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Humildade e Mansidão
wilhelmus à Brakel

Título original: Humility and Meekness



Extraído de The Christians Reasonable Service



Por Wilhelmus à Brakel (1635-1711)

Traduzido, Adaptado e
Editado por Silvio Dutra




Out/2016




      A474
                    à Brakel, Wilhelmus
               Humildade e mansidão / Wilhelmus à Brakel, . – Rio
               de Janeiro, 2016.
               56p.; 14,8x21cm

                 1. Teologia. 2. Paciência 2.Amor 2. Graça 3. Fé.
            I. Título.
                                                        
                                                                            CDD 230


Humildade

Amor ao próximo é a fonte de todas aquelas virtudes que devemos exercer em relação a ele, mas é a humildade que adorna estas virtudes. Embora, por mais excelente que o desempenho de uma virtude possa ser, se houver orgulho na pessoa que realiza este dever, tal desempenho vai virar fumaça e ficar totalmente sem brilho. Portanto, um crente que se encontra no caminho da santidade e que deseja viver para a glória de Deus e tornar a igreja honorável deve se esforçar para ser humilde.
A humildade é a disposição humilde do coração do crente - tanto no senso pessoal quanto para com o próximo.
Isto consiste em ter um julgamento correto a respeito de si mesmo pelo qual ele nem se eleva acima de sua condição, nem pretende ser elevado em relação aos outros.

O Adorno de Um Crente

A verdadeira humildade é apenas para ser encontrada em um cristão, isto é, em um crente. Toda a humildade do não convertido nada é senão apenas uma aparência sem substância, e, após um exame acurado ele irá provar nada ter além de orgulho ou então desânimo para tal virtude - a razão é que uma pessoa não convertida não tem em si a vida dAquele que é manso e humilde de coração por natureza, e isto nenhuma pessoa possui, senão uma natureza corrompida que pode ser crucificada somente em Cristo, para que se receba a natureza divina e juntamente com ela a humildade e todas as demais virtudes que são inerentes a Jesus.
Assim, a pessoa que nasceu de novo do Espírito Santo possui o princípio da vida eterna em Cristo, e portanto, também um coração virtuoso que é a fonte de toda virtude divina. " Mas glorie-se o irmão humilde na sua exaltação" (Tiago 1: 9). É o Senhor que ensina humildade e Cristo é o exemplo: "Aprendei de mim; que sou manso e humilde de coração" (Mt 11:29). Portanto, aqueles que têm comunhão com o Senhor Jesus, e que o conhecem e o contemplam, e na fé são unidos com ele, aprenderão isso com Ele e sua humildade é da mesma natureza que a dEle.
O coração é a sede da sua humildade. A sede da humildade não é para ser encontrada em nossa face, conversa, ou vestimenta, mas no coração.
Isto também não é única e essencialmente para ser encontrado no intelecto, embora o intelecto funcione no exercício de humildade em conhecer a natureza e a beleza dessa virtude e apresentá-la à vontade como tal. Em vez disso, a
função essencial da humildade está na vontade que abraça, ama e se deleita nesta virtude. Devemos ser como Jesus, isto é, "humildes de coração" (Mt 11:29).
A humildade é uma disposição do coração. A beleza desta virtude não é algo que é desfilado e colocado em exibição para ser aprovado como tal. Isto também não consiste em ter a intenção de ser humilde - uma condição que pode existir temporariamente, mas logo se dissipa. Pelo contrário, a humildade é uma propensão ou predisposição. O coração regenerado tem uma natureza que é completamente humilde - esta humildade sendo de natureza duradoura. sempre que tal pessoa se engaja, ele o faz em harmonia com este coração e natureza. Tudo o que ele faz tem a fragrância da humildade e é permeado com ela. A medida em que esta disposição é penetrante e firme é compatível com a medida do exercício de uma pessoa para estar em tal disposição. Esta propensão, tendo sido inicialmente infundida por Deus, é fortificada através de muito exercício.











Objeto e Essência da Humildade

O objeto da humildade é o próprio homem e seu próximo.
(1) É o próprio homem, pois, devido ao autoconhecimento ele sabe que não há nem a excelência nem nada desejável que possa ser encontrado em sua natureza terrena decaída no pecado. Aos seus próprios olhos ele é um grande nada, e ele se vê como tal. Assim, ele afunda em sua própria nulidade como uma pedra jogada na água, que não acha repouso até que atinja o fundo; que é a sua posição adequada e ali virá a descansar. É igualmente verdade que o lugar mais baixo será o lugar do homem humilde; lá ele encontra descanso e está no seu elemento como um peixe na água. Ele é capaz de aceitar o fato de que outros recebam honra e amor, e se divirtam, e sejam prósperos, enquanto ele pode ser humilde em si mesmo, e neste caminho de humildade pode se envolver em seu dever pela
graça e poder que Deus lhe oferece. Ele é capaz de agir com humildade quando faz algo, e com essa humildade ele pode sofrer e suportar o que o Senhor faz com que venha no seu caminho, e sem ou com ajuda de homens está tudo bem com ele.
(2) A pessoa humilde também exerce a sua humildade para com o próximo. Ele reconhece que isto é da vontade de Deus - que ele ame o seu próximo, e isso o motiva a fazê-lo. Ele percebe em seu próximo aquilo que é eminente e desejável; ele o estima altamente, honra-o como tal, de todo o coração se submete a ele a esse respeito, e com essa disposição ele faz para o seu próximo aquilo que Deus ordena que ele faça. Ao comparar-se ao seu próximo, ele se vê a seus próprios olhos como o cobre em relação ao ouro, e como chumbo em comparação com a prata. Sendo de tal condição, ele honra, ama, e presta-lhe serviço. "Não te ensoberbeças" (Rm 11:20); "Pois eu vos digo ... a todo aquele que está entre vós, não tenha de si mesmo mais alto conceito do que convém "(Romanos 12: 3); "Meus irmãos, não sejam mestres" (Tiago 3: 1); " Nada façais por contenda ou por vanglória, mas por humildade; cada um considere os outros superiores a si mesmo." (Fp 2: 3).
A essência da humildade consiste na humildade de coração. O orgulho eleva o coração e enche-o com ar vão, e uma pessoa orgulhosa na sua imaginação deseja ser honrada acima dos outros. Isso o motiva em tudo o que ele faz e é o
objetivo de suas ações. Se ele alcança seu objetivo, ele sente prazer; mas se não, ele se torna rabugento e irado.
A humildade, ao contrário, traz o coração baixo e o torna simples. Assim, a pessoa modesta não terá em vista a si mesma em suas ações, e ao realizar seu dever ela faz a si mesma humilde e silenciosamente permanece em seu lugar, independentemente de qual tenha sido o resultado de seu desempenho.
O outro extremo em relação à humildade é o desânimo. Isto acontece quando perdemos toda a coragem, desistimos, e, assim, entramos em colapso como um pano em trapos. Esta não é a humildade; pelo contrário, é o orgulho, porque o desânimo vem quando não conseguimos nem alcançar o nosso objetivo, nem perceber qualquer meio pelo qual possa alcançá-lo. A humildade está posicionada entre estes dois vícios (orgulho e desânimo).
Relativamente ao homem, a humildade é uma disposição humilde e modesta, fazendo com que permaneça no fundo, sem aspirar as alturas. A humildade precisa, senão de pouco espaço para si mesma. Nesta configuração ela está em casa e não se move além de suas fronteiras. Relativamente ao desânimo, a humildade está armada com coragem e valor espiritual. a pessoa humilde engaja-se como tal na dependência da graça e poder de Deus, porque ser visto pelos homens e buscar honra e amor são coisas estranhas para a alma humilde. Ele vai deixar isso para aqueles que o desejam. Ele ficará satisfeito por ter cumprido o seu dever, e se isso lhe rende honra e amor (sem que isso seja seu objetivo), isso não vai elevá-lo. Se isto lhe traz vergonha e injúria, ele não fica desanimado e desencorajado. Ele permanecerá em seu lugar, e lá ele será humilde e tranquilo, com coragem de prosseguir com o seu dever. Davi dá expressão a essa disposição: "Senhor, o meu coração não se elevou nem os meus olhos se levantaram; não me exercito em grandes assuntos, nem em coisas muito elevadas para mim. Certamente que me tenho portado e sossegado como uma criança desmamada de sua mãe; a minha alma está como uma criança desmamada. "(Sl 131:1-2). Uma pessoa humilde tem uma disposição infantil.




















