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O Profeta de Deus... Mestre Maçom
Cesóstre Guimarães de Oliveira

Resumo:
Novamente abordo a relação existente entre os Mórmons e a Maçonaria, agora trago um texto de simples assimilação, com pitadas de biografia de Joseph Smith e sua rela~ção com a Maçonaria

O PROFETA DE DEUS... MESTRE MAÇOM
Cesóstre Guimarães de Oliveira
Mórmon/Maçom
Loja Maçônica Humanidade e Concórdia
Grande Oriente do Brasil no Maranhão

Com certeza alguma vez você já deve ter visto dois jovens, bem limpos, cabelos curtos, sem barba ou bigode, educados, respeitosos, usando camisas brancas, normalmente de mangas curtas e gravata, trazendo preso ao bolso esquerdo da camisa uma pequena placa preta com letras brancas, onde se ler seus nomes e o nome da organização que representam, talvez você tenha se perguntado quem são eles?
Como a crença popular, na maioria das vezes é baseada na ignorância e na intolerância, alguns ao ver estes jovens poderão dizer: “eles são membros de uma seita que faz lavagem cerebral, se dizem cristãos, mais não são, na verdade em seus templos são praticantes de rituais obscuros e satânicos, e na maioria das vezes são todos americanos loiros e de olhos azuis, são ricos, e só tem permissão para casar entre si, e com muitas mulheres”. Além disto, antes diziam: “são espiões da CIA”, mais estas afirmações não condizem com a verdade.
Felizmente caro leitor, o mundo não é feito somente de ignorantes, e preconceituosos, existem também aqueles que são bem informados, estes dirão: “Estes rapazes são os missionários mórmons, eles não fumam ou ingerem bebidas alcoólicas, chá preto ou café, são honestos, limpos e trabalhadores, obedientes as leis do país onde residem, dão grande importância aos estudos e à unidade familiar, são muito unidos, e apenas querem compartilhar sua religião com todos”.
Mas agora você deve estar se perguntando, o que estes rapazes têm haver com a Maçonaria? Para ser mais bem compreendido, convido que me acompanhe por um passeio pela maior história de dedicação, fidelidade a Deus e amor ao próximo já registrada no planeta terra deste o advento de Jesus Cristo.
Passaremos agora a investigar “uma obra maravilhosa, e um assombro”. Inicialmente apresento-lhes a família Smith, uma família humilde de origem inglesa, com raízes na Escócia, que por volta do ano de 1638 através de Robert Smith, desembarcou em Boston, Estado de Massachusetts, e em seguida, mudou-se para Rowley, Essex County, hoje Boxford. Robert Smith se casou com Mary French e tiveram 10 filhos. Os descendentes de Robert se estabeleceram em Topsfield. Mais no momento prenderemos nossa atenção no neto mais novo do casal, Asael Smith, este que em uma ocasião profetizou dizendo que no futuro um de seus descendentes iria trazer à luz uma verdade que agitaria a fé religiosa do mundo. (Asael Smith viveu tempo suficiente para ver sua profecia cumprida. No primeiro verão depois da organização da Igreja, Joseph Smith Sênior, visitou-o e entregou-lhe um exemplar do livro de Mórmon, que após ele ler, disse que estava convencido da sua origem divina, vindo há falecer pouco tempo depois. Sua esposa Mary Duty Smith se mudou para Kirtland em 1836 onde morreu firme na Igreja e na fé restaurada por seu neto Joseph Smith Junior).
Pode parecer ao leitor que estou sendo demasiadamente prolixo, mais espero que entenda a necessidade de relatar sobre as origens dos Smiths para que compreenda a dimensão da verdade que deveria ser restaurada e sua relação com a Maçonaria. Os primeiros contatos da família Smith com a Maçonaria aconteceram em 1818 quando o patriarca da família (Joseph Smith Sênior) e seu filho mais velho (Hyrum Smith) foram iniciados maçons, eles rapidamente ascenderam na Maçonaria, neste mesmo ano receberam o grau de Mestre Maçom. O pesquisador e historiador Terry Chateau escreveu sobre isto dizendo:
"A família Smith era conhecida e respeitada por ser uma família muito unida, onde existia uma forte relação de afeto e lealdade entre cada um dos seus membros. Eram uma família maçônica que viveram e praticaram os respeitáveis e admiráveis padrões dos pedreiros livres. O pai, Joseph Smith Sênior., foi exaltado ao grau de Mestre Maçom em 07 maio 1818, na Loja nº 23, de Ontário em Canandaigua, Nova York. Seu filho mais velho, Hyrum Smith, era membro da Loja Mount Moriah nº 112, em Palmyra, Nova Iorque..." (A Igreja Mórmon e a Maçonaria - Terry Chateau)
Convido-vos a fazer uma rápida investigação na vida de Joseph Smith Junior, ele nasceu em Sharon, Condado de Windsor, Estado de Vermont, EUA, no dia 23 de dezembro de 1805, pertencia a uma família de poucas ou quase nenhuma posse econômica, composta por onze pessoas, sendo ele o terceiro de nove filhos. Em 1813 quando ele tinha apenas 8 anos de idade sua família se mudou para Palmyra, Condado de Ontário (hoje Wayne), Estado de Nova York. Em 1817, estando agora com a idade 12 anos sua família novamente muda-se, agora para Manchester, uma cidade do mesmo condato e estado. As repetidas mudanças têm relação direta com o extremo estado de pobreza em que a família encontrava-se, a busca por trabalho era o grande motivador destas constantes mudanças.
Joseph Smith Junior desde bem pequeno dava sua parcela de contribuição na tentativa de amenizar a situação financeira da família realizando diversas tarefas, entre elas, a de “caçador de tesouros”. Esta pode parecer para alguns uma atividade ilícita, mais não é, ainda hoje existem pessoas que vivem à busca de tesouros no mar e na terra, utilizam-se de instrumentos, e de suas experiências, e até mesmo informações contidas em documentos antigos. Joseph Smith não podia contar com instrumentos adequados, devia se contentar com sua experiência e sorte. Mas, por enquanto, não detalharei este acontecimento na vida de Joseph Smith, este é outro trabalho de pesquisa que desenvolverei no futuro.
