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O Livro
Escritor Renneé Cardoso Fontenele

Resumo:
Prefácio do meu primeiro livro.

Muitos escritores não publicam o primeiro livro, esperam pelo segundo. Alguns deles dizem que a primeira produção não se faz digna de publicação – concebem o fator evolução a partir da ausência do início, vez que, via de regra, o começo apresenta alguns erros, contradições e outros entraves possíveis, e tudo isso lhes acabrunha. Por isso, o segundo pelo primeiro trabalho.
                    Creio, entretanto, não haver necessidade em omitir um princípio tão pleno de falhas, de ilusões, de fragmentação, de desejos e influências com as quais viverei até a morte. Evidente que as incoerências, quando, realmente, existentes, devem constituir solicitação de reflexão, reparo, relevância ao crescimento. Mas, a negação (por omissão) não permite a falha inicial, tal como deva ser. Daí minha asserção residir no fato de que se houver omissão do princípio, haverá, também, do passado. E o que são o presente e o futuro sem o pretérito senão inexistentes?
                    Tanto ser homem quanto ente falho, confesso o anseio de não publicar Viver, nem sempre faz sentido!, um lustro após escrevê-lo – escrevi-o, pois, em 1998 – ,por julgá-lo demasiado inocente, discorrendo, com excessivo amargor e pessimismo, acerca do que observei e senti.
                    Constatei, contudo, a exigência de não subtrair, de meu íntimo, minha verdade, ainda que se me dissesse: não constituirá problema, ninguém o conheceu antes... como poeta. Portanto, refaça-o, substitua-o!
                    A bem dizer, não quis ocultar tudo o mais que à época me dizia respeito, sobretudo minha rebeldia, aflorada nos porões de meus anseios represados por circunstâncias sociais, muitas das quais me envolveram involuntariamente. Mostrar-me-ei sem manto e desprovido de adornos, matéria-prima em processo de articulação entre as produções elegantes e estimadas, já terminadas, contempladas... Ademais, não há amarras que me prendam.
                    Porquanto conservo o conteúdo prefaciador do período conclusivo do prólogo:

                     Há um desmesurado abismo entre o meu íntimo e o meu ser social. Nele, reside uma força que, para alguns, é identificada como razão, juízo, bom senso, etc. Para outros, porém, não há significação.
                      A meu ver, resume-se em âmago do discernimento, em neutralidade do real, irreal, concreto, abstrato, do falso e do verdadeiro, concisão do sentido (parece delírio).
                     Semelhante ao desvario aparente, acima citado, é o conjunto destes versos, de tais poesias que habitam o meu mundo de questionamentos e incertas conclusões.           
                      Há quatro anos enveredei pelo campo poético. No início, sinceramente, cria que não seria nada além de passatempo. Dei-me conta, logo, da necessidade em expelir meus dissabores, contentamentos (embora raros em minha vida), assim por diante. Transferi tais agruras e supostas satisfações para o papel, crendo que as havia transformado em poesias.
                      Apreciador da filosofia de Camus, Nietzsche, Pascal, Krishnamurti, Kierkegaard, dentre outros, como da poesia de Poe, Dante, Baudelaire, Mário Faustino, sobretudo de Pessoa, faço – quando me é possível – de suas idéias realizações.
                      Saliento, com prazer inefável, a tamanha importância de dois expoentes da Literatura hodierna, para com o meu trabalho: Humberto Del Maestro e João Maria M. Basto – este, a quem devo muito.
                      A Arte aproxima, de fato, o homem à sua origem, seja retratando o positivo ou o negativo, essenciais à existência.
                      Eis, então, o que me faz prosseguir na vereda dos sonhadores, dos dementes solitários (dizem), nesse mundo em que, lamentavelmente, tudo, ou quase, gira como bem de consumo (retruco).
                      Com incalculável apreço, dedico Viver, nem sempre faz sentido! aos amigos e poetas Ary de V.L. Júnior, Sebá e, em especial, ao meu muito amigo, jornalista e escritor, João Maria M. Basto.






R.C.F
Parnaíba – 2002



Biografia:
Pedagogo, Escritor e Educador da rede pública de ensino, é piauiense de Parnaíba. Editor do periódico Alcancarfi - Alternativo Cultural Antero Cardoso Filho, tem prontos três livros a serem publicados, de ordem literária. Publica textos em diversos jornais e revistas literárias, mantendo intercâmbio epistolar com jornalistas, leitores e escritores de várias regiões do país e Portugal, sendo publicado em algumas antologias nacionais.
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