A Humildade Procede de Deus

Deus é a causa que movimenta a humildade. Por natureza, o homem é uma criatura que aspira pela a glória, é orgulhoso e vaidoso, e tem altos pensamentos de si mesmo. Ele é motivado por si mesmo, é focado em si mesmo, e está desejoso de que todos lhe devessem estima, honra, temor, serviço e obedecer-lhe. O coração que o Senhor dá ao Seu povo é diferente, no entanto, porque Ele faz com que Cristo seja formado neles, de modo que, também na humildade, eles se assemelham a Cristo. O Senhor lhes concede olhos iluminados de entendimento pelos quais eles se conhecem, são capazes de julgar a si mesmos retamente, saberem quais são os seus dons e do que eles são dignos. Além disso, eles têm amor pela justiça e, assim, eles não desejam e nem procuram por aquilo que não têm direito.
Assim, questões humildes são emanadas a partir de um julgamento correto de si mesmos. Os humildes reconhecem que eles são feitos de
pó e residem em tendas de barro. Eles sabem que eles pecaram e estão destituídos da glória de Deus; são cegos, pobres, nus, e miseráveis, e que são, portanto, abomináveis, odiosos, e intoleráveis diante de Deus, dos anjos e dos homens. Eles sabem que não são dignos que os céus os cubram, que o sol brilhe sobre eles, ou que eles caminhem sobre a terra, desfrutando a irmandade de homens, tendo um pedaço de pão para comer, e tendo roupa para seu corpo. Em vez disso, somos dignos de termos sido lançados no inferno há muito tempo. Tal é o estado do homem natural em seu julgamento de si mesmo, que ele aquiesce a isto - mesmo que o condene. Eles, assim, percebem o quão errado seria para eles elevarem a si mesmos, fingindo que são dignos de alguma coisa. Quando eles se comparam com os outros, percebem a si mesmos como sendo tolos, faltos de entendimento, tendo um caráter vergonhoso e difícil, e suas ações como sendo dignas de desprezo.
Como eles devem, então, ter pensamentos elevados de si mesmos? Eles consideram que os outros estariam em erro se eles pensassem qualquer coisa deles ou desejassem lhes render alguma honra.
Eles reconhecem que o bem encontrado neles – do qual estão cientes e altamente estimam - foi dado a eles por outro, ou seja, por Deus. Uma vez que este continua a ser de Deus, eles seriam culpados da maior loucura se fossem cobiçar a honra, o amor, ou estima por algo que foi emprestado a eles. (Um mendigo seria desprezado se gabasse de uma peça de roupa cara que alguém lhe tinha emprestado por um dia.)
Sim, mesmo se a pessoa humilde fosse perfeita em todas as coisas, ele saberia que toda estima, honra, amor, temor e obediência seriam devidos a Deus. Ele saberia que Deus proibiu-lhe cobiçar, e esforçar-se para alcançar, e permitir que estas coisas sejam atribuídas a si mesmo. Ele, portanto, julga que seja um ato de roubo e injustiça procurar por isso e vangloriar-se disso. Isso faz com que seja pequeno aos seus próprios olhos, e ele permanece e se ocupa em harmonia com essa disposição.




















Os Efeitos da Humildade

Os efeitos da humildade são dois: A pessoa humilde não se eleva acima do que é sua condição, nem quer ser elevado acima de outra pessoa.
Em primeiro lugar, uma pessoa humilde não se eleva acima do que é a sua condição. Deus fez uma distinção entre as pessoas, tanto no reino espiritual, bem como no natural. Se o Senhor fez verdadeiramente alguém ser um cristão; se ele
lhe concedeu Seu Espírito e Sua graça; e se Ele concedeu a ele a vida, a luz, um princípio de santidade, bem como dons para serem usados para o benefício dos outros, então essa pessoa não nega isso, mas o reconhece. Pois, negar isso seria um ato de orgulho e não de humildade, agindo como se nós não o tivéssemos recebido, ao passo que na verdade nós o recebemos.
Além disso, seria um ato intolerável de ingratidão. Assim, tal pessoa, de fato reconhece a graça que ela possui, mas não se gaba disso e nem deseja ser honrado pelos homens por isso.
Também no reino natural Deus colocou as pessoas em posições diferentes, pois há funcionários do governo, cidadãos, pais, filhos, servos, ricos, cidadãos de classe média e os pobres. A pessoa humilde irá manter e continuar na posição em que Deus a colocou, até que Deus o chame para outra posição. Se ele está em uma condição humilde, ele fica satisfeito, que seja esta a vontade de Deus. Ele possui mais do que é digno, portanto não caminha para se afastar disso, mas permanecerá em sua posição até que o Senhor o remova para outra, isto é, caso seja da Sua vontade fazê-lo.
Se ele tem uma posição elevada, que é acompanhada por riqueza, ele também vai permanecer nisto, e procurará ser fiel em tal condição. Ele não se exaltará acima dos outros porque ocupa este cargo. Ao contrário, ele é humilde, sabendo que ele não é digno dele. Em vez disso, ele tem chegado a ver como seu dever executar essa função, tornando assim honroso o ofício ou cargo que ocupa.
O denegrir a si mesmo não é um ato de humildade. É muito mais fácil lançar tudo fora e nos sujeitar à pobreza, à vergonha, ao desprezo, à solidão e silêncio, do que preservar a nossa posição com um coração humilde, e nos conduzir de uma forma que é consistente com a nossa posição.
Assim, alguém pode ter simultaneamente uma posição elevada, ser rico, estimado e honrado, e ainda ter uma disposição humilde de coração. Ele não cobiça honra, respeito e obediência, porque ele tem essa posição, nem se gaba disso. Ele, no entanto, concorda em ser tratado como tal, unicamente porque é da vontade de Deus.
Em segundo lugar, também não terá vontade de ser elevado por outros acima da condição em que se encontra. Isso não lhe daria nem prazer nem alegria, senão tristeza e dor, sabendo que ele não tem direito a isso. Ele deseja ser humilhado e passar desapercebido quando passa por este mundo como um peregrino. Ele só deseja dar em vez de receber. Ele sabe que os
Hamãs têm as joelhos trôpegos e os Herodes os louvores. Ele fica feliz com o que tem e com o que é, e se alguém deseja estimá-lo também altamente, ele irá demonstrar a sua aversão por isso, dizendo com João Batista, "Eu não sou (ele)" (João 1:21). Com Pedro e Paulo, que abominavam qualquer honra excessiva (cf. Atos 13:12; Atos 10:26; Atos 14:14). Ao contrário disso, a pessoa humilde altamente estima o bem que percebe em outra pessoa. Ele estima uma pessoa mais excelente que ele, e se humilha na sua presença, estando disposto a servi-la, e não é invejoso se essa pessoa é honrada acima dele, senão que se alegra com isso.