Em 1819 quando estava com a idade de 14 anos Joseph Smith presenciou um grande alvoroço envolvendo as religiões da região em que vivia. Ele relata com detalhes a efervescente situação religiosa reinante, que atingiu patamares grandiosos em todo Centro oeste dos EUA:
“No decorrer do segundo ano após nossa mudança para Manchester, houve, no lugar onde morávamos, um alvoroço incomum por questões religiosas. Começou com os metodistas, mas logo se generalizou entre todas as seitas daquela parte do país. Em verdade, toda a região parecia afetada por esse alvoroço e grandes multidões uniram-se aos diferentes grupos religiosos, o que criou considerável agitação e divisão entre o povo, clamando alguns “Eis aqui!”e outros “Eis ali!”. Uns contendiam pela fé metodista, outros pela presbiteriana e outros pela batista.
Pois apesar do grande amor que os conversos dessas diferentes crenças expressavam na época de sua conversão e do grande zelo demonstrado pelos respectivos cleros, que ativamente se levantavam para promover esse quadro singular de sentimento religioso com o fim de converter a todos, como se compraziam em afirmar, deixando que as pessoas se unissem à seita que mais lhes agradasse; contudo, quando os conversos começaram a afastar-se, uns para um grupo e outros para outro, verificou-se que os supostos bons sentimentos, tanto dos sacerdotes como dos conversos, eram mais pretensos que reais; pois criou-se um ambiente de grande confusão e animosidade—sacerdote contendendo com sacerdote e converso com converso; de modo que todos os bons sentimentos mútuos, se é que jamais haviam existido, perderam-se inteiramente numa luta de palavras e choque de opiniões.
Nessa época eu estava com quatorze anos de idade. A família de meu pai fora convertida à fé presbiteriana e quatro deles uniram-se a essa igreja, a saber: minha mãe, Lucy, meus irmãos Hyrum e Samuel Harrison e minha irmã Sophronia.
Durante esses dias de grande alvoroço, minha mente foi levada a sérias reflexões e grande inquietação; mas embora meus sentimentos fossem profundos e muitas vezes pungentes, ainda assim me conservei afastado de todos esses grupos, embora assistisse a suas diversas reuniões tão freqüentemente quanto à ocasião me permitisse. Com o correr do tempo, inclinei-me um tanto para a seita metodista e senti algum desejo de unir-me a eles; mas tão grandes eram a confusão e a contenda entre as diferentes denominações, que para alguém jovem como eu, tão inexperiente em relação aos homens e às coisas, era impossível chegar a qualquer conclusão definitiva acerca de quem estava certo e de quem estava errado.
Minha mente, às vezes, alvoroçava-se bastante, tão grandes e incessantes eram o clamor e o tumulto. Os presbiterianos eram decididamente contra os batistas e os metodistas, e valiam-se de toda a força, tanto da razão como de sofismas, para provar os erros deles, ou pelo menos fazer o povo acreditar que eles estavam errados. Por outro lado, os batistas e os metodistas eram igualmente zelosos no esforço de estabelecer suas próprias doutrinas e refutar todas as outras.
Em meio a essa guerra de palavras e divergência de opiniões, muitas vezes disse a mim mesmo: Que deve ser feito? Quem, dentre todos esses grupos está certo, ou estão todos igualmente errados? Se algum deles é correto, qual é, e como poderei sabê-lo?”
(Joseph Smith – História 1 – Versículos de 5 a 10).
No inicio da primavera de 1820, (ainda com 14 anos), em meio a todo este tumulto religioso, aconteceu aquilo que ficou registrado na história da Igreja como "A Primeira Visão", este acontecimento mudaria para sempre sua vida e a história da humanidade. Ao relatar este acontecimento com suas próprias palavras Joseph Smith disse:
“Depois de me haver retirado para o lugar que previamente escolhera, tendo olhado ao redor e encontrando-me só, ajoelhei-me e comecei a oferecer a Deus os desejos de meu coração. Apenas iniciara, imediatamente se apoderou de mim uma força que me dominou por completo; e tão assombrosa foi sua influência que se me travou a língua, de modo que eu não podia falar. Uma densa escuridão formou-se ao meu redor e pareceu-me, por um momento, que eu estava condenado a uma destruição súbita.
Mas usando todas as forças para clamar a Deus que me livrasse do poder desse inimigo que me subjugara, no momento exato em que estava prestes a sucumbir ao desespero e abandonar-me à destruição—não a uma ruína imaginária, mas ao poder de algum ser real do mundo invisível, que possuía uma força tão assombrosa como eu jamais sentira em qualquer ser—exatamente nesse momento de grande alarme, vi um pilar de luz acima de minha cabeça, mais brilhante que o sol, que descia gradualmente sobre mim.
Assim que apareceu, senti-me livre do inimigo que me sujeitava. Quando a luz pousou sobre mim, vi dois Personagens cujo esplendor e glória desafiam qualquer descrição, pairando no ar, acima de mim. Um deles falou-me, chamando-me pelo nome, e disse, apontando para o outro: Este é Meu filho amado. Ouve-O!”
(Joseph Smith – História 1 – Versiculos 15 a 17)
As conseqüências da decisão tomada por Joseph Smith de orar a Deus somada a visão que teve de Deus o Pai e seu filho Jesus Cristo, foram os acontecimentos que posteriormente deram origem ao estabelecimento e fundação de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. O Presidente da Igreja David O. McKay falando da Primeira Visão disse:
A aparição do Pai e do Filho a Joseph Smith é o fundamento desta Iglesia, se a Primera Visão for real, tudo que se segue tem que ser verdade, se não for, toda estrutura do mormonismo devería cair como um castelo de cartas.”
O processo de restauração de A Igreja de Jesus Cristo havia iniciado, e nada mais poderia parar, nem mesmo os acontecimentos paralelos a tudo isto.
Na contramão da restauração, em 12 de setembro de 1826 estourou o caso Morgan, que tanto danos causou a integridade dos membros da Maçonaria. Para quem não sabe sobre o caso Morgan, recomendo a leitura de meu livro “Os Construtores de Templos – Os Mórmons e a Maçonaria”. Mas, para que o leitor possa compreender a importância deste acontecimento na história da Igreja, farei aqui um breve relato.
