Sob a chuva se passa o tempo,
esse frio que me traz relento,
a cidade passa,
tento enxergar a beleza desses passos molhados.
A chuva no coqueiral, não combina.
Chuva molhe,
molha a pele morta para que viva de novo,
ou tenha no seu sopro o que se relembrar.
Esfrie as cabeças quentes, mas não deixe ser plena frieza.
Levanta o cheiro de mofo que guardávamos a tantas.
Já que canto é acalanto.
No fim da nevoada,
não sobra a chuva com peso de menina e jeito de cantiga
e nem estrada.
No fim da nevoada cardume de palavras,
nada nada...
|