Repreensão ao Orgulhoso

A representação da humildade em sua natureza e as circunstâncias lhe iluminarão nesse assunto, de modo que você possa examinar a si mesmo e ser convencido quanto a saber se você possui esta virtude da humildade ou não. Há senão poucas pessoas humildes - sim, a humildade é atualmente desprezada e tida como sendo apatia, melancolia, fraco temperamento, e servilismo. No entanto, esta é a disposição com a qual Deus se agrada – e a contrária Ele odeia, pois exalta a quem se humilha e rebaixa a quem se exalta.
Tomem nota disto:
(1) Vocês que são orgulhosos de coração e têm um espírito altivo, que têm grandes pensamentos de si mesmos devido à sua ascendência, riqueza, ofícios, sabedoria, beleza, força, talento artístico, dons, e tudo o que leva um tolo a se gabar; vocês que se elevam acima do seu próximo, vendo-o com desprezo e têm a noção de que ele deve lhe honrar e reverenciar;
vocês que gostam de serem louvados e elevados acima dos outros; vocês que ficam com inveja quando outra pessoa é elevada e honrada acima de vocês, e prontamente arquitetam vingança e odeiam aqueles que não lhes honram o suficiente ou que os desprezam.
(2) Vocês que lidam com altivez com seus inferiores e se incham em sua presença como um pombo; que levantam as sobrancelhas, mantendo a cabeça no ar, fazendo uma marcha orgulhosa, e que agitam a mão com arrogância, desejando que pudessem dizer: "Ajoelhai"; ou pelo menos que todos lhes cedessem e que se colocassem de pé ao recebê-los.
(3) Vocês que se envolvem em tudo e falam sobre si mesmo e suas realizações para que outros possam saber que tipo de homens ou mulheres vocês são.
(4) Vocês que procuram aumentar a sua glória por vanglória, decorar sua casa como um palácio (cada um segundo sua capacidade) e depois se vangloriarem em si mesmos, pensando: "Não é esta a grande Babilônia que eu edifiquei ... para a honra da minha majestade" (Dan 4:30), tendo como objetivo que os outros o estimem altamente; e que além disso, irão em breve fazer-se como uma boneca decorada, e irão a público como uma Berenice com grande esplendor (Atos 25:23; em grego: (fantasia). A finalidade inteira é ganhar honra e glória.
Eles evitam a companhia daqueles que são de menor status, porque isso iria humilhá-los, mas eles vão se juntar aos de status social mais elevado, mesmo se fosse para fazer um tolo de si mesmo lá entre eles.
E assim poderíamos continuar: o que quer que alguém faça ou diga, tudo procede de orgulho e é com a finalidade de autoelevação.

Que tolo você é, no entanto! Primeiro de tudo, desde que você é, na realidade, tão desprezível, o que vai beneficiá-lo se as pessoas o lisonjearem? Uma vez que existe na realidade, nada honroso em você, de si mesmo, senão o bem que tiver recebido da parte de Deus em uma nova natureza, o que vai beneficiá-lo se os homens insignificantes o honrarem?
Em segundo lugar, seu orgulho vai ser facilmente detectado e você exalará um cheiro e todos observarão e perceberão isso. As pessoas de bom senso terão aversão a você, o ridicularizarão, considerando-o um tolo, e vão evitar a sua companhia.
Em terceiro lugar, os piedosos (que são os mais nobres do mundo) se aborrecem de você e não desejam estar em sua companhia: "aquele que tem olhar altivo e coração soberbo, não suportarei." (Sl 101: 5).
Em quarto lugar, acima de tudo, tome conhecimento de como Deus estima você e o que Ele fará a você.
(1) Deus lhes odeia. Qual será, por isso, o benefício em agradar a si mesmo? Considere com temor o que Deus afirma e que lhe diz respeito: "Jurou o Senhor Deus por si mesmo, diz o Senhor, o Deus dos Exércitos: Abomino a soberba de Jacó, e odeio os seus palácios; por isso entregarei a cidade e tudo o que nela há."(Amós 6: 8); "Estas seis coisas o Senhor odeia" (Pv 6: 16-17), e um olhar orgulhoso é a primeira coisa a ser mencionada; "Todo aquele que é arrogante é abominação ao Senhor" (Pv 16: 5).
(2) Não é apenas o coração de Deus que resiste aos soberbos, mas também a sua boca; Ele os reprova e amaldiçoa: "Tu repreendeste asperamente os soberbos que são amaldiçoados, que se desviam dos teus mandamentos. "(Sl 119: 21).
(3) A mão de Deus é contra eles. "Deus resiste aos soberbos" (1 Pedro 5: 5); "Eis que eu sou contra ti, ó soberbo, diz o Senhor Deus dos Exércitos; porque veio o teu dia, o tempo em que te hei de castigar." (Jr 50:31). E se você quiser saber qual será o resultado final, leia Malaquias 4: 1: "Porque eis que aquele dia vem ardendo como fornalha; todos os soberbos, e todos os que cometem impiedade, serão como a palha; e o dia que está para vir os abrasará, diz o Senhor dos Exércitos, de sorte que lhes não deixará nem raiz nem ramo.”
"Foi o orgulho a causa de ter sido Sodoma consumida pelo fogo do céu (Ez 16:49); Datã, Abirão e Coré desceram à terra (Nm 16: 12-33); e
Herodes foi morto por um anjo e consumido vivo por vermes (Atos 12: 21,23). Eis, qual será o fim do orgulhoso, ainda que isto não ocorra na presente vida.
Gloriar-se em si mesmo é algo vão e abominável aos olhos do Senhor. “Assim diz o Senhor: Não se glorie o sábio na sua sabedoria, nem se glorie o forte na sua força; não se glorie o rico nas suas riquezas, mas o que se gloriar, glorie-se nisto: em me entender e me conhecer, que eu sou o Senhor, que faço beneficência, juízo e justiça na terra; porque destas coisas me agrado, diz o Senhor.” (Jeremias 9.23,24).



























