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Intuição e Poesia
Vitor de Silva

A faculdade da criação poética deve sua resolução à operação mental superior. Quando o poeta se põe a criar, passa parte da teia dos significados para a percepção, isto é, percepção interna. Assim, ao intentar uma linguagem para a matéria de sua criação, defende o psiquismo por inércia o pensamento costumeiro, aparente. Ao se repor no conteúdo vago pertencente à imitação (mimesis), temos o choque conflitante do ser querendo continuar a ser da mesma forma e a iminência do ato criador. Do transtorno ocorrido entre ambos os movimentos de pensamento; é proporcionada a chamada inspiração. A veia poética transforma em símbolos graduais àquilo que depois será tomado por linguagem.

A originalidade do pensamento sempre será comprometida, violada. Pois o ato de definição do algo sentido impregna a intuição das características da personalidade. A intenção do poeta introduz na teia de significado a imagem correspondente ao tema da poesia, a teia de significado se soma a uma imagem heterogênea, esta heterogeneidade “escolherá” a formulação verbal visando o máximo possível representar a originalidade.

O motivo da feitura de uma poesia é relativo à saturação de contextos representativos ao motivo do próprio poeta. A organização desta fenomenologia se deve ao instinto. Isso que falo é somente mais uma abordagem entre a idéia e o meio de expressá-la.

Reconheço que algumas poesias são captadas diretamente do inconsciente, na milenar disputa entre a essência e a forma de representá-la. Parece certo dizer que o poeta investigativo transforma as flutuações de indefinições, naquilo que lhe impressiona como manifestação de uma paisagem (tela psíquica), por meio de ordenações lógicas se dissolvendo no motivo da expressão. Da infinidade das formas do pensamento pode o poeta escolher as que mais lhe afiguram, quando estas se prestam ao domínio de acesso do inconsciente arquetípico substanciando-se no seu sentimento.

Ao projetar aquilo almejado em estética, nas categorias do sentimento circunstante, em base a mente filtra os estados inibitórios para fazer jus à identidade do poeta. Não é permitido em estado vigílico saber do mecanismo organizacional das formas para o fim da obra em si. Podemos conjeturar que o motivo de assim ser, seja devido à quantidade irrisória da linguagem disponível ao poeta na exterioridade do pensamento, frente à imensidão jazida em seu profundo. Mesmo ensombrado, o verbo de conteúdo arcaico já é pré-existente ao fator poeta. Como indicam os símbolos culturais e os rituais comuns a uma mesma lógica metafísica entre diversas culturas em variados tempos.

O inconsciente é mais um no motivo do poema, ele organiza imagens, não no padrão linear que segue o curso de uma escrita, mas semelhante a uma rede, como a das geometrias fractais da Teoria do Caos, em seu movimento periódico de comunicação. Mas não se comunica de forma clara, ao que parece, quando o poeta investigador consegue assimilar a carga da pulsão ou orgasmon; este demora um pouco para sintonizar ao mecanismo lingüístico o nexo necessário. Quando as figuras se diferenciam entre si no plano imediato da criação, para preenchê-las, no caso, o poeta utiliza de um fator excludente: a crença. A crença modifica a paisagem pós-convertida agindo à maneira de aparas. Como não é discernível como o poema posteriormente pronto, tem o poeta dificuldades em manobrar o tecido poético dentro de sua linguagem, sem trair seus aspectos de crença.

A inspiração é uma liberdade ao contrário. Sente-se livre o poeta quando a sente fluindo de seu pensamento, e goza este momento como único. Mas do ponto de vista global do ser, foi diminuída a carga original por redução lingüística da potencialidade evocada.

a.    O poeta sente a vida.
b.    O poeta sente sua consciência.
c.    O poeta se auto-regula.
d.    O poeta experimenta a criação.
e.    O poeta transpõe.

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