Na transparência da vidraça eu te senti.
Teu corpo trajado em bela e sedosa manta,
Ressaltava-se por entre uma auréola santa,
Cujo brilho, minha alma colheu, e eu sorri.
Teus pés de seda, se assentavam em nuvens puras;
Teus braços, a mim estendidos, afloravam
Daquela colossal imagem, e apelavam
Por um imenso amor, prometendo loucuras!
A sonora poesia que de ti fluía,
Extravasou meu peito em jorros de alegria;
E eliminou de mim, a sombra do desgosto.
Foi então que alcei meus olhos e percebi
O quanto ainda estava só — e estremeci!
Pois tua miragem tão linda. . .
Não tinha rosto!
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