Os Santos Exortados

Você que é santo, ao examinar a si mesmo, vai perceber por tudo que foi até aqui exposto não somente a sua humildade deficiente, mas também o quanto o orgulho ainda permanece em você. Humilhe-se quanto a isso, tenha vergonha, e se esforce para crescer em humildade.
Se o orgulho é um pecado tão terrível, e se essas pragas terríveis são as suas consequências, então, você que é piedoso deve fazer com que este pecado não esteja apegado a você; em vez disso, esforce-se com todo o seu coração para ser humilde por dentro e por fora, porque:
Em primeiro lugar, você não tem nada de si mesmo do que possa se orgulhar; em vez disso, tudo o que pode torná-lo desprezível é para ser encontrado em você. Seu corpo é nada além de pó e poluição; sua alma é desprovida da imagem de Deus, é um lago com todos os tipos de monstruosidades impuras, e se outra pessoa conhecesse todos os seus pensamentos e se pudesse observar e estivesse ciente de todos os pecados que você cometeu em segredo, você iria então, se atrever a olhar nos olhos dele se ele estivesse olhando para você? Você é realmente tolo, tem um caráter difícil e vergonhoso, e outros se destacam em áreas que não são encontradas em você. Você sabe disso muito bem, porque o Senhor lhe deu luz e abriu os seus olhos para que o veja. Se você examinar, assim, a si mesmo, como você pode ainda ter um pensamento sublime sobre si mesmo ou ter qualquer desejo de ser reputado como uma pessoa de destaque? Você está convencido de que deseja algo impróprio e ilícito, e que poderia requerer algo dos outros, que é, senão engano. Você deseja ser enganado com mentiras? As graças, dons, beleza, força, riquezas e tudo o mais que você possa ter, é porque Deus tem lhe concedido por empréstimo. Você, então os colocaria em exposição como se fossem seus próprios? Portanto, examine-se, e julgue corretamente, e então você vai ser pequeno e insignificante a seus olhos e não procurará grandes coisas.
Em segundo lugar, considere o mandamento de Deus; que proíbe que você seja orgulhoso e ordena que você seja humilde. Considere os textos previamente citados, e adicione as seguintes passagens a eles: "Sede unânimes entre vós; não ambicioneis coisas altas, mas acomodai-vos às humildes; não sejais sábios em vós mesmos; "(Rm 12:16); " Rogo-vos, pois, eu, o preso do Senhor, que andeis como é digno da vocação com que fostes chamados,
Com toda a humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor," (Ef 4: 1-2); "Ele te declarou, ó homem, o que é bom; e que é o que o Senhor pede de ti, senão que pratiques a justiça, e ames a benignidade, e andes humildemente com o teu Deus?" (Mq 6: 8). Será que o mandamento de Deus, e que o Pai ordena que você faça, não carregam um peso para você? Por acaso isto não permeia completamente a sua alma? Você já disse tantas vezes, "Fala, Senhor, porque teu servo ouve; Senhor, que queres que eu faça?" Bem, Deus responde-lhe que deve ser humilde.
Portanto, tome isso a sério e seja humilde.
Em terceiro lugar, o seu nome, bem como o seu relacionamento com o Senhor Jesus obriga você a ser humilde. Você tem o nome de cristão que é tirado do nome de Cristo. O seu relacionamento com Ele é que você é Sua noiva a quem Ele ama. O Senhor Jesus foi humilde - o perfeito exemplo de humildade. O amor deve nos motivar para sermos conformados a Ele - porque ele se estabelece como um exemplo e nos ordena a segui-lo no seguinte: "Aprendei de mim; que sou manso e humilde de coração "(Mt 11:29). Por natureza somos insuportavelmente orgulhosos - nós, que somos os mais desprezíveis. Um cristão não pode ser um cristão, se ele não se tornar humilde. A fim de que possamos nos tornar humildes, precisamos
aprender como; e isto requer esforço, a fim de que possamos fazer todo o melhor progresso possível. Jesus nos dá um exemplo, sim, Ele próprio se torna o nosso exemplo. Por isso conduza-se como tal e como Ele é; seja humilde.
Em quarto lugar, a humildade é o ornamento mais eminente. Virgens adoram joias, e uma noiva vai adornar-se para agradar o marido. E vocês são virgens espirituais - a noiva do Senhor Jesus. Eu posso, portanto, tratá-lo como tal: "Põe-te nas tuas roupas formosas, ó Jerusalém" (Is 52: 1). No entanto, o que é seu ornamento? - humildade. A humildade é o mais belo ornamento, e o torna agradável diante de Deus e dos homens. "Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus, santos e amados, de entranhas de ... humildade" (Cl 3:12); "Estai vestidos com humildade" (1 Pedro 5: 5); "Eu habito no alto e santo lugar, também com o de espírito contrito e abatido" (Is 57:15); "Embora o Senhor seja excelso, contudo Ele atenta para o humilde" (Sl 138: 6). Uma pessoa humilde é agradável a todos os tipos de pessoas. Uma pessoa orgulhosa não pode tolerar os outros; no entanto, desde que uma pessoa humilde se submete, uma pessoa mundana vai gostar de ter comunhão com uma pessoa humilde. E como uma pessoa piedosa ama Jesus, ela também vai amar aqueles que se assemelham a Jesus; uma vez que a humildade se destaca no Senhor Jesus, que, assim, especialmente se delicia com os humildes.
Em quinto lugar, a humildade é mais vantajosa.
(1) Deus pensa sobre os tais com prazer e deseja ajudá-los: "Que se lembrou da nossa baixeza" (Sl
136: 23).
(2) Deus faz com que eles se alegrem: "Eu ... reavivo o espírito dos humildes" (Is 57:15).
(3) Os benefícios espirituais de Deus são para os tais: "Deus ... dá graça aos humildes" (1 Pedro 5: 5).
(4) Deus os guarda: "Ele salvará ao humilde" (Jó 22:29).
(5) Ela produz todos os tipos de benefícios temporais para eles: "Porque a humildade e o temor do Senhor é riquezas, e honra, e a vida "(Pv 22: 4); "Antes da honra vai a humildade" (Pv 15:33); "A honra sustentará o humilde de espírito" (Pv 29:23).
(6) Deus conforta os humildes: "Não obstante Deus, que consola os abatidos ..." (2 Coríntios 7: 6).
(7) Deus exalta os humildes: "Ele ... exaltou os humildes" (Lc 1:52).
(8) A pessoa humilde goza de uma paz doce e tem prazer interior: "Mas glorie-se o irmão abatido na sua exaltação, "(Tiago 1: 9).
(9) Um homem humilde é um homem sábio: "Com os humildes está a sabedoria" (Prov 11: 2).
(10) Uma pessoa humilde é valente, pois ele não busca honra nem teme ser envergonhado. Além disso, tudo o que lhe convém; ele está disposto a dizer e a fazer, e tudo o que ele faz é agradável para ele. Portanto se esforce com muita seriedade para ser humilde de coração.





Meios Para Aprender a Humildade

Portanto, se você deseja ser humilde, é necessário isso, pois não emite luz de maneira espontânea, e o amor a esta virtude também não a produz, a menos que seja feito um esforço a este respeito e se faça uso dos meios que são próprios para isto. Há três livros a partir dos quais podemos aprender a humildade.
Primeiro de tudo, há o livro do pecado. Examine-se continuamente à luz do seu cair em pecado. Se você tomar nota do seu cair em pecado, no seu objetivo de humilhar a si mesmo, vai aprender de forma experimental que é impuro, mau, ateu, e abominável em seu coração, que uma e outra vez produz tais ações. Você não tem, portanto, qualquer razão para reclamar quando Deus traz aflição sobre você, nem quando os homens o desprezam, porque você sabe que é dez vezes mais desprezível do que eles consideram que você seja. Você é, portanto, nem digno de ser o destinatário da menor misericórdia de Deus, nem do menor favor dos homens. Foi assim que Davi aprendeu a ser humilde, como pode ser observado no Sl 51. Isto também irá torná-lo humilde.
Em segundo lugar, há o livro de cruzes. Embora seja amarga e desagradável a cruz pode, no entanto, ensinar a humildade se entendermos seus avisos de modo adequado. A partir disso, vamos aprender quão desagradáveis, descrentes, e impacientes somos, e tudo isto é fruto de orgulho. Somos instruídos, assim, sobre a justiça e soberania de Deus por punir o pecado em suas criaturas. Ele remove o orgulho do coração, torna-o subjugado e maleável, especialmente se for uma cruz de longa duração, e se nós não podemos nem evitá-la nem encontrar prazer em outras coisas. Davi, portanto, clamou ao "ser castigado" sendo oprimido: "É bom para mim que tenha sido afligido; para que aprendesse os teus estatutos. Eu sei, ó Senhor ... que em tua fidelidade me afligiste "(Salmo 119: 71,75). Portanto, submeta-se à cruz e ao Senhor que a tem designado, e você se tornará humilde. Em terceiro lugar, há o livro de benefícios e as bênçãos de Deus. Por um lado eles vão nos humilhar quando consideramos nossa ingratidão em não tributá-los ao Senhor com um coração animado. Eles também ensinam-nos a nossa incapacidade de usá-los bem, pois precisamos de pernas fortes para aguentar em dias de prosperidade. O recebimento de benefícios torna alguns infelizes e eles estão felizes quando eles podem perdê-los. Por outro lado, no entanto, um crente será profundamente convencido de sua indignidade ao receber benefícios especiais. Em humildade de coração, ele vai dizer com Jacó, "Eu não sou digno da menor de todas as tuas beneficências" (Gn 32:10). Quando o Senhor alegrou o coração de Davi, ele disse: " E ainda mais do que isto me envilecerei, e me humilharei aos meus olhos; " (2 Sam 6:22).




















