Sei tanto de você, e você nada sabe de mim. Sei o que gosta de fazer e até do que é afim, sei para onde vai, e até com quem sai, sei o nome de alguns dos seus tios mais próximos e logo aprendi o nome dos seus pais. Já sei de cor suas frases feitas. Vejo todas suas postagens nas redes sociais, procuro conhecer as bandas que você curte, e pesquisar mais sobre os seus ideais. Sei quem são seus melhores amigos e até seus meros conhecidos. Sondo-te vinte quatro horas e você aí nada sabe de mim, penso em você, te recrio em mil faces, e me dói perceber que isso nunca terá fim, porque nem ao menos teve um começo, porque nem sei mesmo se te conheço, ou se te inventei só pra me enganar, porque eu gosto de sonhar e imaginar como seria, eu e você juntos, ah quem sabe um dia?! Então me contento a olhar sua fotografia, porém a voz da razão ecoa dentro de mim e insiste em dizer pra não pensar mais em você, repito por vezes frente ao espelho não se iluda querida, pois isso não é vida! E de novo volto a me prometer que não vou mais me iludir e parar de te querer, que não vou mais ficar nos corredores a te procurar, que meu olhar não vai mais buscar te encontrar naquela fila de sempre, ou em um setor qualquer, tentarei esquecer seus horários, desviar do caminho onde você estiver, buscarei uma lavagem cerebral que apague sua existência dentro de mim, ou sairei em busca de um antídoto que faça com que essa utopia tenha fim, o que não dá é tudo permanecer exatamente como está, eu aqui nessa cela presa e você livre a voar. Eu pelos cantos a te venerar esperando ao menos um olhar, e rezando por um milagre que faça você me notar, e que um belo dia você venha até mim, e faça cessar essa espera e que a reciprocidade se faça presente para que então assim, não haja mais só tanto de você e nada de mim.
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