Sinto constantemente o mundo a minha volta pedindo asilo ao meu corpo mais do que convém.
Ele promete seus ensaios, seus pecados, para que o deixe entrar em mim pelo que sou.
Nada mais importa para ele senão minha possessão.
"Tudo me revela, deveras, um pedido suplicante de socorro por sua fuga e eminente falência."
Existem momentos de aperto que podem-me corromper, confesso.
Por que, quem pode com tamanho poder?
Infelizmente não posso atender a esse pedido de socorro; o único socorro que ninguém deve ater seu coração.
Meus olhos como captador de sua cênica; meus ouvidos, retentores de seus gritos; meu nariz, via pela qual sinto o seu hálito de morte; minha pele, como canal de seus flagelos.
Ao cunho da questão, indefiro sua entrada, sou meu juiz, e nada entendo; por cômico que seja, nasci do mundo por outrem desconhecido que viu em mim e em outros uma nova forma de viver.
Oxalá, que o próximo mate sua essência, e dê vida para outra vida com seu legado.
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