Mansidão

A humildade gera a mansidão, e é sobre esta última que agora desejo discutir. Vamos considerar isto em um sentido abrangente; isto é, na medida em que inclui paciência e tolerância. Em hebraico temos a palavra Anawah, que entre outras coisas, significa: ser humilde, humilhar a si mesmo, ser submisso. Outras derivações incluem pobres, oprimidos e miseráveis. Assim, no vernáculo, a mansidão é expressiva de uma pobre, humilde disposição na medida em que a utilização humana desta expressão está em causa. Em grego temos a palavra praotes, que é um derivado de uma palavra que significa "transferir". Isto refere-se a uma pessoa que prontamente estabelece contato com os outros e com quem os outros facilmente fazem contato, por sua vez. Também pode se referir a um pessoa que sempre tem presença de espírito e não perde o autocontrole, como resultado de ira. Nossa palavra holandesa, sendo uma forma composta das palavras "concurso" e "coração", expressa esta disposição muito bem. Assim, refere-se a um coração que esteja macio nas suas relações.
A mansidão é a disposição de temperamento de coração do crente que flui da união com Deus em Cristo, que consiste em abnegação e amor ao próximo. Isso resulta em ter comunhão com seu próximo, no que for possível e depender de você, de uma forma agradável, simpática e amorosa; abrindo mão de seus direitos; suportando a violação dos seus direitos, não se tornando irritado e sendo perdoador, e sempre recompensando com o bem.
Esta virtude também reside no coração. O entendimento, tendo sido iluminado, percebe a vaidade e natureza transitória de tudo o que é encontrado no mundo - e que não é digno de nossa atenção e cuidado, e nem nos lançarmos a grandes realizações para atingir os objetivos que costumam ser tanto estimados pelo mundo. A compreensão iluminada está familiarizada com o mal da natureza humana, a sua disponibilidade para ceder à ira, e a prontidão do homem natural para injuriar o seu próximo, quer por palavras ou ações. A compreensão iluminada percebe que irritabilidade e ira são sentimentos tolos que nunca previnem danos ou fazem a restauração do mal. Em vez disso, eles agravam o problema e infligirão mais danos. Ele considera, portanto, melhor suportar todas as coisas e permanecer em silêncio. A mansidão é, portanto, a sabedoria. "Quem dentre vós é sábio e entendido? Mostre pelo seu bom trato as suas obras em mansidão de sabedoria." (Tiago 3:13).
A vontade ama esta virtude, abraça-a, e por meio de exercício é cada vez mais capaz de controlar e governar os afetos, a fim de que eles não se tornem demasiado violentos e muito desordenados. Ser terno na face e nas palavras pode frequentemente ser nada mais do que a hipocrisia. O termo "mansidão" implica que o coração deve ser terno. Se a alma é de tal condição, então qualquer que seja a coisa que flua desta fonte influenciará toda a disposição de uma pessoa - assim como a sua face e palavras. "... seja o ornamento de um espírito manso e tranquilo" (1 Pedro 3: 4).























O Sujeito e o Objeto da Mansidão

Vamos considerar o sujeito desta virtude. A mansidão é uma virtude que deve ser encontrada apenas em crentes. O homem natural pode ter algo que se assemelhe à mansidão. Pode ser que alguém tenha uma disposição apática e preguiçosa, que seja destituído de sabedoria, e não está ciente de qual seja a sua vantagem ou desvantagem. Pode ser que é tão pobre e miserável que está sem esperança e coragem; está em desespero, ele simplesmente negligencia tudo. Pode ser que tenha uma terna disposição e, assim, tem poucas razões para perturbações. Pode ser que seja um homem sábio e inteligente no sentido natural da palavra, e, assim, percebe a loucura da raiva e a idoneidade da mansidão, assim como a desonra resultante da uma e a honra da outra. Pode ser também que ele detém uma proeminente posição de destaque e não se preocupa com o que está abaixo dele, uma vez que tal pessoa não pode prejudicá-lo. Tudo isso tem a aparência de mansidão, mas não é a mansidão; na melhor das hipóteses é apenas uma mansidão natural, que nem procede da fonte correta nem contém a verdadeira essência. Apenas um crente que está atualmente unido a Cristo, e que também se encontra espiritualmente vivificado devido à influência do Espírito Santo, é capaz de ser verdadeiramente manso. "Vós que sois espirituais, corrigi o tal com espírito de mansidão "(Gálatas 6: 1). Eles são contrastados com os ímpios: "O Senhor eleva os humildes, e humilha os perversos até o chão" (Sl 147: 6).
O objeto dessa virtude é o próximo do homem, ou seja, cada pessoa. A mansidão também é praticada para com Deus; e se refere aos Seus mandamentos sendo abraçados com uma alma complacente e disposta. Tiago fala disto: "Recebei com mansidão a palavra em vós implantada, a qual é poderosa para salvar as vossas almas" (Tiago 1:21). Isto também diz respeito a quem submete tranquilamente alma ao castigo, sem irritação. Arão, assim, permaneceu em silêncio quando seus filhos foram queimados por Deus (Lv 10: 3). Quando Eli recebeu uma mensagem de tristeza, ele disse: "É o Senhor: faça o que bem lhe parecer" (1 Sam 3:18). No entanto, a nossa referência aqui é à mansidão que se manifesta para com as pessoas, independentemente de saber se elas são boas ou más, piedosas ou ímpias, se lidam com ternura ou severamente, ou se lidam com justiça ou injustiça conosco. O veludo permanece macio independentemente de se ele é tratado com dureza ou delicadamente, se é tocado por uma mão macia ou uma mão que é rude e insensível. Isto também é verdade para uma pessoa mansa, uma vez que sua disposição não é de uma natureza externa, e não é dependente da forma em que é tratada. Em vez disso, a alma tem essa disposição quando ela não está na presença de qualquer pessoa, bem como na ausência de ocorrências de qualquer evento. Assim, essa pessoa continuará a ser a mesma, independentemente de como os eventos que ela encontra possam variar. "... Mostrando toda a mansidão para com todos os homens" (Tito 3: 2).























A Essência da Mansidão

A essência desta virtude consiste em ter uma disposição de temperamento de coração. Uma vez que tudo que satisfaz o homem costuma vir de uma fonte externa, ele tem um desejo de algo, e está inclinado em sua direção, pois acredita que irá satisfazê-lo.
Uma vez que ele não tem Deus em vista em tudo (ou apenas parcialmente), ele se concentra total ou parcialmente sobre aquilo que é do mundo. Mais particularmente, ele deseja aquilo para o qual ele está mais inclinado, ou o que mais se adapte às suas habilidades. Desde que as pessoas têm desejos em relação à mesma coisa, e, portanto, são um obstáculo um para o outro, o coração daqueles que são impedidos na concretização do seu objetivo vai ficar agitado e atirado de lá para cá por uma turbulência, como se tivesse uma tempestade no seu interior.
Uma pessoa mansa escolheu Deus para ser sua porção, e assim percebe que tudo o que está no mundo é vaidade. Assim, como ele confia em Deus, seu coração será de temperamento inabalável e controlado. Seu coração não fica nem em tumulto, nem inquieto, mas é de uma disposição firme e pacífica. Se alguém o assalta em qualquer palavra ou ação, ele vai ser como uma encosta firme na qual as ondas tempestuosas batem e, em seguida, recolhem-se sem causar-lhe danos.
Esta disposição é expressada nas seguintes passagens: "Seu coração está firme, confiando no Senhor" (Salmo 112: 7); "Verdadeiramente, minha alma espera somente em Deus" (Sl 62: 1); "Ele reserva a verdadeira sabedoria para os retos. Escudo é para os que caminham na sinceridade," (Pv 2: 7).
Este bom temperamento é acompanhado por:
(1) Flexibilidade; uma pessoa mansa é cooperativa e irá ajustar-se a outra pessoa; isto é, na medida em que não seja contrária à vontade de Deus. "Semelhantemente vós jovens, sede sujeitos aos anciãos; e sede todos sujeitos uns aos outros, e revesti-vos de humildade, porque Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes." (1 Pedro 5: 5).
(2) Socialização; a pessoa mansa não insiste teimosamente nem sobre a sua própria vontade, nem sobre o seu próprio julgamento em assuntos temporais e neutros, contanto que não sejam contrários à lei de Deus. Ela vai ouvir as opiniões e fazer a vontade dos outros; ela vai facilmente permitir-se ser persuadida para esse fim. "Mas a sabedoria que vem do alto é ... pacífica" (Tiago 3:17).
(3) Amabilidade; a pessoa mansa é encantadora em sua conversação e ações. Ela é bem-humorada, e tem prazer em lidar de forma amigável, de modo que é uma delícia interagir com ela. "Tudo o que é amável ... pense sobre essas coisas" (Fp 4: 8); "... Sejam ... moderados, mostrando toda a mansidão para com todos os homens" (Tito 3: 2); "Seja a vossa moderação conhecida de todos os homens" (Filipenses 4: 5); "Seja cortês" (1 Pedro 3: 8).



























