Login
E-mail
Senha
|Esqueceu a senha?|

  Editora


www.komedi.com.br
tel.:(19)3234.4864
 
  Texto selecionado
Fé Crescente
Archibald G. Brown

Título original: Growing Faith

Por: Archibald G. Brown (1844-1922)

Traduzido, Adaptado e Editado por Silvio Dutra


“Sempre devemos, irmãos, dar graças a Deus por vós, como é justo, porque a vossa fé cresce muitíssimo, e o amor de cada um de vós aumenta de uns para com os outros,
De maneira que nós mesmos nos gloriamos de vós nas igrejas de Deus por causa da vossa paciência e fé, e em todas as vossas perseguições e aflições que suportais” ((2 Tessalonicenses 1.3,4)
(Nota do tradutor: Podemos vislumbrar um dos grandes motivos de a fé dos tessalonicenses ter crescido muitíssimo, apesar do pouco tempo que tinham de convertidos, por ocasião da escrita das duas epístolas que o apóstolo destinou àquela igreja, foi a provação.
Em ambas ele faz referência às duras perseguições que os tessalonicenses estavam enfrentando em razão da sua fé em Jesus Cristo, como citado no texto em título (verso 4), e na introdução da primeira epístola:
“Porque o nosso evangelho não foi a vós somente em palavras, mas também em poder, e no Espírito Santo, e em muita certeza, como bem sabeis quais fomos entre vós, por amor de vós. E vós fostes feitos nossos imitadores, e do Senhor, recebendo a palavra em muita tribulação, com gozo do Espírito Santo.
De maneira que fostes exemplo para todos os fiéis na macedônia e Acaia.” (I Tessalonicenses 1.5-7).
Sabemos pela prática e pelo testemunho das próprias Escrituras que nada contribui mais para o aumento e o refino da fé do que as provações suportadas por amor ao Evangelho. Os tessalonicenses tiveram este privilégio de terem a sua fé provada em grande extensão, e desta forma fizeram grande avanço na vida espiritual, conforme o testemunho que o apóstolo Paulo dá acerca deles.
Assim, o contraste entre crentes piedosos e cheios de fé, e crentes mundanos, sempre pôde ser visto ao longo de toda a história da Igreja Cristã, pois os primeiros são achados principalmente em países em que há grande oposição ao evangelho, e os últimos em circunstâncias em que a sua fé é pouco ou nada provada.
O que parece ser um progresso para o avanço do evangelho em vidas santificadas – a liberdade religiosa da qual tanto nos gloriamos – de certa forma, acaba por se tornar um fator impeditivo ao progresso na fé em razão das grandes comodidades que são oferecidas pela vida moderna, notadamente no chamado mundo Ocidental.
Agora, ninguém precisa ir à busca de perseguições para que a sua fé seja aumentada, pois, uma vez que decidamos nos consagrar de fato a Deus e à Sua vontade, por um verdadeiro interesse em guardar a Sua Palavra, amando os Seus mandamentos, e entregando-se de forma aplicada ao uso de todos os meios de graça que são necessários para tal (meditação da Palavra, vigilância, oração incessante, comunhão com os santos etc), o reino das trevas se levantará em paralelo para tentar se opor ao nosso avanço na fé, e esta será uma das principais causas das provações que serão permitidas por Deus para que sejamos aperfeiçoados.
A pessoa que tem em si mesma o testemunho de estar crucificada para o mundo e o mundo para ela tem também o testemunho de saber que há vida eterna no espírito, porque a nova criatura vive e cresce na mesma medida em que o velho homem morre a cada dia.
Evidentemente, por ser este um trabalho que pode ser efetuado somente por Deus, mediante a graça que está em Jesus Cristo, e operado pelo poder do Espírito Santo, podemos saber que não está em nós mesmos a capacidade para fazer tal trabalho de deixar de ser atraído pelas coisas que antes nos dominavam, inclusive as lícitas, e que agora não exercem mais qualquer tipo de fascínio sobre nós, uma vez que somos movidos por desejos mais nobres e elevados, conforme são inspirados pela presença e ação do Espírito Santo em nós.
Apesar de não estar em nós mesmos o poder para tal trabalho, todavia ele nunca progredirá naqueles que são negligentes quanto à sua consagração a Deus, por nunca terem tomado a decisão de serem pessoas piedosas, devotadas e santas. Na verdade, não basta o desejo de ser assim, mas ter um real empenho em buscar ao Senhor e as coisas que são relativas ao Reino dos Céus, pelo carregar diário paciente da cruz e o exercício da autonegação, para que sejam implantadas em nós as virtudes de Cristo, pelo Espírito.
Um coração cativado por Deus e que recebeu a obra da mortificação da carne, é um coração inclinado para o Espírito - ao que Paulo chama de pendor do Espírito no lugar do pendor da carne.
Daí o mesmo apóstolo afirmar o seguinte: “Porque a inclinação da carne é morte; mas a inclinação do Espírito é vida e paz.” (Rom 8.6).
