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A ilusão do depois de amanha, que não nos pertence, mas sempre pensamos no diferente de hoje,
sempre melhor, nunca é o bastante, caímos em ilusões de futuros incertos, esquecemos do mais importante o que
podemos fazer hoje, o que fizemos ontem, procuramos algo novo sempre no depois, desprezamos o agora.
Ser temporário, longe da atemporalidade, longe de tudo, de ver a verdade naquilo que é belo, de ter a verdade para si.
De não mais fazer parte daqueles que não enxergam, mas finalmente acharmos que enxergamos,
sempre com nossas próprias experiências, cada vez mais longe, vendo sempre longe.
Finalmente deixamos de ser quem fomos, com quem fomos, com quem já enxergamos em nos mesmos, algo além de nós.
Grandes mudanças surgem a partir das pequenas observações, em nós mesmos, ou naquilo que achamos ser nós mesmos.
Esperarmos algo diferente, não hoje, mas sim mais longe da chance de falharmos, sentimos apenas medo.
Enfim… continuemos em viver o amanha, sempre continuemos, talvez um dia comece.
Ou talvez mais longe de nós, talvez depois de amanha, mas não hoje, ou continuaria nosso medo.
Mas enfim... continuemos em viver o depois de amanha, bem longe daqui.
Perdido nessa historia, nesse tempo de nós mesmos.
Como o tempo pode enfim chegar.
Por mais doloroso, enfadonho que isso seja, é nessa dor que encontramos nosso ultimo posto.
Encontramos a razão de tal busca e a compreensão que há em uma infinidade de coisas além do desejo.
Conjugando os verbos de hoje com o tempo, desprezando novamente o agora, mas vislumbrando o incerto.
Não há de ter medo, não continuaste, menino.
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