A Maçonaria era uma organização de extrema relevância nos idos de Joseph Smith. Ser Maçom dava prestigio e estatus. Foi nesse período de tempo que os Maçons protagonizaram um dos casos mais abordado na historia da Maçonaria americana, este acontecimento provocou verdadeira ojeriza a Maçonaria. O historiador Whitner R. Cross, autor de “O Distrito Queimado", descreve com detalhes o famoso "caso Morgan". Neste livro, conforme relata Whitner R. Cross, William Morgan foi iniciado Maçom na Loja União em Rochester no ano de 1823, sendo expulso pouco tempo depois, o que provocou grande descontentamento em William Morgam, que em represália a sua expulsão escreveu um livro intitulado "Ilustrações sobre a Maçonaria”, onde ele pretendia revelar algumas práticas da Maçonaria. Morgam que intencional e deliberadamente resolveu trair seus juramentos e revelar ao “mundo” os “segredos da Maçonaria” passou a sofrer pressão dos seus antigos irmãos maçons que de todas as formas tentavam dissuadi-lo a não levar a cabo suas intenções. Em meio a este conflito de interesses William Morgan desaparece sem deixar sinais. Automaticamente, como era de se esperar, todos passaram a culpar os Maçons pelo desaparecimento de Morgan. O caso Morgam passou a ser tratado como uma mácula na historia da Maçonaria, ainda hoje é difícil encontrar alguém que escreva sobre a Maçonaria que omita este episodio de sua história.
Na seqüência cronológica destes acontecimentos, em 18 de janeiro de 1827, Joseph Smith que agora tinha 21 anos se casa com Emma Hale. A partir daí segue-se uma seqüência de acontecimentos que serão decisivos na organização e estruturação de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias.
Em 22 de Setembro 1827 o anjo Moroni passa as mãos de Joseph Smith Junior o Urim, Tumim, Peitoral e o mais importante de todos; as Placas de Ouro que posteriormente se tornariam em O Livro de Mórmon. De posse de tudo isto ele dar inicio ao trabalho de tradução.
Após receber estes objetos a vida de Joseph Smith ficou mais difícil ainda. Em outubro 1827, forçado pelas crescentes perseguições alicerçadas na intolerância das pessoas que não aceitavam a Joseph Smith como profeta, juntamente com sua esposa se muda de Palmyra para Harmony, Condado de Susquehanna, no Estado da Pennsylvania. E somente em dezembro de 1827 aos 22 anos inicia a tradução daquele que ficaria conhecido como o Livro de Mórmon.
Mais as forças contrárias a restauração da doutrina do Cristo estavam decididas a não deixar este trabalho progredir, temendo por sua vida e a dos seus semelhantes, Joseph Smith suspende os trabalhos de tradução em fevereiro de 1828 e só retorna a traduzir quando uma calmaria aparente permitiu, a data é 7 de abril de 1829.
Esta calmaria não durou muito, em Junho de 1829, agora com 23 anos, mais uma vez as pressões exteriores fizeram com que Joseph Smith Junior abandonasse sua casa, forçado a sair de Harmony para Fayette, no Estado de Nova Yorque, finalmente consegue finalizar a tradução das placas de ouro.
Com a tradução completa uma nova etapa do processo de restauração estava em andamento, era 6 de Abril de 1830, Joseph Smith Junior, agora com 24 anos de idade, de acordo com as leis do Estado de Nova Iorque, ele organiza e estabelece juridicamente A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias na cidade de Fayette – Nova Iorque.
Embora oficialmente a Igreja tenha iniciado com 6 pessoas, seu crescimento era espantoso, este crescimento inicial pode ser explicado graças aos descontentes com o tradicionalismo dos homens que dominavam as crenças existentes na época, estes abraçavam a fé mórmon com a certeza de quem faz o que é certo. Mas junto ao crescimento demográfico da Igreja, vieram também as perseguições, motivados pela intolerância religiosa que eram vitimas, no mesmo ano, a sede da Igreja é mudada para Kirtland, Estado de Ohio.
No final do ano de 1832, Joseph Smith que agora estava com 27 anos de idade, em uma conferencia na nova sede da Igreja dar as boas vindas aos novos conversos, entre eles estão W. W. Phelps, Heber C. Kimball, Newell K. Whitney, os quais eram destacados Maçons dentro do contexto da fraternidade.
A fluência no falar, o conhecimento de causa demonstrado por Joseph Smith era algo que surpreendia os instruídos da época, ele não tinha muita instrução escolar, já que estudou somente o equivalente hoje ao nosso 3º ano do ensino fundamental menor, ele era uma pessoa excepcional, sua facilidade de aprender surpreendia a todos, com muita facilidade aprendia coisas novas. Em 27 de fevereiro de 1833, recebe a revelação que posteriormente viria a ser conhecida como a “Palavra de Sabedoria”, esta foi uma lei de saúde muito avançada para a época, esta nova doutrina foi passada aos membros como mandamento, as restrições contidas nesta nova lei são seguidas de promessas que visam à salvação temporal e espiritual dos membros da Igreja. A palavra de sabedoria consiste em uma serie de advertências sobre o uso de álcool, tabaco, e bebidas quentes (chá e café), além de tratar do consumo excessivo de carne vermelha, apresenta vários conselhos sobre a importância de se incorporar à dieta uma maior quantidade de verduras, grão e frutas. O cumprimento desta lei fala da obtenção de maior saúde física concernente ao funcionamento dos órgãos em geral e do aparelho digestivo em particular (recebereis... saúde no umbigo...), acompanhado do aumento das defesas do organismo (e... (recebereis)... medula em seus ossos...), uma mente mais clara, lúcida e desperta (e ganharão sabedoria e grandes tesouros de conhecimento, e, tesouros escondidos...) e de uma maior resistência física (e correrão sem se cansar E andarão sem desmaiar...).
Se existia algum grupo contemporâneo a Joseph Smith Junior que ensinasse sobre regras de saúde, nenhuma era tão completa e clara quanto às ensinadas por meio deste homem iluminado. É surpreendente saber que a ciência médica nestas últimas décadas tem validado tudo que Joseph Smith Junior ensinou a seu povo a mais de 180 anos.