A Causa Motora da Mansidão

Deus é a causa em movimento da mansidão. O homem é naturalmente inclinado a perder a paciência, a estar com raiva, rancor, e, ser espinhoso como um espinheiro que não se pode tocar sem ser ferido por ele. No entanto, quando Deus regenera um homem de acordo com a imagem do manso Jesus, Ele lhe concede um coração manso. Por isso, o apóstolo também lista a mansidão entre os frutos do Espírito. "Mas o fruto do Espírito é ... mansidão" (Gl 5:23).
Uma virtude nunca funciona de forma independente. Uma virtude sempre gera outra, e uma vai beneficiar a outra. Isto também é verdade para a mansidão.
(1) Ela flui de um coração que está unido com Deus em Cristo. Quando o homem tem Deus como sua porção, ele tem tudo e não tem necessidade de qualquer coisa a mais. Ele não olha para os outros, de tal maneira, como se pudesse esperar alguma coisa deles. Ele não tem medo de ninguém tomar algo dele, porque tal pessoa percebe todos os homens como sendo apenas instrumentos nas mãos de seu Deus, a quem Ele irá utilizar em seu proveito. Se alguém diz alguma coisa má a seu respeito ele entende que Deus ordenou que seja assim. Se alguém inflige mal sobre ele, ele entende que Deus tem direcionado ou permitido que seja assim, e ele consente no governo sábio e bom do seu Deus. Ele entende que, se ele estivesse se tornando irado e invejoso, viria a se opor ao próprio Deus, e, portanto, suporta tudo com uma consciência tranquila e calma. E se é injuriado vê nisso oportunidade para se examinar o quanto tem sido manso de fato de coração, e por isso é grato a Deus para permitir tal provação, de modo que possa se aperfeiçoar nesta virtude.
(2) A autonegação provém desta disposição. A pessoa humilde não considera seus próprios desejos; ela não procura nem está desejosa do seu cumprimento. Ela descartou o desejo de honra vã, o amor dos homens, destaque, e as riquezas deste mundo. Ele não quer isto. Por que então, discutir sobre essas coisas ou tornar-se irritado se alguém desafiá-lo a este respeito? Esta disposição, por sua vez gera a mansidão. Não se confunda esta disposição virtuosa de desprendimento das coisas do mundo como alienação em se fazer o bem e se esforçar em praticá-lo.
(3) A pessoa mansa também ama seu próximo. Podemos suportar muito de alguém a quem amamos. Um homem com amor não fará mal ao seu próximo; o homem que ama as pessoas se entristecerá se seu próximo, ao errar, está pecando.
Ele observa seu próximo com compaixão por vê-lo em tal turbulência, trazendo, assim, a ira de Deus sobre ele. Deveria ele então ainda adicionar tristeza ao seu próximo?
Os Efeitos da Mansidão

Os efeitos da mansidão são:
(1) Um ser adequado, de modo que é uma tarefa fácil e agradável interagir com a pessoa mansa. Uma pessoa mansa é amada por todos os que amam o bem, e contanto que sua disposição seja de tal ordem, ele não vai ser odiado por qualquer pessoa, mesmo que possa ser ridicularizado por alguns como tendo um espírito vil e desprezível. Ele não terá tanta oposição quanto os outros, por não se intrometer em disputas e dissensões, e vai até mesmo encontrar entre as pessoas do mundo aqueles que o defendam. As pessoas vão achar sua companhia agradável, e depois de terem se retirado, o companheirismo que tiveram com ele vai fazer alguma impressão sobre o seu coração, convencendo-os de que ele é uma pessoa piedosa, enquanto eles próprios não são. Eles vão assim tornar-se desejosos de serem como ele.
(2) A renúncia de seus direitos. Uma pessoa mansa é uma pessoa sábia; sua sabedoria é de uma natureza dócil, e ela não é estúpida nem insensível. Ela pode realmente julgar o que é certo, e é capaz de ficar de pé por seus direitos. Ele vai fazer isso, se esta for a vontade de Deus, e ele tem a obrigação de fazê-lo. No entanto, faz isso com seriedade tranquila, liberdade, e em uma nobre forma, sempre de tal maneira que sua mansidão brilhe. Se, no entanto, existem assuntos nos quais possa ceder, então preferiria fazer isso do que ganhar o que é seu direito supremo lutando por isto.
(3) Perseverar sob injustiça. Uma pessoa mansa não pretende vingar-se, mesmo se ele fosse capaz de fazê-lo. Em vez disso, a pessoa mansa vai suportar a injustiça e ignorá-la como se ela não o tivesse atingido. "Com toda humildade e mansidão, com longanimidade, suportando uns aos outros em amor "(Ef 4: 2).
(4) O perdão de injustiça. O perdão não consiste meramente em um abster-se de vingança, enquanto se abriga animosidade e ódio no coração. Em vez disso, ele consiste em não responsabilizar o agressor e amá-lo não menos do que antes. Isso significa que o agressor deve ser tratado como se ele não tivesse cometido o ato.
Isto é o que Cristo ensina: "E, quando estiverdes orando, perdoai, se tendes alguma coisa contra alguém" (Marcos 11:25). O apóstolo exige o seguinte: "perdoando-vos mutuamente, se alguém tiver queixa contra outro" (Col 3:13).
Evidentemente, isto não se aplica aos casos de pessoas facciosas, réprobas que buscam continuamente o nosso mal, as quais devem ser evitadas conforme a ordenança bíblica.
(5) Pagar o mal com o bem. Porque tornar o mal pelo mal é carnal, e recompensar o bem com o mal é diabólico, mas recompensar o mal com o bem é cristão. O último é verdadeiro para a pessoa mansa: "Não tornando mal por mal" (1 Pedro 3: 9); "Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam, e orai pelos que vos perseguem "(Mt 5:44); "Portanto, se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber; porque ao fazê-lo amontoarás brasas vivas sobre a sua cabeça"(Rm 12:20).
























A Necessidade de Autoexame

A mansidão tem sido apresentada diante de você em sua natureza, de modo que poderia ser para você como um espelho no qual pode observar a si mesmo - um espelho em que pode verificar quão muito ou pouco se assemelha a uma pessoa mansa. Aplique isto livremente ao seu coração.
Anular a virtude da humildade e, assim, ter uma disposição que é o oposto, é um dos pecados mais abomináveis e uma condição mais miserável do que você imagina. Seja primeiro convencido disso. Observe então que tipo de coração você tem diante de Deus e o que lhe sucederá devido a isso.
(1) Você tem uma disposição mansa, e um coração estável mesmo quando as pessoas lhe maltratam em palavras e ações? Repousa a sua paz interior na união com Deus em Cristo, na negação de si mesmo, e no amor ao seu próximo? Você é doce, flexível, agradável, e amável quando interage com o seu próximo?
Você pode abrir mão de seu direito sem ficar incomodado com isso e pode agir de forma bem-humorada? Você suportar com paciência e paz quando tem sido injustiçado, mesmo quando seria capaz de vingar-se? Você perdoa vivamente o seu próximo, como se ele não lhe tivesse prejudicado e sem afetar seu amor a ele? Você recompensa o mal com o bem, fazendo-o com sinceridade e ternamente? Antes de me responder, reflita sobre suas relações com os seus superiores, iguais, estranhos, amigos, subordinados, esposa, filhos e servos. Tendo feito isso, o que é a sua resposta sobre estas questões? Têm as suas relações se caracterizado por mansidão? Oh, quantos devem ser convencidos aqui que ainda não têm nada, sim
nada, desta mansidão! É, portanto, uma certeza de que tudo o que é dito na Palavra de Deus sobre mansidão não é aplicável a você.
(2) Ou você tem um carácter atravessado, impaciente, e irritável? Você tem tantos espinhos como um porco-espinho, ou como um espinheiro, de modo que ninguém pode estar em sua presença sem ser picado? Que isto é assim é comprovado pelo fato de que você está sempre em apuros, agora com uma pessoa, e depois com outra e que você está sempre se queixando de que está sendo injustiçado, e que seus servos não cumprem as suas obrigações para com você. Tenha a certeza, no entanto, que é culpado; pois tem uma natureza que é desagradável e irritável. Você está prontamente provocando a ira, fazendo seu sangue ferver, e todos os tipos de emoções o agitam, mesmo que você não diga uma palavra? Ou você mostra a sua raiva por meio de um rosto irado? Ou será que a sua raiva manifesta-se por falar mal deliberadamente, por discutir, ou por usar linguagem abusiva? E isso não resultaria em abuso físico caso os outros não o impedissem de fazê-lo? Talvez você não se lance em palavras ou ações, mas as engole no momento. Tem isso, no entanto, gerado um ódio e aversão em seu coração que se manifesta posteriormente, quando houver uma oportunidade de vingança, para que possa retribuir com outro mal ao anteriormente cometido; ou você se deleita se algo mau acontece com o seu ofensor? Como é que a sua consciência responde a todas estas perguntas? Eis que és assim, vazio de mansidão e tens uma disposição rancorosa que não permitiu ainda ser tratada por Deus.




