Em face desta realidade, a consequência terrível de permanecer vivendo segundo a inclinação da carne significa morte espiritual, e a consequência abençoada de se mortificar a carne por meio do poder do Espírito é vida, a vida espiritual abundante que está em Jesus Cristo.
“Porque, se viverdes segundo a carne, morrereis; mas, se pelo Espírito mortificardes as obras do corpo, vivereis.” (Romanos 8.13).
Até aqui as palavras do tradutor.
O egoísmo é propenso a se misturar não somente com as nossas orações, mas também com os nossos louvores. Assim como na oração somos propensos a pedir a nosso Senhor somente aquelas coisas que nos preocupam mais especialmente, e ignoramos as necessidades dos outros; assim, em nossos louvores, somos aptos a cantar apenas sobre aquelas misericórdias que nós mesmos recebemos: "Bendizei ao Senhor, oh minha alma, e tudo o que há dentro de mim bendiga o seu santo nome", é na maioria das vezes a nossa canção na linguagem da gratidão, por misericórdias que caíram em nossa própria porta.
Mas, o filho de Deus nos seus momentos mais elevados de comunhão reconhecerá alegremente a obrigação de louvar as misericórdias concedidas aos outros. Ele cantará não somente pelo que o Senhor lhe fez, mas também pelo que a graça tem realizado nos corações de seus companheiros.
Agora, nos arriscamos a dizer que um espírito mais altruísta do que o do apóstolo Paulo nunca foi encontrado na terra, conforme o exemplo que nos é dado em nosso texto. Aqui temos dele muito júbilo, e usando a linguagem mais forte para expressar essa alegria, não por causa de alguma misericórdia particular recebida para ele mesmo, mas porque o Senhor tinha abençoado os membros da igreja em Tessalônica em suas próprias almas.
A alegria de Paulo a esse respeito pode ser facilmente compreendida. Aquela igreja infantil em Tessalônica fora plantada por sua instrumentalidade e a grande maioria de seus membros tinha sido conquistada por seu ministério. Ele podia olhar para aqueles jovens convertidos e dizer: "Eu vos gerei de novo no Senhor, vós sois a minha alegria e coroa de regozijo".
A simpatia e o amor que existem entre o conquistador da alma e a alma ganha, entre o instrumento de conversão e o convertido - são tão íntimos e queridos que nunca podem ser descritos pelos lábios - mas apenas realizados no coração. O amor de um pai para com seus filhos não é mais profundo do que o amor que um pai espiritual sente em relação àqueles que o Senhor lhe deu; e o interesse de um pai pelo crescimento e prosperidade de seus filhos não é maior do que a ansiosa solicitude sentida por parte daquele que tem sido o meio de levar almas a Cristo; e da parte do ministro para selar o seu ministério.
O crescimento espiritual dos novos convertidos de Paulo na igreja de Tessalônica foi tal que, quando ele marcou seu curso, a alegria transbordou em sua alma, e na linguagem do texto, sentiu-se ligado por um impulso que era impossível resistir, de dar graças a Deus em seu favor. Entre as causas de sua gratidão estava a seguinte: que ele percebia que a graça da fé estava crescendo muito neles.
Existem quatro verdades proeminentes ensinadas no texto. Que o Espírito Santo nos ajude em nossa meditação sobre elas.
A primeira é esta - que é a vontade divina que a fé deve crescer.
Em segundo lugar - que o crescimento da fé é obra de Deus.
Em terceiro lugar - que o crescimento da fé é motivo de regozijo.
Em quarto lugar - que a fé não só deve crescer - mas crescer excessivamente.
I. É a vontade divina que a fé cresça. O crescimento é uma das características da obra de Deus. Desde o momento em que, na manhã da criação, ele fez obedecer a seu mandamento, todas as coisas nasceram em existência madura, desde então até o presente, sucessivos estágios de crescimento marcaram sua obra. Todas as árvores do jardim do Éden foram criadas tendo "fruto segundo a sua espécie, com sementes nelas". (Gên 1.11). E assim, durante séculos, as sementes caíram na terra, brotando, formando raízes, crescendo e gradualmente tomando o lugar das florestas que caem diante do madeireiro.
O carvalho que enfrenta a tempestade e luta com fúria selvagem com o vendaval - que vive no furacão, e lança suas raízes ásperas profundamente para baixo através do solo, até que finalmente aperta a rocha com a força de um Sansão - é, afinal de contas, apenas a consequência da bolota (semente do carvalho), uma vez carregada no bolso de uma criança, e jogada com alegria infantil pelo desfiladeiro.
A águia, que olha o sol sem piscar os olhos - que dirige o seu curso nos dentes da tempestade - que ri das montanhas, quando com suas largas asas voa majestosa sobre elas – foi uma vez a pequena águia no ninho, que temia abrir as suas asas.