Fugindo das hostilidades, mais uma vez a família se muda, agora do Estado de Ohio para o Missouri, onde em pouco tempo as perseguições novamente são iniciadas, e agravadas com a infame “ordem de extermínio” do Governador (Boggs) do Estado em 1839, a lei criada pelo governador ordenava que os Mórmons abandonassem imediatamente suas propriedades e mudarem-se para fora do estado sob pena de morte caso lá permanecessem, alguns membros da Igreja temendo a morte se deslocaram para os estados de Iowa e Illinois, donde (neste último) se estabeleceram pensando ser a ultima vez que eram expulsos de suas casas, lá trabalharam duramente e fundaram a cidade de Nauvoo “A Bela”, em um local onde antes era um pântano. Aqui se faz preciso esclarecer que esta cidade foi um modelo de planificação e urbanização muito adiantado para sua época...
Em 6 de abril de 1840, foi fundada a Grande Loja Maçônica do Estado de Illinois pelo general, juiz e patriarca mórmon, James Adams. A nova Grande Loja de manera imediata estabeleceu laços e vínculos com A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. O crescimento da Maçonaria em Nauvoo era atípico, fugia aos padões de crescimento considerado normal, as iniciações aconteciam sempre de forma massificada, e em pouco tempo, Nauvoo contava com três lojas e Iowa com duas, as cinco eram denominadas as "lojas mórmons" e contavam com 1.550 membros.
Em fevereiro de 1841 Joseph Smith conhece o odontólogo, judeu europeu converso da Igreja e cabalista Alexander Naibaur, e este o inicia nos estudos da Kabala.
Em 15 de março de 1842, quanto estava com a idade de 36 anos, Joseph Smith é iniciado na Loja Maçônica de Nauvoo, seguindo aos conselhos e aprovação de John C. Bennett, George Harris, John Parker, Lucius Scoville, e outros Mórmons Maçons residentes em Nauvoo... Joseph Smith e SidneyRigdon foram iniciados no mesmo dia pelo Grão Mestre Abraham Jonas. O próprio Joseph Smith confirma estas informações em seu diário:
“... na tarde de 15 de março de 1842, recebi o primeiro grau de Maçonaria na Loja de Nauvoo, que se reunia em minha oficina..."
O Apóstolo Mórmon, John A. Widtsoe escreveu que:
Com a permissão do Profeta, alguns membros da Igreja que já eram Maçons, pediram ao Grão Mestre de Illinois para fundar uma Loja Maçônica em Nauvoo. Em outubro de 1841, ele respondeu outorgando poderes para que os maçons se reunissem em determinado local, até que a Loja fosse formalmente formada, porém em 15 de março de 1842, antes de a autoridade maçônica estabelecer oficialmente a Loja em Nauvoo, tencionando com este propósito aumentar o número de novos membros a Igreja Joseph Smith iniciou na Maçonaria...
Neste mesmo dia, momentos antes da cerimônia de sagração da Loja, contando com a presença dos Mórmons Maçons reunidos em sua loja de ferragens, o Profeta recebeu o primeiro grau de Maçonaria, recebendo no outro dia os graus 2 e 3. Sobre os acontecimentos ocorridos no dia de 15 de março de 1842, Joseph Smith escreveu:
“O Grão Mestre Jonas de Columbus estava presente, e um grande número de pessoas se reuniu nesta ocasião. O dia foi excelentemente bom; todas as coisas aconteceram em ordem, e a satisfação universal foi manifestada. À noite, recebi o primeiro grau em maçonaria na Loja de Nauvoo, reunida em minha oficina”.
Joseph Smith surpreendeu a todos por possuir sólidos conhecimentos sobre a franco maçonaria, alguns atribuíram ao seu pai, irmão e aos outros mórmons maçons este conhecimento. Aqueles que questionavam Joseph Smith afirmavam ter ele intimidado seus parentes e amigos para que lhe repassassem as informações necessárias que o qualificariam a em tão curto espaço de tempo estar preparado para o grau três de maçonaria, ele continuou a escrever em seu diário:
“16 de Março: Estive na Loja e fui elevado ao grau sublime” (de Mestre Maçom).
Com a adesão de Joseph Smith a Maçonaria os membros do sexo masculino, da Igreja seguiram a seus passos, centenas de mórmons foram iniciados nos augustos mistérios da Maçonaria. O autor mórmon Kenneth Godfrey diz que uma quantidade muito superior a 1.500 homens foram iniciados em Nauvoo, entre os que se habilitaram estavam aqueles que compunham a maior hierarquia da Igreja. Este mesmo autor disse que: “a Loja de Nauvoo funcionava sem as autorizações normais a uma Loja maçônica. O Grão Mestre Jonas aparentemente violou as regras dando a Loja de Nauvoo uma permissão de funcionamento especial para que o quadro da Loja fosse organizado. E também iniciou Joseph Smith e Sydney Rigdon na mesma forma irregular. Alguns escritores têm dito que Jonas assim procedeu motivado pela esperança de atrair para si o crescente voto dos mórmons, já que tinha aspirações políticas. Se esta afirmação procede, Jonas pode ter conseguido alguns dos votos Mórmon, mais atraiu para si e para os mórmons a antipatia dos outros maçons”.
A maior conseqüência para a Igreja gerada pela iniciação massificada em Nauvoo, foi ter os maçons Joseph Smith, Brigham Young, John Taylor, Wellford Woodruff e Lorenzo Snow como os cinco primeiros presidentes da Igreja, todos eran membros da mesma loja de Nauvoo. É coerente afirmar que praticamente todos os homens membros da hierarquia maior da Igreja eram maçons, e foram iniciados tão logo Joseph Smith foi exaltado ao grau de mestre maçom. Durante a cerimônia de instalação Joseph Smith oficiou como Capelão. Os Mórmons Maçons de Nauvoo realizavam suas reuniões semanais pela manhã bem cedo. Após participar de uma de suas sessões maçônicas o Grão Mestre Jonas publicou um relato sobre o que vira na Loja de Nauvoo, em seu jornal, o "Advogado de Columbia”:
“... jamais em minha vida havia visto uma assembléia melhor vestida, mais organizada...".
