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Os conflitos paulistas e reflexões atuais
Vander Roberto

Pensar em conflitos em solo paulista remete para eventos já datados e conhecidos relatados desde o século XVI até o XXI. Estudos mais recentes apontam que São Paulo sempre foi um lugar conflituoso e a chegada do europeu por estas terras ampliou o cenário beligerante entre nativos que já viviam em choque e também a não aceitação dos recém-chegados. Basta pensarmos quantos conflitos houveram entre o desembarque e a chegada até as praias além do difícil caminho da subida da Serra do Mar para o conhecimento e ocupação do território paulista. A Guerra de Iguape em 1534 e o Cerco de Piratininga em 1562 são um resumo burocrático do ocorrido em terras paulistas de inúmeros eventos ocorridos. Sabido é, não houve toda esta passividade como pintada séculos depois em telas.

Houve uma tentativa de apagar a beligerante História paulista desde a chegada dos primeiros europeus havendo uma certa correção pelas obras mais recentes que são publicadas. Conta-se uma longa parte da História do Brasil como se a vila de São Paulo de Piratininga não existisse no mapa entre os fins do século XVI até 1711 quando foi elevada à condição de cidade ou a chegada do café em solo paulista. Resgatar este período é sumamente importante e livros estão chegando com detalhes sobre tal época. A agricultura de subsistência como as feiras ocoridas em Sorocaba, mostram uma São Paulo dinâmica e não paralisada no tempo histórico. Abriu-se um leque excelente para estudos e até mesmo veio à tona o conhecimento sobre a pessoa mais antiga encontrada em solo paulista chamado de Luzio que deve ter habitado entre 10 e 12 mil anos antes dos nossos tempos.

Conflitos datados são importantes? Sim. Eles mostram alguma crise seja na Economia ou Política, questões religiosas e exigência das melhores condições de trabalho ao longo dos tempos sem falarmos na luta pelo fim da escravidão imposta. Julho indica um mês marcado na História do Estado de São Paulo. Há o Cerco de Piratininga que ocorreu neste mês, a morte de José Martinez na Greve Geral de 1917, a Revolução de 1924 (escrevo este texto bem no centenário da Revolução) e a Revolução Constitucionalista de 1932. A data cívica que foi instuída em 9 de Julho para o estado paulista não é por acaso. A ideia era associar que o povo paulista e a unidade federativa são defensoras da Democracia ao apoiar a luta da causa constitucional em 1932. A origem do estado também não pode ser datada com a chegada dos primeiros europeus em solo paulista pois há nativos que chegaram aqui milênios antes. A ideia não é criar uma mentalidade focada no eurocentrismo. Fugiram disto os paulistas valorando os direitos constitucionais.

Há também inúmeros movimentos grevistas antes de 1917 que resultaram em mortes e não são lembrados no fins do século XIX e início do século XX por terras paulistas. O conflito em 1924 foi mais sério que em 1932. O Movimento Diretas Já não foi tão perfeito quanto os registros históricos mostram. Resgatar é vital e importante para o registro histórico mais próximo do fidedigno. Ao povo paulista e estudiosos(as) sobre conflitos, cabem mostrar que São Paulo não são aqueles passivos pintados na missa da fundação da cidade de São Paulo ou o famoso quadro de Pedro Américo. Quantas pessoas morreram em confitos ao longo dos séculos e são esquecidas? Quais foram aquelas que viveram e viraram marcos da luta? Importante é buscarmos informações, estudá-las, exaltá-las e que sirvam de exemplos.

O momento é pararmos de exaltarmos assassinos que receberam a alcunha de "bandeirante". O verdadeiro bandeirante é aquele que leva o conhecimento e a Educação, cuida das pessoas e entrega saúde para elas, faz a segurança dos cidadãos e cidadãs. São Paulo, uma cidade conflituosa em pleno século XXI, precisa enxergar nestes conflitos históricos uma solução para a paz. É aquilo que eu mais desejo. O melhor que podemos entregar neste período de reflexão de conflitos históricos e puxarmos biografias de pessoas que agregaram bastante ao estado paulista como Maria Sguassábia e Guilherme de Almeida só para citar duas delas. Há um mausoléu de 1932 que muitas daquelas pessoas poderiam ser estudadas servindo como boas referências. Devemos lembrar que diversas vidas foram interrompidas por conflitos que poderiam ser resolvidos no diálogo e na Cultura da Paz. Pensemos nisto. Preservem a Memória destas pessoas e que elas agregem saber através de suas biografias para nós. É isto.


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