Paris, 12 de dezembro de 1298
O Papa Clemente V perseguia os que praticavam a bruxaria e queimavam todos em nome de Deus.
A bruxaria nesta época era tratada com rigor e quem levantasse suspeita, apenas suspeita, era jogado na fogueira acessa em praça publica para que todos assistissem servindo como lição aos que se aventurassem pelos caminhos negros da magia.
Eva d'Auvergine estava encurralada, mesmo se tratando de parente da realeza ela não seria poupada naquela noite fria de inverno. Os cavaleiros encontraram o esconderijo de Eva e subiram para leva-la até a praça para que fosse executada ainda naquela noite.
- Meme ecoe mana et vir us elem...
As ultimas palavras de Eva puderam ser ouvidas pelos cavaleiros que ao arrobarem a grossa porta somente encontraram um corpo esvaído de vida e uma grande Gárgula de pé como a única testemunha do que pode ter acontecido lá.
A sentença de Eva foi lida em praça publica e por ter se suicidado foi-lhe tirado o direito de descansar em paz. Foi dada a ordem para queimar o corpo de Eva e o carrasco com sua mascara cobrindo o rosto acentiu com a cabeça e ao lançar o corpo da bruxa na fogueira uma densa neblina baixou na praça fazendo com que o pavor tomasse conta dos participantes daquele ato insano.
Gritos, choros e uivos demoníacos eram ouvidos a léguas de distancia...
Os cavaleiros ainda puderam ouvir guinchos e grunhidos terríveis vindos do céu, mas devido a pouca visibilidade eles golpeavam em vão e as vezes acertando-se mutuamente num mar de confusão e morte.
O bispo escolhido por Clemente V para sentenciar Eva foi arrancado do chão por uma criatura que emanava fogo dos olhos tamanho ódio existia neles. E antes de ter sua cabeça arrancada pode ouvir a criatura pronunciar com voz feminina:
- Meme ecoe mana et vir us elem...
A expressao de terror ficou estampada no rosto do bispo mesmo após sua cabeça ter sido arrancada do corpo e seus olhos abertos entenderam segundos antes de morrer que Eva estava dentro da enorme Gárgula, fazendo dela agora sua eterna morada.
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