O Inevitável Julgamento de Deus Sobre Aqueles que São Nulos de Mansidão

Considere o que Deus diz sobre você, e o que vai suceder-lhe.
Em primeiro lugar, você está na mesma condição pecaminosa em que o primeiro mundo estava, sendo esta a razão pela qual pereceu no dilúvio. Você deve antecipar um final semelhante. "A terra estava cheia de violência. E disse Deus ... Eu vou destruí-los com a terra "(Gn 6: 11,13).
Em segundo lugar, você tem a disposição de Caim e a punição de Caim: "E Caim ficou muito irado, e seu semblante descaiu. ... E agora maldito és tu desde a terra "(Gn 4: 5,11).
Em terceiro lugar, você se assemelha a Lameque, cuja ira era tão grande que ele disse, "Eu matei um homem por me ferir, e um jovem por me pisar. Se Caim será vingado sete vezes, com certeza Lameque setenta vezes sete. "(Gn 4: 23-24). Se alguém considera Lameque como sendo um homem corajoso, esta é uma indicação de que ele se agrada da sua disposição abominável, e que ele mesmo é abominável diante de Deus. Isto foi registrado para a vergonha eterna de Lameque, e essa pessoa será um homem marcado como ele foi.
Em quarto lugar, a mais rápida cólera, raiva, ódio e vingança, é dita por Jesus como sendo o próprio ato de assassinato, e por isso, muitas vezes você é um assassino diante de Deus. Quão
frequentemente você lança um olhar furioso para o seu próximo, quantas palavras cortantes você expressa em relação a ele, e isto é como se você cometesse um assassinato: "Todo aquele que odeia a seu irmão é um assassino" (1 João 3:15). Deus amaldiçoa os autores de raiva: "Maldito o seu furor, porque era forte; e a sua ira, porque era cruel" (Gn 49: 7). E, o que será o fim de todos os assassinos? "Mas ... assassinos ... a sua parte será no lago que arde com fogo e enxofre: que é a segunda morte "(Ap 21: 8). Portanto, tão insignificante que possa parecer a você o que realmente é, sem mansidão; tão heroico como você se considera na sua ira e em vingar-se, tão abominável você é no entanto, aos olhos de Deus, e tão terrível será o seu fim caso não se arrependa.
Não imagine que suas pretensões o desculparão diante de Deus.
Argumento Evasivo 1: Uma pessoa é humana, e não se pode simplesmente esquecer todo o mal que é feito a ela; carne e sangue não podem suportar tudo isso.
Resposta: Carne e sangue também não herdarão o reino de Deus. Isto vai fazer ser mesmo mais difícil para você evitar o fogo do inferno.
Argumento Evasivo 2: Se eu simplesmente relevar tudo, as pessoas agiriam mais ousada e abusadamente em relação a mim. Portanto, devo lutar e lhes ensinar a respeitarem os meus direitos e me deixarem em paz.
Resposta: Você não vai, assim, nem proteger os seus direitos, nem aproveitar a sua paz; em vez disso, você vai perder ambos e antecipará o juízo de Deus para o seu terror, e em vez de desfrutar a paz que você deseja, vai experimentar um terror sem fim.
Argumento Evasivo 3: Ao fazê-lo assim eles assaltam a minha reputação, e isso eu devo proteger.
Resposta: Ao fazer isso você não vai defender a sua reputação, mas trazer vergonha para si mesmo. A melhor maneira de defender sua reputação é a de que nossa conversa seja firme e piedosa. E, se você for acusado, então você estará demonstrando a sua inocência em silêncio e por responder suavemente, se a oportunidade se apresentar. Senão, fique em silêncio, pois isso é melhor do que se lançar na raiva; que é o trabalho dos tolos (Ec 7: 9).