O Deus da Natureza e o Deus da Graça são um só. Como em duas pinturas feitas pela mesma mão - embora os rostos retratados possam ser dissimilares em quase todos os traços - ainda assim você percebe que o mesmo lápis esboçou ambos os semblantes; assim, quando olhamos para os reinos da Natureza e da Graça, é evidente que o mesmo Deus reina em ambos.
Amados, as árvores de Deus, as árvores semeadas por sua mão, não alcançam sua proporção total em um momento. É verdade, que no reino da Graça, as velhas cabeças não são encontradas em ombros jovens. O velho santo veterano de cabelos prateados, amadurecido por anos de longa experiência, é apenas a consequência do pecador, uma vez quase desesperado que foi regenerado pela graça de Deus. Aquele homem de Deus, tão poderoso em sua fé – Elias, que parece quase capaz de abrir ou fechar o Céu com suas orações, é simplesmente o resultado do buscador trêmulo, que uma vez clamou "Senhor, creio, ajude minha incredulidade" (Marcos 9.24).
Os santos de Deus, que agora se erguem como com asas de águia, nem sempre conseguiam olhar sem piscar o sol. As águias de Deus não podem, desde o primeiro momento, se erguer sobre o furacão, nem brincarem na tempestade. Foram uma vez as minúsculas águias no ninho.
Por muito que acreditem, vocês podem ter crescido, e por mais elevados que possam ser os seus alcances espirituais, não se esqueçam de sua fraqueza original. Isto o levará à humildade pessoal em sua própria alma e ensiná-lo-á ternura para com os outros.
E para aqueles de vocês que não conhecem o Senhor há muito tempo, aqueles de vocês "que são a nossa coroa de regozijo", diríamos a vocês - não fiquem muito abatidos pelos fracassos. Não pense que porque você ainda não alcançou a fé e alegria de determinados crentes, que não houve obra de graça genuína em seu coração. Aquele que iniciou a obra, aperfeiçoará tudo por etapas sucessivas, pois o crescimento é o método de trabalho de nosso Senhor.
Talvez alguns façam a pergunta: "Por quê a fé deve crescer?" A essas pessoas respondemos, que deve ser motivo suficiente que isto seja da vontade de Deus, e acrescentamos na linguagem de réplica de Paulo: "Ó homem, quem és tu para contenderes com Deus?" (Romanos 9.20).
Mas, embora nós mesmos estejamos perfeitamente satisfeitos com esta resposta - nos arriscamos a sugerir que o crescimento de um crente é parte da alegria de Deus. Há um prazer em observar o crescimento. Apelo para aqueles de vocês que são pais, se não é assim. Não é a sua maior alegria marcar o crescimento terno do corpo, e o desenvolvimento gradual da mente, da pequena luz do lar? Será que aquele que implantou aquela alegria nos pais, não a possui? Certamente não é demais dizer que nosso Pai Celestial tem um interesse infinito e encontra uma alegria infinita no crescimento de Seus filhos redimidos.
(Nota do tradutor: Se Deus é santo, e se importa que sejamos também santos, jamais poderíamos atender ao propósito da criação caso não tivéssemos uma fé aumentada, porque sem ela não podemos crescer espiritualmente em santificação.)
No livro de Cantares de Salomão, encontramos Cristo andando em Seu jardim, para ver como a mirra, o aloés e as especiarias cresciam, e comer seus frutos agradáveis. Além disso, é por esse processo de crescimento gradual que melhor aprendemos de nosso Senhor. Se alcançássemos a maturidade ao mesmo tempo, perderíamos muitas experiências doces; teríamos pouco conhecimento de sua bondade amorosa, e saberíamos muito pouco de sua grande ternura. É melhor, portanto, para o nosso próprio coração e para a sua glória, que a santificação seja marcada pelo crescimento.
Vejamos agora, em segundo lugar,
II. Esse crescimento na fé é obra de Deus. Isto nós recolhemos da forma da expressão usada em nosso texto, "nós somos obrigados a agradecer a Deus." Paulo reconheceu o crescimento da fé na Igreja de Tessalônica, como sendo obra de Deus. Que é assim - eu acho que podemos mostrar-lhe em uma única frase: crescimento depois de tudo é, senão o desenvolvimento da vida, e a vida é o sopro de Deus. O homem nunca foi capaz de colocar essa coisa secreta em qualquer uma de suas obras que fará com que cresçam. O escultor pode cinzelar o bloco de mármore em uma forma de beleza até que pareça quase respirar, mas não tem nenhum poder inerente de desenvolvimento - um século de tempo vai encontrá-lo, como sua mão o deixou. O artista pode modelar em cera, flores que enganam a visão - mas para transmitir esse poder que fará com que o broto se abra em uma flor está além de sua habilidade. Da mesma forma, a prerrogativa de causar crescimento é só de Deus, e esse crescimento é tanto o seu trabalho como a primeira implantação do princípio da vida.
