais para quem prefere não ouvir direito
O insulto e algum plano inventa lentamente e a tarde
Imersa nos fatos vale apenas pelos fatos.

É ainda, esta vez, que venha ao coração bons tempos,
Enquanto mais perde a mera pretensão da vida,
Após enxergar a vida através de tempos
(Distantes) de homem livre — e o que é como dura
Mentira, parece menos improvável luta
Do quanto venceu, vez ou outra, na cela ao lado
Da sua, os dentes amplos dos amigos, feito
Alguém no passado e mártir, por estar ferido,
Tornou-se indigesto rosto entre confrades muito
Polêmicos: Gritam -- "Bêbado!", mas isto é tudo
Que têm contra o ex -amigo.

Gritam: "Tchau, se cuida,
Que já vão sujar seu rabo limpo!": isto é tudo
Que sabem gritar.

Insultam o que podem, menos
Mais podem, contudo.

O medo, por alguma sorte,
Sucumbe de vez, não para confundir feridas
Ou dor ou o enorme amor que reservava. Hoje
Chama-lo de burro insulta os jumentos.

Hoje
Insulta o que pode, igual ao igualmente feio
Macaco bonobo, clássica cobaia morta
Em sua gaiola.

Cheio de horror, o elo
Perdido do homem, jóquei de linguiça, o comem
Com muitas patinhas largas — e o som que fazem
Com unhas e dentes, beira a sensação de tudo,

Percebe afinal que amigos — dispensaram nada:

Almoços, cidades, anos, devoraram tudo;
Os olhos, o rabo e o ar a sua volta, nada
Mais falta a não ser mãos sujas, meramente tudo
Irônico e tão incerto palpitando o nada,
Uns tapas na cara para adiar a morte,
Conhece o que é normal e dá a sua vida
                                             Total sabor:
Falta ar em sua flauta e sobra
Arame farpado, exata oposição cercando
Seu mundo, com pífio pífaro piando, hora
Após hora, dia após dia o desprezo em gestos
Contidos, sentindo medo, olhando o mundo (como
Parâmetro).


Biografia:
-
Número de vezes que este texto foi lido: 61648


Outros títulos do mesmo autor

Poesias Sentindo azia no caminho para a Ásia Sergio Ricardo Costa
Poesias Dois textos Sergio Ricardo Costa
Poesias Seduz, porque habitado Sergio Ricardo Costa
Poesias Uma idade entre a sua e uma estrela Sergio Ricardo Costa
Poesias De verdes pés, Curupira! Sergio Ricardo Costa
Poesias Robin Hood roubava Sergio Ricardo Costa
Poesias Na possibilidade de um passo Sergio Ricardo Costa
Poesias Rapaz! E as aves, onde estão? Sergio Ricardo Costa
Poesias Letras são Sergio Ricardo Costa
Poesias E tem o 'palhaço' assassino Sergio Ricardo Costa

Páginas: Primeira Anterior Próxima Última

Publicações de número 181 até 190 de um total de 208.


escrita@komedi.com.br © 2025
 
  Textos mais lidos
Barreiras - Maria 62111 Visitas
MANIFESTO, PROFECIA OU JOGO DE BEISEBOL? - Lailton Araújo 62109 Visitas
Como recondicionar a cognição? - Giulio Romeo 62108 Visitas
PRA LÁ DE CAIPIRA - Orlando Batista dos Santos 62108 Visitas
O seagulling e seus efeitos na vida de um casal... - Giulio Romeo 62106 Visitas
INFÂNCIA DES - VALIDA! - MARCO AURÉLIO BICALHO DE ABREU CHAGAS 62103 Visitas
Sou Assim - José Ernesto Kappel 62103 Visitas
UMA NOVA CONCEPÇÃO DO DIREITO - MARCO AURÉLIO BICALHO DE ABREU CHAGAS 62102 Visitas
Sextante - Flora Fernweh 62101 Visitas
Carta 2 para Sophie Scholl - Out/2024 - Vander Roberto 62101 Visitas

Páginas: Primeira Anterior Próxima Última