Eu
Às vezes me perco dentro de mim. Às vezes me acho dentro de outros. Faço parte de tudo, mas percebo que nada faz parte de mim.
Encaro meus olhos e ouvidos como portas abertas conduzindo tudo que dou atenção até meu interior. Mas nem sempre fui tão fraco assim.
Quando olho a evolução do homem o que vejo é um rastro de destruição. Ando pela rua em meio ao som de pessoas, ronco de motores, mas ainda consigo ouvir o canto dos pássaros, e até uma folha caindo no chão.
Queria a todos poder dar a mão. Queria levar todos os cães de rua pra casa, mas não consigo cuidar nem de mim. Queria poder alimentar todas as crianças que vejo no semáforo e ainda assim os problemas estariam longe de ter um fim.
Eu sempre quis ser adulto e agora quero ser criança, mas o que me difere das crianças é entender que não sei nada. Só sei que viverei o suficiente para morrer. O mundo inteiro espera algo de mim.
O que sou vem de dentro e não de fora. Sou do tamanho do que posso ver. Olho pela janela e se o mundo é realmente parecido com o que vejo, prefiro acreditar no mundo do meu jeito, imagino tudo isso um dia sendo um lindo lugar para se viver.
Tudo que mais quero é achar explicação para o que penso e sinto. Poder provar pra todo mundo que não preciso provar nada pra ninguém. Para as outras pessoas sou uma cópia do que faço. Para mim sou o que penso, sou alguém.
|