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Marias-coturnos
Rafael da Silva Claro



O general Eduardo Villas Bôas já disse que Dilma Roussef, na iminência de sofrer o impeachment, sondou uma intervenção militar. Parece estranho, para uma pessoa que tem muitos motivos para querer distância de milico. Tratando-se de ex-integrante da VAR-Palmares, que chora quando lembra dos porões da tortura, ela pode ter sofrido da Síndrome de Estocolmo.

Ultimamente, outras figuras não aguentaram e pediram a volta dos militares. O jornalista Mario Sergio Conti não se conteve, traiu aquele discursinho batido de quem abomina o Regime Militar.

Eliane Cantanhêde e Hélio Schwartsman, ambos jornalistas, também tentam atiçar as Forças Armadas. Eles precisam de alguém para chamar de inimigo.

A senadora Kátia Abreu também “abriu o bico”. Na sua vasta coleção de subterfúgios, falsamente democráticos, ela acaba de acrescentar um pedido de “Exército nas ruas”.

Chico Buarque, Caetano Veloso, Ivan Lins e outros artistas produziram muito melhor durante os Anos de Chumbo. Músicas de protesto não emplacam mais, festivais não pegam e letras cifradas beiram a paranoia.

Para piorar, uma nova safra de políticos, com seus vinte ou trinta e poucos anos, surge com um “trauma” da Ditadura por procuração, uma espécie de saudade de tempos não vividos. Tenho certeza que muita gente anseia que os militares voltem ao poder. Assim, teriam histórias para contar e suas vidas fariam algum sentido. Têm pessoas que vivem disso narrativa e financeiramente.

Essa história veio à tona novamente, sobretudo com o 57º aniversário da Revolução (ou Golpe) Militar. Isso faz tanto sentido quanto em 1989 ficar lamentando a Revolução Constitucionalista de 32.

Já tem gente programando festejar, retornando para o Brasil, ou já estando aqui mesmo, a volta da democracia, em oposição a um regime de exceção imaginário.

O que são arbitrárias são as atividades do Supremo Tribunal Federal (STF), alguns prefeitos e governadores, mas disso poucos reclamam. A justificativa para os abusos que vemos é a pandemia. Quando o STF deu todos os poderes para prefeitos e governadores traçarem um plano de combate à covid-19 foi aberta a Caixa de Pandora. Agora é a anomia. Têm até quem pede golpe militar.

Felizmente, muitos que têm por volta de 30 anos não dão trela, compreendendo o quão é anacrônico esse papo que serve de muleta até hoje. O governo que permaneceu de 1964 a 1985 sustenta narrativas e bolsos até hoje. Têm coletivos que necessitam desesperadamente disso para sustentar o discurso. São as Marias-coturnos.


Biografia:
Ensino secundário completo. Trabalhei em várias empresas, fora da literatura. Tenho um blog, onde publico meus textos: “Gazeta Explosiva” Blogger
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