Bastaram somente alguns meses para serem criadas cinco Lojas Maçônicas Mórmons em Nauvoo. A Maçonaria se tornou muito popular entre os Mórmons, as Lojas Mórmons rapidamente superaram as outras Lojas do estado de Illinois em quantidade de membros. Não demorou muito tempo para que as Lojas Mórmons Maçons, tivessem mais membros que todas as outras Lojas de Illinois juntas, em todo o estado havia aproximadamente 1.500 Mórmons Maçons contra apenas 150 Maçons não Mórmons.
Estou convencido de que o estudo da Maçonaria foi a chave para a melhor compreensão por parte de Joseph Smith, da verdade que precisava ser restaurada por Deus. A maioría das coisas que foram restauradas na Igreja no período de Nauvoo, tinha intima relação com a maçonaria, os paralelos encontrado entre as ordenanças dos templo praticadas entre os anos de 1830 a 1850 e maçonaria, especialmente comparando com Rito de Emulação são substanciais. Nas semelhanças destaco: templos, dedicação e consagração, graus, sumos sacerdotes, alegorias envolvendo planetas e estrelas, simbologia com o sol, lua, estrelas, o olho que tudo ver, compasso, esquadro, apertos de mãos, roupas especificas, sinais, toques para reconhecimento, identificação através de gestos, previsão de castigo, palavras chave, etc. Tudo isso aparece no mormonismo naquele momento, e muito antes já fazia parte da Maçonaria, analisando estas coisas penso que as semelhanças não podem ser tratadas como meras coincidências, já que todos estes conceitos têm seu paralelo na Maçonaria e na Igreja da época de Joseph Smith.
As influências Maçônicas em Joseph Smith durante o primeiro período da Igreja foram relevantes e essa mesma influencia foram decisivas, na grande expansão do evangelho restaurado após a iniciação do Profeta Maçom...
Algumas mudanças aconteceram nos rituais do templo, mas nenhuma pode ser considerada significativa, já que a essência foi conservada, devemos entender que às vezes necessitamos proceder com algumas adaptações em antigas práticas para que um método de ensino seja assimilado por uma nova geração, mais antes de qualquer julgamento, algo deve ficar claro, as alterações que aconteceram não têm qualquer relação direta ou indireta, com a Maçonaria.
O relacionamento da Maçonaria com a Igreja foi perpetuado pela presença dos muitos maçons que foram atraídos ao mormonismo e este se tornou um fator que aumentou o contingente de novos fiéis a nova igreja. O Apóstolo John A. Widtsoe disse:
“... muitos membros da Maçonaria se uniram a A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias..."
Posteriormente, o mesmo autor passou a seguinte informação reveladora, dando os seguintes nomes: “... muitos dos Santos dos Últimos Dias já eram Maçons antes de se filiar a Igreja como, por exemplo: Elijah Fordham, Newel K. Whitney, James Adams e John C. Bennett...”   
Em 4 de maio de 1842, Joseph apresentou a alguns líderes da Igreja o Ritual que hoje conhecemos como a “Cerimônia de Investidura”. É importante notarmos que isto aconteceu sete semanas (exatamente 50 dias) depois que Joseph Smith foi iniciado na Maçonaria. Os primeiros a serem ungidos, investidos e selados foram os Maçons que haviam se filiado a Igreja. Estas Cerimônias foram realizadas na mesma sala que era utilizada para os rituais da Loja de Nauvoo, que funcionava em um compartimento acima do prédio onde funcionava a loja de ferragens de Joseph Smith. Com relação a isto, lemos no livro “Elementos da Historia da Igreja“, o seguinte:
“... na quarta-feira, 4 de maio de 1842, o Profeta reuniu-se com seu irmão, Hyrum Smith, Brigham Young, Heber C. Kimball, Willard Richards, James Adams, e os bispos Newel K. Whitney e George Miller (todos eram maçons) e lhes instruiu sobre os princípios e as ordenanças... que correspondiam ao Templo do Senhor, bem como... a lavagem, a forma de comunicação, unção (iniciatórias, sinais, toques, palavras, etc.)... Esta reunião aconteceu na sala acima de sua loja de ferragens, Joseph Smith também... declarou que no devido tempo seria dado, no Templo, estas mesmas bênçãos (ou rituais e os ensinamentos), a todos os outros membros que fossem dignos de recebê-las. De vez em quando, estas instruções eram repetidas, e os outros membros do Conselho dos Doze... e alguns outros... receberam sob a direção do Profeta... No entanto, os membros da Igreja em geral tiveram que esperar até finalização da construção do templo"
O historiador Mórmon B. H. Roberts explicou o seguinte: “... o quarto que era utilizado para estabelecer essas "Sagradas Cerimônias", posteriormente veio a se tornar o primeiro templo mórmon (em Illinois), uma vez que ainda não havia sido concluída a construção do Templo de Nauvoo, lá também era o local das reuniões da Loja Maçônica de Nauvo...”
Em 17 de junho de 1842, (3 meses após sua iniciação) Heber C. Kimball escreveu uma carta a Parley P. Pratt, onde comenta entre outras coisas, o seguinte: “... Organizamos uma Loja Maçônica e... Cerca de 200 irmãos (mórmons), foram iniciados. Os irmãos Joseph e Sidney Rigdon foram os primeiros a ser iniciados na Loja de Nauvoo... Também os membros do Quórum dos Doze Apóstolos, foram todos iniciados Maçons, com exceção, até agora, de Orson P. Pratt. Para seu conhecimento, o irmão Joseph acredita que a Maçonaria foi retirada do antigo Sacerdócio..."
Alguns historiadores que aparentemente não concordam com a participação de Joseph Smith na Maçonaria alegam que ele pouco se dedicou a ordem, contrário a esta afirmação os indícios escritos apontam para outro lado, Joseph Smith esteve muito envolvido com a milenar fraternidade, sua participação em uma comitiva que se deslocou até uma Loja em Montrose, Iowa para realizar a instalação de oficiais Maçons depõe a favor desta verdade, o registro diz: “... sábado, 6 de agosto de 1842, Joseph Smith passou a Montrose, do outro lado do rio, acompanhado pelo General James Adams, Coronel Brewer, Hyrum Smith e outros, para assistir à instalação de oficiais da Loja Maçônica de Montrose. Ao chegar lá Joseph Smith conversou com alguns deputados que eram irmãos maçons. Falou das perseguições infligidas aos membros da Igreja no Missouri e a discriminação que havia sentido por parte dos Maçons de Illinois e Iowa..."
