O Véu de Ísis
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> Eu não quero um poema tirado
> do Véu de Ìsis
> ou nascido do nada, do Eco, do vazio...
> Nem mesmo um amor forçado pela inquietude
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> Não... não quero um amor à força
> rasgado pelos botões da alma
> como se fosse um roupão aberto e brutal.
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> Não quero e nunca busquei.
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> O destino não nasceu na ponta
> de meu lápis ___ onde as minhas mãos
> pudessem afagar e reescrever a história.
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> Eu já sabia de tudo:
> que sorriria no lixo,
> que seria indiferente e cru,
> que eu estaria aqui nesta página também fria.
> (Eu quisera o sofrimento inerente à condição humana).
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> Aceitei a condição: ___"sufoquei o que senti
> porque poesia não se faz com sentimentos;
> esmaguei tudo. Silêncio!" Poesia ainda não será.
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> Raguei o verso de orgasmo
> Tirei o veú de Ísis
> Despi cada palavra no gemido da despalavra
> despedida e somei inúmeras vezes a escrita
> da palavra jasmim na linha do fim.
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