Essa vontade de voltar, eliminando todas as despedidas, me acompanha por muitas das noites em que o sono é um alvo inatingível. Em toda a minha vida, eu sempre parti, nunca fiquei. Deixei poucos amigos, mas senti saudades antecipadas, daqueles que amei com a sinceridade que só povoa a nossa infância.
Fui esquecido, mas trago na alma, sem névoas, as imagens de rostos e abraços que me apertaram com a intenção de não me deixar partir. Mas, lá fui eu, “cheio de esperanças, e já tonto de saudade”.
E a vida me atropelou com novos amigos, novos amores, talvez maiores, quem sabe melhores, mas que de nenhuma forma ocuparam os espaços que reservei àqueles de meu passado, que são posseiros de terrenos de meu coração. Felizmente meu coração é grande, se não em tamanho ou generosidade, pelo menos em intenção de abrigar novos visitantes.
Se a gente chega, como eu, a um destino indesejado, inesperado, imerecido ou inexplicável, fica complicado o entendimento.
Mas, talvez essa minha trajetória impregnada do “ adeus” me faça entender a necessidade possessiva de manter todos ao meu lado, de querer todos os beijos e abraços que me possam dar e de que me segredem , com sinceridade. a melhor frase que se pode ouvir : “eu te amo.”
Rio, 31/10/2016,
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