Após ouvi-lo, os maçons da Loja alegaram que ele não podia continuar a introduzir os ritos maçônicos nos ensinamentos da Igreja, disseram a ele que estava a passar dos limites, que não deveria ensinar além do que era domínio popular, disseram ainda que estavam preocupados com a grande quantidade de maçons na Igreja, eles temiam perder o controle, e que de alguma forma o maior segredo maçônico fosse revelado, por isso, sugeriram ao Profeta que mudasse seus rituais da Igreja... Mas, pouco a pouco a Igreja assumia particularidades que antes eram características da Maçonaria. Roupas, sinais, penalidades, toque, saudações, reconhecimentos, tudo isto era comum a ambos, isto de certo modo incomodava os maçons.
Joseph Smith ao ser interrogado sobre quais eram os segredos da Maçonaria respondeu: “o segredo da Maçonaria consiste em guardar um segredo”
A história da Igreja registra que Joseph Smith ao ser iniciado na Maçonaria, perguntou a Deus em oração se aquilo que ele havia visto (os rituais) na Maçonaria era a verdade, o registro conta que ele recebeu uma revelação afirmativa que dizia serem as práticas maçônicas pertencentes ao Templo de Salomão, que mesmo após sua destruição alguns sacerdotes mantiveram estas práticas em segredo, chegando assim aos nossos dias em uma forma corrompida e incompleta e era seu dever "restaurar" a verdadeira Maçonaria.
Em agosto de 1842 a Loja Bodley n° 1 da Grande Loja de Illinois entrou com um recurso contra o funcionamento da Loja de Nauvoo, alegando existirem diversas irregularidades, como resultado a Loja de Nauvoo foi considerada irregular e deveria fechar suas portas. Mesmo assim, em clara desobediência, a Loja de Nauvoo continuou seus trabalhos, as autoridades maçônicas do Estado que já estavam preocupados com o que vinha acontecendo em Nauvoo, imediatamente ordenou a suspensão das atividades da mesma, expulsando todos os Mórmons da Ordem, esta medida, entre outras coisas, visava impedir que Joseph Smith fosse eleito Grão Mestre, assumindo assim o controle absoluto da Maçonaria em Illinois... Joseph Knapp em seu livro “Brigham Young e seu império Mórmon” disse: “Por violarem as regras maçônicas, a Grande Loja cancelou a Carta Patente da Loja de Nauvoo. Joseph Smith depois disto... acusou a maçonaria de ser uma imitação profana do sacerdócio de Deus, criando o que, a partir daquele momento chamou de Investidura, ao qual denominou como a verdadeira maçonaria”.
Já em meados de 1844 as relações entre Maçonaria e a Igreja estavam deterioradas, Joseph Smith havia perdido os direitos junto à fraternidade que tanto amava, isto o deixou muito triste, conforme ficou registrado por um dos que o acompanhavam em 24 de junho de 1844, quando em sua comitiva de quinze pessoas (provavelmente todos mórmons maçons) se dirigia a Carthage para se entregar ao xerife, ao passar em frente ao templo Maçônico de Nauvoo, com profunda expressão de tristeza nos olhos, lembrando os bons tempos na maçonaria, sabendo que provavelmente tinha pouco tempo e não retornaria mais para lá ele disse: “estou indo como um cordeiro ao matadouro...”
Em 27 de junho de 1844, seu defensor legal, o advogado Dan Jones, membro da Igreja e Mestre Maçom, se apresentou ao Governador do Estado Thomas Ford, para defender Joseph Smith. O teor do diálogo passo a transcrever abaixo:
"... Jones informou ao governador o que ele tinha ouvido falar sobre a existência de uma conspiração para matar Joseph Smith.
Ao que o Governador disse: "Está alarmado desnecessariamente pela segurança de seus amigos, meu senhor. As pessoas não são tão crueis..."
Irritado com tanto descaso, Jones enfatizou a necessidade de colocar outras pessoas dando proteção aos presos, e disse
“Os Smith são cidadãos americanos, e se entregaram em suas mãos porque você deu a sua palavra de honra que seriam protegidos. Eles também são maçons, e, como tal, exijo que você proteja suas vidas"
O Governador empalideceu, e Jones continuou:
"Se não, só posso dizer, que se você deixar suas vidas nas mãos desses homens, eles serão mortos..."
"Como é?”- interrompeu Ford.
“Que Deus Todo poderoso me deixe viver até ao momento e local adequados, para que eu possa testemunhar e assumir que você me advertiu do perigo que eles corriam."
Este diálogo é utilizado pelos inimigos da Maçonaria e da Igreja, para justificar sua teoria de que o assassinato de Joseph Smith foi um complô maçônico, já que deduzem que o Governador Ford era maçom e não protegeu a um de seus irmãos maçons como todo maçom estar obrigado a proceder conforme os juramentos da fraternidade.
Nessa mesma tarde de 27 de junho de 1844, Joseph Smith morre ao ser atingido por balas disparadas de fora da cadeia. Ao ser atingido pelas balas, suas últimas palavras foram dirigidas aos maçons, levando suas mãos acima da cabeça disse: “... Oh, Senhor meu Deus...", não podendo terminar sua exclamação. Alguns pesquisadores têm dito que o desejo de Joseph Smith era enviar um sinal aos irmãos maçons, afirmam que sua exclamação era um pedido de auxilio maçônico. Joseph Smith havia participado ativamente da Maçonaria. Os Mórmons Maçons que o conheciam intimamente comentaram sobre o domínio que tinha da ordem maçônica, o grande entendimento do simbolismo alegórico de suas instruções.
Com relação ao assassinato de Joseph Smith, encontrei três hipóteses que talvez expliquem as causa:
a)     Intolerância religiosa: a presença dos mórmons incomodava muito a seus vizinhos, principalmente quando o assunto era o casamento plural praticado pela grande maioria dos membros.
b)     Razões políticas e econômicas: o ciúme gerado contra os Mórmons pelo rápido crescimento e prosperidade, a grande influencia e o poder que tinham os membros da Igreja no Estado também pode ter sido outro combustível nesta disputa.
c)     A terceira hipótese não é minha, ela foi criada pelos inimigos da Maçonaria, estes opositores afirmam que a morte de Joseph e Hyrum foi o resultado de um complô maçônico para exterminar os irmãos Smith a quem acusavam de não guardarem os segredos maçônicos, além de copiar estes mesmos rituais para realizar o Ritual do Templo Mórmon e também alegavam que a prática do casamento plural era um retrocesso na história humana e isto incomodava muito aos maçons da Grande Loja de Illinois.