Não é o desejo mais profundo de cada crente crescer em conformidade com o seu Senhor? E ainda assim ele não aprendeu por experiência dolorosa, sua própria incapacidade de fazê-lo? Ele sabe que é seu Deus que deve trabalhar dentro de si, o querer e o efetuar segundo a Sua boa vontade.
"Fé, é uma graça preciosa
Sempre que é concedida,
Vangloria-se de um nascimento celestial,
E é o dom de Deus.
Senhor, é seu trabalho sozinho,
E que é divinamente livre;
Mande o Espírito do seu Filho
Trabalhar essa fé em mim. "
E, aqui, deixe-me dar a expressão de um pensamento, peço-lhe que possa ser motivo de meditação para ser cumprido em sua vida futura. A santificação vem pelos mesmos meios que a justificação - com a mesma fé que você achou que confiou em Cristo para salvá-lo; você deve confiar para que ele o faça santo, a linguagem de seu coração deve ser: "Senhor Jesus, confio em que você pode subjugar os meus pecados, confio em que você me moldará à sua imagem, confio em que você soprará seu Espírito dentro de mim."
A árvore não cresce por esforços violentos próprios - mas simplesmente por viver ao sol. Exatamente assim, os filhos de Deus não crescem por seus próprios votos e resoluções - mas morando à luz de Seu semblante, que é o "Sol da Justiça". É o Sol que melhora, tanto o fruto da natureza como da graça.
Você pergunta como Deus faz crescer nossa fé? Eu respondo: de três maneiras.
Primeiro, colocando na própria fé um princípio que obriga seu crescimento. Como na criança, assim na fé há aquilo que se desenvolve naturalmente. Uma fé viva, vivendo porque é dada por Deus, deve crescer.
Talvez alguns vão objetar. "Se isso é verdade, como você concilia isto com sua declaração anterior de que o crescimento na fé é obra de Deus sozinho?" Esta é uma objeção muito antiga. Cada infiel tem tocado sobre esta corda, e declarado que tudo é regido por leis eternas - mas quem fez as leis, e quem deu à fé o princípio de crescer?
Este princípio de crescimento na fé proíbe que a fé permaneça a mesma. Mas, o crescimento requer nutrição - e pelo alimento Deus aumenta a fé. A criança cresce pela comida; e a árvore não cresce a não ser que tire seu alimento da terra e do sol. O autor de nossa fé, deseja que a fé tenha um banquete contínuo. Quero me referir às promessas. Estou me dirigindo a alguém que tenha uma fé fraca e tímida? Então, que se deleite com uma promessa como esta: "Minha graça é suficiente para você." (2 Cor 12.9). Existe alguém em perigo sobre o futuro olhando para a frente com apreensão para os próximos dias? Então, que a sua fé se fortaleça com esta promessa: "Como os vossos dias, assim será a vossa força". (Deuteronômio 33,25). Em todo o seu abençoado Livro, o Senhor providenciou aquilo em que nossa fé pode e deve crescer mais forte. A fé vive na atmosfera das promessas da Palavra de Deus.
Agora, uma criança não crescerá sozinha; ela precisa de exercício. O crescimento no volume não é sempre crescimento na força. O próprio esforço que traz cansaço e faz com que o pequenino pare para descansar, traz consigo também força. Não é sentado na mesa de jantar, mas correr ao ar livre em exercício saudável que faz a criança crescer.
A árvore cresce não só através do sol e suaves brisas de verão, mas pelos ventos invernais. É a tempestade que lhe dá estabilidade, e ela suga sua força do peito da tempestade. Uma semana de campanha no campo de batalha fará um soldado melhor do que em um ano de aulas teóricas. Apenas assim, Deus faz a fé de seus filhos crescer forte - pelo exercício. Para a fé de Abraão, ele dá um Monte Moriá; para a fé de Jacó, a perda de um Benjamim. Para a fé de Daniel, uma cova de leões; e à fé de Jó, uma sucessão de mensageiros do mal.
E não pense, crente, que você será uma exceção. Sua fé terá que crescer sendo forçada e provada. Seu braço de fé como o ferreiro, terá seus músculos fortes, empunhando muitos martelos. Assim, tentamos mostrar que a fé cresce por. . .
Um princípio interno,
Alimentação adequada,
E exercício diário.
III. Este versículo nos ensina que o crescimento na fé é motivo de regozijo. "Somos obrigados a agradecer a Deus, irmãos, porque a vossa fé cresce muito." Por que você acha que o Apóstolo Paulo se alegrou com o crescimento da fé deles? Penso principalmente por duas razões.
Primeiro, porque ele sabia que, à medida que sua fé crescia - assim também seria sua felicidade. Fé e felicidade sempre andam de mãos dadas. Pouca fé é da mesma natureza que a grande fé, e salva certamente; mas pouca fé está sempre chorando e enxugando os olhos - enquanto a grande fé ocupa o dia inteiro em louvar. A pouca fé diz: "Tenho certeza de que não sei se sou Seu, Senhor, espero que eu seja." E se consegue superar esta dificuldade, ela só cai em outra, e quando entra no fluxo de problemas começa a gritar "Um abismo chama outro abismo, ao ruído das tuas catadupas; todas as tuas ondas e as tuas vagas têm passado sobre mim." (Salmo 42.7).
