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ELAS, AS ETERNAS
Flora Fernweh

Marias, Anas, Joanas, Patrícias, Helenas
a calmaria é a gana de carícias serenas
guardas, ó flor da noite, os mistérios do mundo
expande o teu deserto e guarde nele o sopro da vida

Fêmea, feminina, inquieta menina
fera, madame, selvagem dama
Lolita, malvista, o destino carrasco
exigiu que a ti, só te apraz a cama

sagaz e guerreira, submissa e prisioneira,
esquisita, esquecida, enlouqueça a parteira
comporte-se como seu marido lhe ensinou
e não culpe a história que te subestimou

os ventos mudaram, as águas desviaram
ó mulher de sangue fértil, luz do dia,
a ti não cabe mais a roupa da castidade
vista-se de novo, com as cores que quiseres

mãe carinhosa, professora, doutora engenhosa
viva agora tudo aquilo que sonhavas,
enquanto te estupravam, te coziam, te matavam
nade contra a correnteza, conheça a sua ilha e reconheça sua lida

Seu legado não é apenas o filho que deixas,
Ó, senhora, seu jardim é o mundo inteiro
Já não permita que toquem suas madeixas,
antes de tocarem o fundo de sua alma primeiro

Conto os dedos que as fábricas te tiraram
vejo as marcas escondidas dos bordéus amaldiçoados
em seu olhar, enxergo o reflexo de outra batalhadora,
nosso coração, colega, pulsa ao som das marcas eternas


Biografia:
Sobre minha pessoa, pouco sei, mas posso dizer que sou aquela que na vida anda só, que faz da escrita sua amante, que desvenda as veredas mais profundas do deserto que nela existe, que transborda suas paixões do modo mais feroz, que nunca está em lugar algum, mas que jamais deixará de ser um mistério a ser desvendado pelas ventanias. 
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