Era uma vez um jovem que vivia numa cidade pequena
Ele sonhava se casar com sua pequena
Mas para esse sonho se realizar
Ele precisou se mudar
Tentar a sorte em São Paulo.
Madalena, coitada
Quando soube dos planos do noivo ficou desesperada
Seu pequeno coração lhe dizia que seu amado
Nunca mais ela veria
Mas teve de concordar com as razões de Sebastião.
Ele partiu numa tarde ensolarada
De sua janela Madalena chorou todas as lágrimas
Que havia nela
Não existia nada mais triste
Que ver o ônibus longe na estrada
Levando embora o seu amor.
Sebastião, motivado
Em São Paulo chegou
Cheio de ilusões ficou
Com tantas promessas de trabalho
Não haveria orvalho e nem horário
Que o impediria de vencer.
E num belo dia Madalena recebeu
Uma carta que seu amor lhe escreveu:
-Querida, volto breve
Comigo levarei tudo que aqui ganhei
E bastante será para a gente se casar
Mas quando aí chegar
Desejo lhe encontrar vestida
Com seu vestido vermelho, de chita
Que tanto gosto.
Mas era agosto
Mes que Madalena chamava de desgosto
-Bobagem! Respondia Sebastião
Essa coisa, não existe não!
Mas quando ele foi atravessar
A movimentada Avenida São João
Um carro em alta velocidade o seu destino escreveu
Em poucos segundos...
Sebastião morreu!
Quando o caixão chegou na pequena cidade
Levando aquele filho querido
Ouviu-se um imenso alarido
Madalena que chegava
Entre todos ela passou caminhando com firmeza
Olhando o caixão com tristeza declamou:
-Querido, que destino é o nosso
De nois dois só eu posso
Cumprir com o prometido
Veja bem o meu vestido
Com o qual agora estou
E me responda
Se foi assim que me desejou.
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