Mas, a fé forte é gloriosamente consciente de seu interesse salvador em Cristo, e com voz alegre diz: "Eu sei em quem tenho crido, e estou convencido de que ele é capaz de guardar o que lhe tenho confiado até aquele dia". Quando no meio do fluxo sua cabeça está acima da água, e vê a terra seca à frente, enquanto ouve em antecipação o Salvador lhe dando as boas-vindas, "Vinde benditos de meu Pai". (Mateus 25.34). Ambos caminham pela mesma estrada, e certamente chegarão ao mesmo lugar – mas, suas experiências na viagem são muito diferentes. Não preciso me deter muito nesse ponto, pois seu coração lhe diz que quando sua fé é mais forte, sua alegria é maior.
Creio que também Paulo se alegrou porque sabia que à medida que a fé dos tessalonicenses aumentava, sua capacidade de trabalho também aumentaria. Um grande trabalho é demais para as mãos da fé fraca - e um fardo pesado quebraria suas costas. A fé fraca anda na retaguarda do exército - a fé forte caminha na vanguarda. Não dizemos que não há trabalho que a fé fraca não possa realizar; ela pode dar o copo de água fria para os feridos no campo de batalha, e fazer mil pequenos atos de bondade para seus companheiros soldados. Mas é somente a fé forte que pode fazer um avanço na falta de esperança, e agir contra as fortalezas do inferno, rasgando para baixo a bandeira preta do Inimigo, e hasteando em seu lugar a bandeira vermelha de seu Capitão.
Pouca fé pode fazer um trabalho útil em molhar as plantas do jardim; mas somente a fé forte é qualificada para sair como um pioneiro na selva do pecado, e com vigor destruir a floresta.
A espada do espírito é muito pesada para que a fé fraca a segure com eficácia; mas coloque a mesma espada nas mãos de uma fé forte, e verá como ela faz balançar com a velocidade do relâmpago, fazendo baixas nas fileiras do inimigo a cada golpe. Sim, amigos, os obreiros de Deus devem ter fé forte, ou logo terão o coração partido e estarão prontos vinte vezes ao dia para deporem as suas armas e gritar "desisto".
IV. A fé não só deve crescer - mas crescer excessivamente. Não creio que o Apóstolo Paulo agradeça muito a Deus neste texto pelo crescimento da fé na Igreja de Tessalônica, assim como pelo fato de ter crescido muito. Não foi um pequeno aumento de fé que ele viu neles.
Infelizmente! Com que pequeno aumento ficamos satisfeitos; e se às vezes conseguimos confiar em nosso Deus um pouco mais do que o normal, quão propensos somos para crescermos autojustos sobre isso! Temo que a raça dos gigantes na fé tenha degenerado. Houve uma vez uma geração de homens que parecia como se eles poderiam confiar em seu Deus para qualquer coisa em tudo. Neste grupo encontramos os nomes de Abraão, Daniel, Davi, Lutero, Knox e outros. A Igreja de Deus perdeu a sua fé, mais do que qualquer outra coisa. Sião requer uma fé que ande de modo inabalável e que não seja afetada por probabilidades, e que não dependa das circunstâncias.
Bonaparte disse uma vez: "Outros homens são feitos pelas circunstâncias. O que ele disse vangloriosamente - a fé pode dizer triunfalmente. Queremos fé que nos faça fazer o que o mundo chamará de coisas chocantes. Fé que chocará os nervos da descrença prudente. Fé que só leva em consideração que seu Deus é "o mesmo ontem, hoje e eternamente" (Hebreus 13.8) e que todas as suas promessas são "Sim, e Amém em Cristo Jesus". (2 Cor 1.20). Não se contente com uma mera fé de canoa, apenas para o bom tempo; mas ore por uma fé leviatã que se diverte nas profundezas quando amarrada na fúria mais selvagem. Busque uma fé como a de Elias, com a mão forte o suficiente para virar a fechadura do Céu e trazer os chuveiros para baixo.
E agora, pobre buscador, uma palavra para você é, "deixe sua fé crescer".
Você acredita que Cristo é capaz de salvá-lo. Vá um passo adiante, e acredite que ele está disposto. Você está dizendo agora: "Senhor, eu quase acho que posso confiar em você para minha salvação", vá mais longe e diga: "Senhor, eu confio em você". Tome-o como a sua única esperança, com a mão da fé segure-o, e diga: "afundando ou nadando, ganhando ou perdendo, a partir deste momento confio em você."
E então, quando ouvir a sua voz amorosa dizer-lhe que "a sua fé lhe salvou", então ore para que esta fé cresça diariamente. O Senhor conceda que se possa dizer sobre todos os seus filhos neste tabernáculo esta manhã: "A vossa fé cresce muitíssimo!"
Senhor, aumenta nossa fé, por amor de Jesus. Amém.