Crentes Exortados a Serem Mansos

Crentes, mesmo que os homens do mundo sejam rancorosos, furiosos, vingativos, essa conduta nada tem a ver com vocês. Você deve ter uma aversão e foge destas coisas; em vez disso, esforce-se para ser manso.
Primeiro, Deus denomina uma pessoa mansa na base desta virtude: "Buscai ao Senhor, vós todos os mansos da terra" (Sofonias 2: 3). A terra está cheia de violência, e o melhor entre os homens naturais, é senão um espinho. Os filhos de Deus são, no entanto, de um espírito diferente e mais excelente, manifestando isso em sua mansidão. Se você é denominado como uma pessoa mansa,
quanto mais, então, deve se esforçar para se obter a coerência entre o seu nome e suas ações!
Em segundo lugar, você é um cristão porque você se assemelha a Cristo e vive de acordo com suas leis. Jesus era manso e se estabeleceu como um exemplo para você, para que você aprenda com Ele e imitá-lo. "Aprendei de mim; pois eu sou manso "(Mt 11:29); "Agora eu, Paulo, vos rogo pela mansidão e benignidade de Cristo" (2 Cor 10: 1).
Cristo ordena que você seja assim: "buscai a mansidão" (Sofonias 2: 3); "... Que andeis de modo digno da vocação com que são chamados; com toda a humildade e mansidão "(Ef 4: 1-2). Eis aí está o exemplo e mandamento de Jesus, a quem você ama, e a quem tem vontade de imitar e obedecer. Portanto, isso deve motivá-lo fortemente para esforçar-se para a mansidão.
Em terceiro lugar, cabe a você ser manso em tudo o que empreender como um cristão.
(1) Quando estiver ouvir a Palavra de Deus, isto deve ser feito com humildade: "recebei com mansidão a palavra enxertada em vós" (Tiago 1:21).
(2) Quando você está orando, isto deveria ocorrer, enquanto "levantando mãos santas, sem ira nem contenda" (1 Tm 2: 8).
(3) Quando você está fazendo profissão e dando um testemunho de sua fé e esperança, isto deve ocorrer, "com mansidão e temor "(1 Pe 3:15).
(4) Quando você é chamado para instruir os outros, então a mansidão também é obrigatória: "Instruindo com mansidão os que se opõem "(2 Tm 2:25).
(5) A mansidão é necessária quando se está usando de repreensão: "Restaure o tal no espírito de mansidão" (Gálatas 6: 1). Você é obrigado a desempenhar esses deveres, e sem a mansidão eles não podem ser realizados. Será, no entanto, agradável a Deus e ao homem, se você realizá-los em mansidão. Tal conduta trará excelentes frutos e você terá uma consciência tranquila.
Em quarto lugar, a mansidão é um ornamento glorioso da igreja. A igreja é a glória de Cristo, e quando ela é gloriosa, Deus e Cristo são glorificados. O último é o desejo de um verdadeiro membro da igreja. É seu desejo que ele possa contribuir com algo para isso, e uma vez que a mansidão é mais eminente em glória aos olhos daqueles que estão dentro e fora, o cristão deve esforçar-se em uma maneira extraordinária para ser adornado com este ornamento. A mansidão é em si mesma uma vestimenta ornamentada que cobre a nudez, e adorna com a beleza a pessoa que a usa. "Revesti-vos portanto ... de entranhas de misericórdia, bondade, humildade de espírito, mansidão, longanimidade "(Cl 3:12). Além disso, os mansos são adornados com a salvação. "Ele vai adornar os mansos com a salvação "(Sl 149: 4). Este ornamento os torna agradáveis à vista de Deus." Mas o homem encoberto no coração; no incorruptível traje de um espírito manso e quieto, que é precioso diante de Deus." (1 Pedro 3: 4). É agradável ao homem: "A discrição do homem retém a sua ira; e isso é sua glória passar por cima da transgressão" (Pv 19:11). Assim, a pessoa mansa decora a igreja, brilhando lá como uma estrela brilhante.
Em quinto lugar, grandes promessas são feitas para o manso, que certamente serão cumpridas para eles, tais como:
(1) respostas para suas orações: "Senhor, tu tens ouvido o desejo dos humildes" (Sl 10:17);
(2) ser conduzido pelo Espírito: "aos mansos guiará na justiça e aos mansos ensinará o seu caminho" (Sl 25: 9);
(3) ser enchido com a graça: "Ele dá graça aos humildes" (Pv 3:34);
(4) a experiência de alegria: "E os mansos terão cada vez mais gozo no Senhor" (Is 29:19).
(5) a libertação de todos os que perturbá-los. Mesmo que o manso possa estar sem proteção contra as relações injustas, contudo, o Senhor toma conta deles e os resgata: "Quando Deus se levantou para julgar, para salvar a todos os mansos da terra "(Sl 76: 9); "O Senhor eleva os humildes" (Sl 147: 6);
(6) provisão para tudo o que eles necessitam para a alma e para o corpo: "Os mansos comerão e ficarão satisfeitos" (Sl 22:26); "Mas os mansos herdarão a terra; e se deleitarão na abundância de paz "(Sl 37:11); "Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra "(Mateus 5: 5). O mundo e tudo o que está nele, é deles; eles são seus possuidores (1 Cor 3: 21-22). O que quer que eles possuem - seja isto muito ou pouco - eles têm no favor de Deus, e eles fazem uso disto com a consciência tranquila. Eles não terão muita oposição no mundo, pois raramente alguém vai oprimir quem é verdadeiramente manso; e se o fizerem, isto tende a cessar tão logo percebam sua mansidão. (Evidentemente isto não se aplicará nos casos em que houver uma forte oposição a Cristo e ao evangelho em situações em que os perseguidores pertencem a contextos eminentemente contrários à vontade de Deus, e neste caso, os que forem mais santos e mansos serão os mais perseguidos, por serem o maior alvo do diabo).
Em sexto lugar, os mansos são sábios, são de um espírito nobre, e têm forças para vencer toda a resistência. "Aquele que é lento para a raiva é melhor do que o valente; e o que domina o seu espírito do que o que toma uma cidade "(Provérbios 16:32). A pessoa mansa pode vencer onde uma pessoa rica com o seu dinheiro, uma pessoa proeminente com sua proeminência, e uma pessoa com raiva sua violência turbulenta, devem falhar. Ele vai conquistar seus inimigos unicamente por sua mansidão e recompensando-os com o bem pelo mal eventual que lhe fizerem. "Se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; e se tiver sede, dá-lhe de beber; porque tu amontoarás brasas vivas sobre a sua cabeça.”(Pv 25: 21-22). Isto será tão insuportável para uma pessoa como se estivesse sendo queimada por brasas acesas. Ele vai perceber que à sua ira e hostilidade não são dadas mais atenção do que à raiva de uma formiga. Ele vai perceber que a pessoa mansa governa sobre o seu próprio coração e, assim, o inimigo terá de sujeitar-se como um vencido. Isto é insuportável para ele, pois deveria conduzi-lo ao arrependimento - que ocorre ocasionalmente. Ele deveria aprender com isso a não se opor à pessoa mansa, uma vez que ele deixará de receber qualquer atenção. Ele não mais será capaz de ofendê-la do que uma mosca pode fazer a um grande um boi enquanto pousa sobre os seus chifres.






























Conselhos para a Melhoria

Medite sobre estes argumentos e permita que eles tenham efeito sobre o seu coração, de modo que a partir de agora em diante você se esforçará para alcançar uma disposição mansa de coração. Tenha certeza de que você não nasceu com ela, e não a receberá simplesmente por desejá-la, e nem prontamente a adquirirá, porque o esforço é necessário para isso. Portanto, envolva-se nesta tarefa.
(1) Para esse efeito você deve sempre tomar conhecimento daquelas ocasiões em que você perde sua disposição mansa; isso é, quando a impaciência e raiva surgem em você, e manifestam-se aos outros. Reflita sobre isso por algum tempo até que isso o aflija e veja a sua insensatez, pecaminosidade e comportamento ofensivo, bem como para redobrar as resoluções para corrigir isto.
(2) Fuja da companhia de pessoas impacientes e irritadas, pois isso é tão infeccioso quanto a peste. " Não sejas companheiro do homem briguento nem andes com o colérico,
para que não aprendas as suas veredas, e tomes um laço para a tua alma." (Provérbios 22: 24-25). Quando você observa isto em seu comportamento, tome nota de sua tolice de modo que possa desenvolver uma aversão por ela, e, por meio de um exemplo vivo, possa aprender que "a ira repousa no seio dos tolos" (Ec 7: 9).
(3) Procure a companhia dos mansos e observe cuidadosamente a sua conduta. Observe neles quão desejável a mansidão é. "Melhor é ser humilde de espírito com os mansos, do que repartir o despojo com os soberbos "(Pv 16:19).
(4) Sempre mantenha diante de você o exemplo do manso Jesus. Para este efeito leia os evangelhos com frequência, continuamente tomando nota da maneira em que o Senhor Jesus manifestou Sua mansidão. Imprima isto em seu coração em tal maneira, de modo que, por assim dizer, a própria natureza disso é transferida para você. E se algo ocorre que é inquietante, permita que seus pensamentos se voltem para os evangelhos para observar como o Senhor Jesus se comportou nessas circunstâncias, ou como ele teria conduzido a Si mesmo em tal situação e, então, siga o Seu exemplo.
(5) Quando (dentro ou fora da sua casa) entrar em companhia de pessoas, arme-se com mansidão, agindo como se estivesse entrando em batalha. Faça a resolução expressa de que você vai ser manso e pedir ao Senhor para lhe dar a força necessária para o momento. Se surgir a ocasião, faça com que o inimigo não ganhe a vantagem, e quando estiver novamente sozinho, reflita sobre como você se saiu. Se tudo correu bem, dê graças a Deus e mantenha esta disposição pacífica de coração em memória, de modo que possa, assim, ser incitado a proceder novamente do mesmo modo. Se você caiu em pecado, se entristeça com isso; no entanto, não desanime, pois não se pode aprender a praticar essa virtude gloriosa tão rapidamente. Em vez disso, tome nova coragem para que possa se sair muito melhor no futuro.
“Dizei à filha de Sião: Eis que o teu Rei aí te vem, Manso, e assentado sobre uma jumenta, e sobre um jumentinho, filho de animal de carga.” (Mateus 21.5)
“E era o homem Moisés mui manso, mais do que todos os homens que havia sobre a terra.” (Números 12.3)



Este texto é administrado por: Silvio Dutra
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