Por um bom tempo a maçonaria americana não aceitou iniciar membros da Igreja alegando que os mórmons eram depravados e contrariavam os bons princípios ao praticar o casamento plural, esta questão foi abordada por Brigham Young que disse:
“Refiro-me aos maçons, já que atualmente nos recusam em suas Lojas porque somos polígamos” (Brigham Young em “Journal of Discourses” - tomo 2, pág. 328, citado por Jerald e Sandra Tanner, ibid. pág. 485)
Bem poucos homens foram fieis aos seus compromissos quanto Joseph Smith, até o momento de sua morte ele carregava pendurado ao pescoço um medalhão com símbolos, hebreu e maçônico. Este medalhão é conhecido como o talismã de Júpiter, Emma Smith costumava chamá-lo de a “jóia maçônica de Joseph”.
Após a morte de Joseph Smith, a Loja de Nauvoo continuou suas atividades no Salão do Templo Maçônico até 10 de abril de 1845, quando então Brigham Young, na posição de novo Presidente da Igreja, ordenou a Lucius Scoville (sucessor de Hyrum Smith na presidência da Loja) que suspendesse as Atividades Maçônicas em Nauvoo, assim foi feito.
Agora um antigo sonho, um projeto acalentado pelos Mórmons pioneiros deixava de ser apenas um sonho, deixava de ser um projeto, e passava a ser uma necessidade, eles precisavam ir para casa, ter um lugar só seu, onde pudessem cultuar a Deus, longe da interferência daqueles que tanto os odiavam. Havia chegado o momento da migração para o lugar onde um dia seria conhecido como Utah. Ainda alguns dias antes do grande êxodo para “a terra prometida”, algumas poucas reuniões maçônicas foram realizadas pelos membros da Igreja, estas reuniões faziam parte dos preparativos para a grande jornada rumo à terra prometida.
E finalmente em 24 de julho de 1847, a primeira caravana mórmon, sob o comando de Brigham Young entra no Vale do Lago Salgado, nesta caravana mais de sessenta por cento dos mórmons (homens) que la chegaram eram maçons, entre eles estava toda a hierarquia maior da Igreja.
A história da migração Mórmon para o oeste americano é bem conhecida, ela faz parte da história dos Estados Unidos, é estudada detalhadamente nas escolas, foram anos difíceis, milhares morreram na viagem, mas os Pioneiros demonstraram ter uma fé inabalável, eles sabiam em seus corações que eram muito importantes para os planos e a vontade de Deus, eles estavam lutando pela causa de Sião, os puros de coração, a cidade santa de Deus.
Naquele local se estabeleceram e fundaram o Estado de Utah (nome em homenagem e reconhecimento aos índios Utes que habitavam a região quando lá chegaram) e deram a capital o nome de Salt Lake City, sendo Brigham Young seu primeiro Governador.
No ano de 1856 motivado por mentiras que falavam sobre os Mórmons estarem se preparando para uma suposta rebelião com o apoio dos indios contra o governo dos EUA, o Presidente dos Estados Unidos, James Buchanan enviou o exercito a combater o Estado de Utah, esta ação ficou conhecida como “a guerra de Utah”. O exercito acampou alguns quilômetros de Salt Lake City, ficando lá por alguns anos.
Em 29 de agosto de 1877 faleceu Brigham Young em Salt Lake City.
Nenhuma organização religiosa no mundo cristão foi tão combatida, desrespeitada, violentada, vituperada, quanto A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. Mesmo sabendo disto, alguns membros da Igreja lançam mãos do mesmo infame formato de pensamento no trato à Maçonaria, usam da intolerância, da incompreensão, como justificativa para repudiar a milenar fraternidade. Tratam a Maçonaria com o mesmo preconceito dos quais fomos vitimas, isto me deixa triste e chocado, será que não aprendemos nada observando a relação ocorrida entre a primaveril Igreja de Jesus Cristo e os pedreiros livres?
Hoje, ambas as instituições mantém relações de cordialidade, de tal modo que nas eleições de 2007 para o Grão Mestrado do Estado de Utah, foi eleito Glen Cook, um membro ativo e atuante da Igreja de Jesus Cristo em Utah, esse fato é extremamente importante, uma vez que ele é o primeiro mórmon a ocupar esta posição, em mais de 100 anos de Maçonaria no Estado, será que finalmente chegamos à paz, será que finalmente demos um golpe fatal no preconceito do qual também fomos vitimas? Esta questão só o tempo poderá responder.
Sempre que algum membro da Igreja toma conhecimento que sou um dos muitos Mórmons Maçons a primeira pergunta que me fazem é: “... o que você procura na Maçonaria que não encontrou na Igreja de Jesus Cristo?”. Creio que um membro da Igreja ao ser iniciado Maçom terá grande vantagens sobre os outros, quando Maçom, temos a base doutrinária que caracteriza os homens livres e de bons costumes incutida em nossas mentes, na Igreja temos a oportunidade de obter conhecimentos que não receberemos em nenhum outro lugar, somente na Igreja receberemos treinamentos e formação para ser uma pessoa melhor, cidadão e líder. Por sua vez, ao ingressar na Maçonaria teremos maior facilidade em desenvolver nosso lado espiritual, tornando-nos mais sensíveis aos problemas dos outros. Em outras palavras, uma pessoa, com a formação das duas instituições será mais completa, já que ambas as instituições reforçam uma a outra conduzindo o iniciado a alcançar plenamente o racional e a formação espiritual.
Joseph Smith conduziu o movimento de restauração de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, que trouxe à luz o verdadeiro cristianismo, que havia perdido a sua pureza original em função da "grande apostasia", ou seja, a perda da verdade e da autoridade no seio da verdadeira Igreja, em virtude da introdução gradual dos ensinamentos e práticas pagãs que foram profanando e substituindo os verdadeiros ensinamentos, práticas e ritos cristãos.
