É uma saudade que me rasga o peito
Já rasgado pela dor de sentir o respirar. Mas é a treva hein? Deitar-se e ouvir aquele movimento automático que a cada segundo vai e vem. Parece máquinas. Máquinas que não param.
É isso, somos seres maquinados
Mas sentimos saudades? Estas nos rasgam a garganta e o peito igual cachaça do bar de esquina, que involuntariamente o dono se chama Zé.
Já vi que a saudade é uma epidemia
Que se espalha pelo corpo e casa
Com a ansiedade dos momentos, das lembranças e do infinito finito. Nem sei o que é finito, mas esse saber é meramente ordinário; um dia julgamos saber tudo e no outro a morte nos ensina mais um saber. A vida é uma sucessão de saudades, de lembranças, de saberes, de raras calmas; enfim, de cargas passadas.
|