Silêncios Ocos....
O tapete, um sal de marés vivas,
de papel oscilante, o barco
donde o mundo fugindo de mim,
p'ra mil outras águas, deslizando,
singra a noite das minhas agonias...
Ás tontas,
percebe não
o quanto, o naufragar-me,
nas águas desse pranto
o respirar tosco dum desejo insano
se esconde dentro da solidão...
O vazio é imenso.
Libertação, qu'alma tanto implora,
sei lá eu pra onde mareou...
Aniquilador, isso!
Se ao menos chorar pudesse, cantaria...
Talvez, porque sonhares também ancoram,
acaso, efemeridade desnivela feridas,
já sem mim, memória de flecha,
desprendendo-me,
venho à tona...
Isto é sincero...("estou só a 200 por hora"...)
Corpo belo, nu, nem todo carne
nenhuma nódoa,
embriagado deixa-se flutuar...
Feito água, terra, vento, fogo
pega carona nos ventos de ensolaradas manhãs...
***
“Ao vento implorei:
Leve tudo o que for desnecessário.
Ando tão cansada de bagagens pesadas”...
(Cora Coralina)
https://www.youtube.com/watch?v=5Ls2D-Tl5nA
|