O garoto anda pela escuridão da noite entre os becos, tentando se esconder de qualquer luz possível, ele está vestindo blusa, óculos e um boné, se ocultando das câmeras de rua que fazem o reconhecimento facial das pessoas. Ele para em um dos becos e olha para os lados antes de se encostar em uma parede que graças a uma sombra ocultava ainda mais seu rosto.

– Hey, você trouxe? – Uma garota de blusa, shorts e cabelos maria-chiquinha sai da escuridão e pergunta ao garoto que acaba de chegar.

– Sim está aqui, mas eu quase fui pego alguns metros atrás na área da Benevolência, portanto se você for passar por aquela área esteja avisada. Estão com duas viaturas paradas ali com máquinas de reconhecimento facial. – Ele tira do bolso e entrega a ela um pequeno tubo.

– Irei trocar de roupa antes para caso eu precise passar por lá então, não podemos nos arriscar, ainda mais que essa informação é importante.

– O Águia Azul foi pego pouco depois de me entregar essa informação, ele deu bandeira também e não se ocultou, ficou na região depois de me passar ela.

– Não conhecia o Águia Azul.... Mais alguma coisa que eu precise saber?

– Corvo Negro vai nos reunir novamente daqui a alguns dias, está escrito na informação que te passei, mas eu já queria adiantar para você pois acredito que isso te dará um animo maior ainda.
Quando ele fala isso a expressão da menina muda.

– O Corvo Negro?!? A quanto tempo não vemos ele...

– Ele tem se escondido muito bem, agora que ele entrou em conhecimento geral os soldados estão atrás dele, já fizeram a varredura completa na área da Benevolência e na área Entusiasta também.

– Soube que ele tem se escondido na área do Amor.

– Rumores falsos, e mesmo se fosse verdade ele estaria em risco lá visto que é a maior área da cidade, lá é feito uma procura ainda maior e mais completa a todos os dias.

O pulso do garoto brilha, ele levanta a blusa e em um mecanismo semelhante a um relógio brilha uma luz vermelha que se mexe.

– Estão por aqui, preciso ir urgentemente, se cuide Coruja Branca.

– Se cuide também Lobo Branco. – Eles se abraçam antes dele sair correndo por entre a escuridão.

Após isso, ela entra por uma porta que tinha atrás, era um espaço minúsculo e escuro que não cabia nem mesmo um pequeno guarda roupa ali, tudo que tinha era uma bolsa no chão e uma lamparina acessa. Ela então coloca uma calça e um mecanismo no braço igual ao que o Lobo Branco tinha. Liga o aparelho que mostra rápidos códigos estranhos na tela antes de apagar completamente, exceto por uma linha branca que fica na tela. Ela lê um papel que tinha na bolsa e agora sabia aonde deveria ir, quebra a lamparina e coloca a bolsa junto com a roupa e o papel para queimar e sai. Estava pronta para encarar o mundo horrível em que se encontrava.

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