A apostasia teve inicio com a morte de Jesus Cristo e continuou a crescer até o século XIX, quando atingiu seu apogeu. Vários foram os eventos que marcaram este período de escuridão espiritual, como por exemplo: a perseguição aos cristãos desencadeada pelo Império Romano. Vários outros foram os movimentos que afastaram a Igreja original do Cristo de seu roteiro, não os citarei aqui por entender que estaria descaracterizando meu trabalho, já que meu objetivo não é escrever sobre “A Grande Apostasia”.
Ao escrever este trabalho de pesquisa não o faço para afrontar ou questionar a fé mórmon, pois se assim procedesse estaria traindo minhas convicções. Escrevo por considerar importante e necessário resgatar a importância histórica da passagem de Joseph Smith pela Maçonaria. Independente do que possam pensar meus irmãos mórmons, ele foi e será para sempre um irmão Maçom, um Mestre Maçom como eu, como também os foram tantas outras importantes figuras religiosas das distintas ideologias dos séculos XVlll e XlX.
A maioria dos pesquisadores espaciais que tem revisado a historia de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, a vida de Joseph Smith, e em especial seu relacionamento com a Loja Maçônica de Nauvoo, concorda que Joseph Smith foi vítima das circunstancias políticas e econômicas do momento e não um vilão. Concordam que a intolerância religiosa, o ódio, a inveja generalizada contra os mórmons por sua rápida prosperidade, foi o grande estopim que culminou com seu assassinato.
Aquele que rompe o véu da ignorância, atravessa as barreiras do preconceito medieval, não terá nenhuma dificuldade em ver que a estadia dos primeiros mórmons na maçonaria foi importante e decisiva na definição dos rumos que deveriam seguir as duas organizações. Inevitavelmente notaremos que a vida de Joseph Smith, e o desenvolvimento da Igreja foram inequivocamente influenciados pelos ensinamentos da Maçonaria, os quais ele tomou como exemplo a seguir. Ao escrever sobre Joseph Smith, o Profeta de Deus... Mestre Maçom deixo claro a meus irmãos de fé (mórmons) que não tenciono por dúvidas a origem sagrada do mormonismo, não questiono, nem duvido, do chamado profético de Joseph Smith, não tenciono agredir os sentimentos religiosos dos meus irmãos mórmons, oro a Deus para que compreendam que meu desejo é fortalecer seu testemunho. Espero que entendam que o objetivo central deste trabalho é resgatar a história, tornar publico que ser Maçom não agride a fé em Jesus Cristo, desprovido de arrogância ou vaidade tenciono tornar publico que Joseph Smith, o Profeta de Deus... Mestre Maçom nada fez de errado ao ingressar na milenar fraternidade.
Compartilho com todos, meu testemunho pessoal de que reconheço em Joseph Smith um Profeta de Deus, sei que ele teve uma visão em uma manhã de primavera, quando viu a Deus e seu filho Jesus Cristo e com eles conversou, creio que Joseph Smith depois de Jesus Cristo é o maior responsável pela “Verdade Restaurada” nestes últimos dias, sendo o evangelho por ele compartilhado com o mundo, a mensagem mais importante que o mundo poderia receber nestes últimos dias, reconheço a autoridade do Sacerdócio, aceito as escrituras modernas como inspiradas. Recomendo a todos os filhos de Deus na face do planeta terra: fujam daqueles que negam a divindade contida nas revelações concedidas a Joseph Smith, o Profeta de Deus... Mestre Maçom.
A aqueles que desconhecem eu digo: a Maçonaria tem prestado serviços à humanidade que jamais serão superados ou suprimidos por qualquer organização não religiosa, alguns destes benefícios talvez nunca venham a ser conhecidos por todos, alguns outros benefícios serão atribuídos a terceiros, mais igual a Joseph Smith, nós que iniciamos na maçonaria sabemos que existimos para beneficiar a humanidade, este é nosso lema, este é o motivo de nossa existência. Por saber destas coisas Joseph Smith trabalhou incansavelmente na Maçonaria, apesar do pouco tempo que permaneceu entre nós (de março de 1842 a junho de 1844, um total 27 meses), independente de suas limitações humanas, com seus defeitos e virtudes, sua pouca escolaridade, ele superou todas as suas dificuldades, chegando em um período de aproximadamente 20 anos, desenvolver responsabilidades de: profeta, militar, estadista, arquiteto, construtor de cidades, líder religioso, escritor, filósofo, cabalista, maçom, candidato a presidência dos Estados Unidos.
Certa vez um amigo me disse que o mormonismo seria a “expressão religiosa moderna” da Maçonaria, ou em outras palavras, se a Maçonaria tivesse que se manifestar como religião o melhor expoente seria o mormonismo.
Joseph Smith era sábio, humilde, alegre, jovem, servo, pai, esposo amoroso, e com toda certeza, um bom e dedicado Mestre Maçom. Hoje, como no passado, Joseph Smith é admirado por uns, e criticado por outros, mas certamente foi singular, ao falarmos dele não existe meio termo, ou concordamos com ele, ou não.
“... se alguém tem ouvidos para ouvir, ouça... olhos para ver, que veja e entendimento para entender, que entenda. (Mc. 4:23)

BIBLIOGRAFIA

•Mormonismo e Maçonaria: O Episódio de Illinois, Mervin B. Hogan. In Little Masonic Library, Ed. Silas H. Shepherd, Lionel Vibert and Roscoe Pound, vol. 2, pag. 267 a 326. Richmond,Va., 1977.
•A relação Mormonismo e Maçonaria, Anthony W. Ivins, Salt Lake City, Utah, 1934.
Mormonismo e Maçonaria E. Cecil Mc Gavin, Salt Lake City, Utah, 1954.
•The God Makers (Os Fabricantes de Deuses) Ed Decker y Dave Hunt, editora Betânia.
•Elementos de Historia da Igreja Joseph Fielding Smith, Salt Lake City, Utah, 1975.
Ensinamentos do Profeta Joseph Smith, compilação de Joseph Fielding Smith, Salt Lake City, Utah, 1982.
•As contribuições de Joseph Smith, maio de 1975, por Élder Stephen L. Richards, Autoridade Geral da Igreja.
•Franco maçonaria em Nauvoo - Kenneth W. Godfrey.


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