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Dermafrost
Flora Fernweh

Uma vez me alertaram sobre minha frieza
Mas não há nada mais quente que eu
Meu frio queima em branca estranheza
Tal qual o gelo no ardente solo teu

A dureza dos dias me tornou assim
Gélida e candente no ártico só
Mas em teu verão eu derreto enfim
À aurora boreal, ao calor do sol

Na neve desértica, tento a fertilidade
Rasteira a gramínea que em mim cresce
Montanhosa a tundra de minha felicidade
No degelo da fria aridez que desvanece

Em minha natureza, milagre apenas vejo
e solidez que encara a antiga terra macia
como a rocha que amolece ante o desejo
do calor na alva e álgida imensidão vazia


Biografia:
Sobre minha pessoa, pouco sei, mas posso dizer que sou aquela que na vida anda só, que faz da escrita sua amante, que desvenda as veredas mais profundas do deserto que nela existe, que transborda suas paixões do modo mais feroz, que nunca está em lugar algum, mas que jamais deixará de ser um mistério a ser desvendado pelas ventanias. 
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