E trinta graus
Ou mais
Inclinado,
Inteiro aponta uma das pontas,
Ou finge ser sarcasmo o sorriso,
Ou finge ser sorriso o sarcasmo,
Ou chora como canta um pouquinho,
Robusto sobre pontas de ferro.
Nenhum talvez nos olhos de jeito,
É quem o corpo vai transportando
Com bala torta ou balas e os tiros,
Até que estes deem auxílio
Enchendo a casca frágil ainda:
Nada, de vez, no meio dos dias,
Progride em vão no mundo das coisas
Modernas,
Isto que mal conhece,
O passo além da vida e da morte
Barata que por certo renova,
Com mais desprezo que pensamentos
Solenes,
Mais motivos secretos
Que apenas medo e só totalmente,
Num poço escuro, muito quietinho
Ou fica forte, ou fica corcunda,
Ou sua pança se torna distinta
Em torno de você ou por partes
Lhe traz
Vantagem (certo: nem sempre...),
Ou fica morto, ou cata cavacos,
Ou mais que isso ou nem mais importa
Que seja assim qualquer garantia
Ousada, ousada e plena nos olhos
(Em pranto), a vida em frente nos vastos
Desenhos do futuro,
O caminho
Que vai levar a dor, mas negando
A dor, renova ou perde ou ainda
Ressoa a mesma dor: ou corcunda
Ou forte, novo em folha, ou disforme,
Ressurge, velho em mofo, debaixo
Do armário, muito tempo passado
Depois de morto (ou torto): mais morre
Que fica forte.
E frio, dormente,
Intenso ator matando a pessoa;
Há tanta dor eterna e contínua,
Neurose franca, áureos passados,
Que fica fraco e com dor na bunda:
Corcunda, não mais ereto,
Ou passeia
Nu feito o rei
Que viu as pessoas
Sorrirem tanto...
Que riu também.
|