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🔴 Euforia e exaustão
Rafael da Silva Claro


Essas musiquinhas institucionais quase nunca geram emoção ou despertam algum engajamento. Porque logo trazem a desconfiança de que escondem uma iniciativa partidária. A picaretagem é facilmente desmascarada com uma conferida no elenco e uma análise da letra, das técnicas de filmagem e das performances.

Isso mudou com ‘We are the world’, música do projeto ‘USA for Africa’, composta por Lionel Richie e Michael Jackson, que foi gravada em janeiro de 1985, portanto, completou 39 anos. Eu assisti ao documentário ‘A noite que mudou o pop’. O diretor não teve muito trabalho, além de escolher momentos imperdíveis da grande noite.

O maior desafio foi reunir Michael Jackson, Lionel Richie, Ray Charles, Stevie Wonder, Diana Ross, Bruce Springsteen, Bob Dylan, Cyndi Lauper e outras estrelas (total de 45) no mesmo estúdio. Além das agendas, a cerimônia do American Music Awards, no mesmo dia, tornava tudo mais difícil.

Quincy Jones escreveu o bilhete “Deixem seus egos na porta”. Se os artistas leram, não obedeceram. Ainda bem, eles correram o risco de deixar o ego junto com o talento. Além de tudo, o artista tem que ter um bocado de ego, vaidade e exibicionismo para não se tornar alguém que apenas canta bem na festa de fim de ano da firma. Sem essas características, o Michael Jackson não teria sido o “rei do pop”, mas, sim, apenas um carinha problemático, frágil e digno de dó. A intenção era humanizar essa galera, mas essa tarefa ficou com muitas horas (23h às 6h) de estúdio.

A gravação proporcionou detalhes como: a embriaguez e os semitons (desafinadas) de Al Jarreau, Stevie Wonder guiando Ray Charles ao banheiro (ambos são cegos), lágrimas coletivas e, num momento “Toca Raul” histórico, todos cantando ‘The Banana Boat Song’ de Harry Belafonte. Conclusão, o recado não deixou o ego ultrapassar o limite que o estrelato começa a parecer arrogância e falta de educação.

Vendo as sessões como o Quincy Jones, eu tinha certeza quando o “take” não havia ficado perfeito. Sempre tive essa mania. Sinceramente, acredito que várias pessoas têm o costume de bancar o produtor vocal quando assistem aos “reality shows” vocais. Na verdade, devido às muitas vezes que vi o clipe, eu sempre soube a entrada, o nome do cantor, o timbre e a tessitura vocal de cada participante.

Como resultado, a campanha arrecadou U$ 63 milhões até 1986 (hoje, o cálculo seria muito maior), reuniu uma constelação única de cantores e virou um “hit” que marcou uma época.


Biografia:
Ensino secundário completo. Trabalhei em várias empresas, fora da literatura. Tenho um blog, onde publico meus textos: “Gazeta Explosiva” Blogger
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