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PRÓDIGAS PALAVRAS
GLEIDSON MENDES DE MELO

Ouviu-se numa noite pacata um reles eco do passado e as lembranças que se transportavam por ele pareciam penetrar em uma velha alma desacreditada através de uma esquecida fenda mal reparada...

Renasciam assim as quimeras, ressuscitavam as ideias, acordavam as palavras...

A história escrita, extinta e extenuante, que outrora tecia o passado, cambaleava, com os olhos ainda embaçados, no entanto já ia acordando e, como se buscasse um café, sentou-se a mesa da memória e degustou em lágrimas uma tigela de saudades, fortalecendo-se e revigorando-lhe às forças...

Logo após, pôs então sua esquecida indumentária, própria para a labuta, e caminhou em direção aos artelhos do poeta, ainda de pernas um pouco travadas...

Este, meio confuso e desacreditado, abriu vagarosamente a porta de sua mente, como se recebesse de volta o filho pródigo...

Só não entendo (e diga-se de passagem, não me conformo) como pôde um dia decidir ir embora, valorizando tanta coisa "invalorada"...

Foi-se a eterna e milionária fábrica de ideias decretar sua falência...

O pensamento esgotou-se da fonte e cessou a contínua produção de sentimentos...

A melhor e mais confortável maneira de encarar o acontecido talvez seja imaginá-la tal qual o esterco necessário para o crescimento da bela planta vistosa que, mesmo aconselhada, insiste em brotar num abandonado e triste sertão esquecido...

A fraqueza então havia vencido a força, fazendo dela, por muito tempo sua refém...

Assim defino "o eu" e, fisicamente, percebo que as coisas mais lógicas nem sempre precisam ser as mais singelas, tanto quanto as grandes equações da vida as vezes possuem uma única variável, o tempo, valor único e necessário para a solução exata do problema...

Deus assim quis e inexplicavelmente fez...

Qual grande cientista nunca fracassou na fórmula, errou na ciência ou fora dela?
Qual incrível músico jamais desafinou?
Qual formidável poeta por um só momento não calou?

Prescinde ser Planck ou De Broglie para compreender que o erro as vezes vem fantasiado de necessidade, basta vestir-se de ser humano e mergulhar insanamente no conhecimento a cada instante, como se o milagre da existência de tudo fosse fugir entre os dedos num breve e efêmero apagar das luzes!

Gleidson Melo, em 13 de Novembro de 2013, às 15h55min.


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