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Na calmaria da inspiração é que o amor se tece, ele próprio se define, se denota, se engrandece. E quando a música está pronta, ele se revela, quer aplausos, quer o sucesso, quer a fama, quer ser a melodia e a harmonia, quer ser o ritmo e te fazer dançar... E pior, ou melhor, vai saber, ele faz...
Ao passo que ela veste a máscara ainda por trás do disfarce. Em qualquer avenida escura por onde se passe, ela esconde seu rosto, mimetiza sua face, vai embora, não quer ser percebida... A moda pra ela é nunca ser lembrada, jamais ser vista...
Quando fiz do vácuo meu silêncio, senti o peso de minha cruz, que mesmo sendo hoje escuridão e tristeza, tenho boa memória de quando ainda se ouvia o puro orgasmo das alegrias, dos sorrisos, onde se revelava a luz... Por isso sei que ela volta... Mas também sei que não regressará mais sozinha...
Ele (o amor) só te faz cobranças;
Ela (a solidão) por si só é doadora;
As perguntas encontram seu apogeu nele;
No entanto, as resposta tem sede dela...
Prefiro a humildade e a fidelidade da segunda. Não se auto-promove, não te requer sentimento, é fria, é crua, é nobre... É só...
E qual deles carrega consigo a maior dor? Em verdade, nunca se saberá...
É necessário provar dos dois e saber então julgar;
Tem horas que amo os dois e sinto a dor dos dois, afinal sou parte dos dois...
E qual deles guarda consigo a maior alegria, o maior prazer?
Busco ainda, inopinadamente, um dia entender...
Porém chegará o dia, quando a minha solidão, enfim, casar com meu amor... Terei certeza que me encontrei, e sem muros em mim, viverei feliz para sempre...
Gleidson Melo, 06 de Setembro de 2010.
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