Este texto é administrado por: Silvio Dutra
Número de vezes que este texto foi lido: 52839


Outros títulos do mesmo autor

Artigos O Que Nossas Igrejas Necessitam Archibald G. Brown
Artigos Quem é um Deus Perdoador como Tu? Archibald G. Brown
Artigos Crescimento na Fé Archibald G. Brown
Artigos A Missão de Entreter do Diabo Archibald G. Brown
Artigos HIGGAION! Archibald G. Brown
Artigos O Pioneiro da Destruição Archibald G. Brown
Artigos Fé Crescente Archibald G. Brown
Artigos Canções na Noite Archibald G. Brown
Artigos Deus Dá Tranquilidade Archibald G. Brown
Artigos Doce Sono Archibald G. Brown


Publicações de número 1 até 10 de um total de 10.


escrita@komedi.com.br © 2024
 
  Textos mais lidos
JASMIM - evandro baptista de araujo 68983 Visitas
ANOITECIMENTOS - Edmir Carvalho 57904 Visitas
Contraportada de la novela Obscuro sueño de Jesús - udonge 56729 Visitas
Camden: O Avivamento Que Mudou O Movimento Evangélico - Eliel dos santos silva 55808 Visitas
URBE - Darwin Ferraretto 55061 Visitas
Entrevista com Larissa Gomes – autora de Cidadolls - Caliel Alves dos Santos 54988 Visitas
Caçando demónios por aí - Caliel Alves dos Santos 54863 Visitas
Sobrenatural: A Vida de William Branham - Owen Jorgensen 54853 Visitas
ENCONTRO DE ALMAS GENTIS - Eliana da Silva 54757 Visitas
O TEMPO QUE MOVE A ALMA - Leonardo de Souza Dutra 54724 Visitas

Páginas: Próxima Última