‘’ No galpão abandonado estávamos apenas nós três. Camila, eu e o velho. Camila andava de um lado para o outro como se estivesse prestes a explodir. ‘’
‘’Tirando o capuz que cobria todo o rosto de romano o jardineiro da família de Heitor, Camila lhe deu um tapa tão forte no rosto que a cadeira chicoteou o chão e se afastou um pouco por causa do impulso. ‘’
– Dona Camila, me perdoe, por favor! –
choramingava o velho para Camila. – Prometo esquecer o que eu ouvi, olha pronto, já esqueci.
Camila o analisou por uns instantes e resolveu.
– Pirata pega ele e joga dentro do carro. Nós três vamos fazer um passeio.
Camila me pediu para dirigir até uma rua de terra, próximo á um penhasco. Logo percebi o que ela faria.
Descemos do carro, nos três silenciosos. Eu tentei ajuda-lo.
– Eu acho que é uma coisa exagerada, Camila!
– Cala a boca. – ela retrucou.
Peguei o jardineiro que não parava de gritar, ora por socorro, ora por clemência. O posicionei próximo do vazio do penhasco. Camila ordenou:
– Eu quero fazer isso. Eu!
Camila olhou para mim como se faltasse algo, foi então que reparei no que havia de errado. Ele estava com os braços livres para se soltar ou puder dar facilmente golpes violentos. Eu estava segurando seus braços antes. Agora são as algemas que o aprisionava em seu destino.
Camila segurando por seus braços envoltos na algema o guiou até á margem do penhasco e sibilou em seu ouvido:
– Sinta o ar. Agora sinta o sabor do medo. Agora
faça seu último pedido.
– Me deixei ir embora! Eu suplico! – o velho chorava tanto que me deu vontade de tapar os ouvidos.
– Resposta errada, meu caro! – Disse Camila.
E o jogou penhasco á baixo.
Um grito rasgou o ar, no entanto foi abafado pelo vazio de um corpo aterrissando no solo de pedras.
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