Nas sombras do meu peito arde um amor,
Declarado em palavras, sem retorno,
Meu coração se afoga em tal fervor,
Em mares de um silêncio, quase morno.
Te disse dos meus sonhos, das vontades,
De um futuro a dois, mas não ouviste.
Te mostrei minha alma, minhas verdades,
E no teu olhar, meu fim tu vistes.
Caiu o véu da esperança, desnudado,
E ao ver-te, o peito ainda palpita,
Mas sei que meu amor é já passado,
Uma chama que sozinha, se debilita.
E assim, na solidão, o tempo passa,
Levando as ilusões que eu criei.
Restando-me lembrar, com dor e graça,
De um amor não vivido, mas que amei.
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