Encanto
Distante eu a vejo passar.
Anda a passos sincronizados.
Seu olhar é reto.
Atravessa-me como a um vidro.
Iguala-me a uma pedra.
Quando a vejo, sinto-me aquecido.
As coisas perdem o sentido.
À sua volta, as rosas são cinza.
Os rios perdem o destino.
Seus brilhantes olhos claros
Irradiam ondas como sondas
Que, quando se direcionam a mim,
O coração inquieta-se no peito.
Sigo seus passos com os olhos.
Facilmente aprisiona minha admiração.
Sinto-me inseguro em tentar conhecê-la,
Pois o que tenho de mais precioso
É este sublime encanto.
Martins, Elias. Literariedades, Ano 02 - nº 3. Mariana, Junho de 2003.
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