Seu corpo branco folha sulfite inerte sobre a mesa de alumínio
O coração mais frio que o usual
E os lábios sempre úmidos, agora roxos como as pálpebras dela, que desconheciam o que era sono
Parece fúnebre narrar o funeral,
Mas se faz necessário quando a morte não é literal
O silêncio aniquila suas últimas esperanças
Dentro dela, os cacos e recordações
E as lágrimas que já não escorrem
Dói a alma, mas somente o relógio pode ajudar
Mais difícil que observar a indiferença daquele que foi tudo, é sepultar dentro dela a história que perdeu o sentido
Como já diz o clichê, tem remédio pra tudo, menos pra morte, amigo.
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