Viajo nos braços
do momento
que bate
à minha porta.
Entrou sem ser
convidado
e instalou-se
entre as prateleiras
dos meus sentimentos.
Abriu gavetas
e tirou
de dentro delas
coisas que julgava
já esquecidas.
Trouxe à tona
sentimentos
que já queria
ter enterrado.
E agora navego
em suas ondas.
Se conseguir
mantê-los nos limites
dos meus pensamentos
não há problema,
mas temo
não poder
segurá-los.
São indomáveis.
Selvagens.
Acho que vou fugir,
esconder-me...
de mim...
Maria
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