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Quando abordamos a educação infantil, especialmente no contexto do atendimento a crianças pequenas, é imprescindível considerar a função do cuidado como parte fundamental desse processo. O educador que atua nessa fase da infância deve estar ciente de que, além do olhar pedagógico, é necessário também um olhar atento para as necessidades básicas de cuidado, uma vez que a criança ainda não possui a autonomia necessária para realizar esses cuidados de forma independente. Em muitos momentos, essa questão é negligenciada, com alguns profissionais questionando até que ponto o cuidado deve ser integrado ao processo educativo.
Segundo o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (1998), “o cuidado deve atender às necessidades das crianças, atuando como mediador no desenvolvimento das suas capacidades humanas. Já o educar contribui para a formação social da criança e seu crescimento integral.” Portanto, ambos – cuidar e educar – devem ser observados e praticados simultaneamente na educação infantil, sendo impossível dissociá-los. O professor, nesse contexto, deve ser um mediador ativo no desenvolvimento da criança desde os seus primeiros anos de vida.
Na escola, os cuidados precisam ser planejados com intencionalidade pedagógica. Um exemplo disso é o momento da troca de fraldas, que deve ser tratado de forma respeitosa, permitindo que a criança compreenda o que está acontecendo com seu corpo, o motivo daquela ação e, em um futuro próximo, possa realizar esse cuidado de forma autônoma. O respeito às necessidades e características individuais de cada criança é essencial para seu desenvolvimento saudável e para a aquisição das habilidades necessárias à conquista da autonomia.
As crianças são seres atentos ao ambiente ao seu redor e não devem ser tratadas como meros objetos de manipulação. Desde os primeiros anos, é fundamental que seus corpos e espaços sejam respeitados. Nesse sentido, o educador precisa cultivar e praticar essa consciência de respeito.
Dentro do contexto das creches, as atitudes e falas dos educadores devem ser cuidadosamente observadas para que não sejam desrespeitosas ou desvalorizem a prática do cuidado. Para isso, é necessário promover discussões sobre o tema, incentivar a observação constante e oferecer uma gestão pedagógica que permita aos educadores refletirem sobre suas próprias práticas. A autoavaliação no ambiente escolar é fundamental para promover uma reflexão contínua sobre os processos e procedimentos adotados, contribuindo para o aprimoramento tanto das práticas pedagógicas quanto das práticas de cuidado na educação infantil.
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